Cerca de 700 finalistas
do Liceu cumprem o ritual
da Bênção das Capas
Há momentos memoráveis na vida dos estudantes. O ritual da Bênção das Capas é um deles a assinalar o fim de um ciclo, o ensino secundário. Foi assim esta tarde, na Escola Secundária de Jaime Moniz, com os finalistas do 12.º ano de escolaridade a actualizarem a tradição.
Após dias de preparação da festa, eis que os estudantes se apresentam na
porta principal do Liceu, acompanhados dos respectivos familiares. Trajados a
rigor, com as fitas dos respectivos cursos e pine da Escola à lapela, num misto
de contentamento e orgulho. Depois, o abraço à madrinha da festa, a professora
Fátima Marques que, de braço dado com o presidente da Comissão de Finalistas,
Francisco Maria Pereira, prepara o cortejo rumo à Sé Catedral.
Estudantes e familiares “apoderam-se” da Rua dos Hospital Velho e do átrio
principal da ESJM. Disparam os flashes e nunca o telemóvel foi tão usado como o
dia de hoje. Tudo para mais tarde recordar.
O presidente do Conselho Executivo faz as honras da casa, recebe os
estudantes e respectivos acompanhantes, e, ao princípio da tarde, a porta
principal do tradicional Liceu é um mar de gente a posar para a fotografia. Ao
longo de sucessivas gerações, a tradição repete-se com os jovens estudantes a
fazerem já a rodagem para a vida universitária, numa espécie de estágio prévio.
Toda a comunidade escolar pára para ver os seus estudantes, pois daqui a
poucos meses abraçam outros voos.
O cortejo até à Sé Catedral é outro momento significativo. A cidade
acompanha com o olhar a caminhada orgulhosa e firme destes rapazes e raparigas,
que assim dão outra vivacidade ao dia.
Na emblemática Sé Catedral, o momento da cerimónia religiosa, também este
previamente preparado pela Igreja junto dos estudantes, através da Comissão de
Finalistas. Postura correta e atenção às leituras bíblicas e ao seu
significado. O Bispo da Diocese do Funchal preside à cerimónia e dirige aos
jovens palavras elogiosas pelo dia que se cumpre mas também faz um forte apelo
à vivência com valores éticos e morais destes estudantes num tempo de mudanças
aceleradas.
Capas no chão da Sé Catedral. D. António Carrilho passa por elas e dá a sua
bênção aos estudantes, num momento emotivo para toda a assembleia.
Terminada a cerimónia religiosa, o momento da intimidade com o jantar em
família. Depois, outro ponto alto do dia: o tradicional e tão esperado baile de
finalistas para mais tarde recordar, animado por um DJ de renome para apimentar
a festa.
Um dia que é para aproveitar porque sexta feira há aulas e os estudantes
bem se recordam da lição do poeta Ricardo Reis, “Carpe Diem”, aproveita o dia.
Sem o mediatismo desta festa, na Escola Secundária Jaime Moniz, estudantes
de outras eras, regressam para descerrar placas alusivas ao seu
tempo de finalistas, aqueles que comemoram os 50 anos, depois o grupos dos 40
anos e, por fim, os 25 anos de setimanistas. Um ato simbólico que deixa impresso
nas paredes do Liceu o tempo de finalistas de homens e mulheres bem adultos,
que um dia passaram por esta Escola e dela guardam saudosas memórias.
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