DELFINS

BARÕES POSSESSOS COM JARDIM

POR SEQUESTRAR AS LISTAS DE MILITANTES

Jaime e Meio Chefe continuam com a ideia fixa de que o partido insolvente é uma quintinha deles. E negam as listas de filiados PPD a ver se os Delfins se aborrecem deixando tudo como está. "Bateu no fundo", barafustam antigos jardinistas

Comecemos isto com um ponto de ordem.

Seria muito bom se os cabos e/ou bufos de Meio Chefe por uma vez metessem a mão na consciência. Para bem do patrão deles. Sabem muito bem que o homem, com o avançar do tempo, agravou o mal antigo de fantasista compulsivo, debitando teorias e fabricando argumentações que até nos preocupam a nós, que nada temos a ver com aquela nave de loucos. Não podiam os bufos fazer uma formação de lealdade para tentarem zelar um pouco pela imagem daquele que lhes arranjou o job? Por que não fazem o cavalheiro ver as coisas como elas são e não como ele defeituosamente as vê, naquele estrabismo senil?

A situação pode ser ainda mais criticável: serem os sargentos bufos a levar ao patrão a realidade virtual que lhes interessa a eles, sem o menor rebuço quanto ao consequente papel ridículo do homem, já que fazem dele ainda mais devaneador do que ele é realmente.

Hoje, lá vem mais um dos escrevinhanços de Meio Chefe da Tabanca no JM, não assinado - continuamos sem perceber por que não assina, já que a identificação é indisputável. 

Começa o artigalho desta forma lunática: "Quer de militantes e de simpatizantes do PSD, quer na opinião pública em geral e até de adversários políticos, vem-se ouvindo o comentário de surpresa pelo silêncio de Jardim ante o facto de candidatos à liderança do PSD, ao contrário das recomendações dos respectivos conselho regional e comissão política regional, terem trazido as eleições internas para um espectáculo mediático quotidiano na praça pública."

Nada disso!

Não é assim que falam os militantes do PSD. Ninguém faz esse comentário. O comentário que fazem, em lugar de manifestar surpresa por um delirante "silêncio" de Meio Chefe, é este: por que é que o velho, que não tem nada a ver com o futuro do partido e da Madeira, anda todos os dias numa ruideira que já não se pode ouvir, a meter-se nas eleições internas, a pegar com os Delfins uns atrás dos outros e a chagar um processo que não lhe diz respeito em nada, não há ninguém que ponha o tipo fora de pista?

É isto que se diz ou não é, bufos do sistema?

Os próprios barões do Laranjal, que até há bem pouco tempo davam as teorias do seu patrão como dogmas, hoje mesmo andam para o diabo os levar. Percebemos isso nuns quantos, não foi que nos contassem.

Andam todos f... com os lapas do Jardim e do Jaime, que continuam a tudo fazer para mandar mais um bocadinho no partido e, quem sabe, a ver se ainda acontece um milagre qualquer, espécie de 20 de Fevereiro, para se tornar "inconveniente" perante os 'interesses da Madeira' qualquer alteração de fundo na política regional.

"Não se fala de outra coisa na praia", berrou-nos, como se tivéssemos alguma culpa no caso, um barão que antes nos chamava comunista. Este barão está no Porto Santo e pergunta o porquê da indecência, falta de ética e jogo viciado no caso das internas, apontando especificamente a recusa de o secretariado fornecer as listas de militantes aos candidatos.

A história, como se sabe, é que os Delfins se queixam da falta de acesso a essas listas. Ontem, o próprio n.º 1 da Tabanca das Angústias pespegou um comunicado dizendo que o secretariado está à espera de saber da boca da Comissão Nacional de Protecção de Dados se convém ou não fornecer o que os candidatos pretendem.

Numa palavra, os tubarões falidos Jaime e Jardim tratam de ganhar tempo. Porque até já entregaram as listas com o nome do filiado e o concelho de origem do dito. Ora, numa freguesia pequena como as Achadas da Cruz ou a Ilha de São Jorge, talvez de consiga chegar lá. Em 300 pessoas, depressa se localiza um Manuel da Silva. Mas no Funchal!

E as intrigas que este impasse propicia. No areal, sem Albuquerque por perto, comenta-se que Jaime entregou a este Delfim uma lista de filiados. Como esse antigo presidente da CMF não reclamou, será que para ele os nomes eram acompanhados também de morada e telefone? 

Isto é o que suspeitam aqueles que vêm Kaime como apoiante de Albuquerque. 

Voltando à linha principal da conversa.

À primeira vista, seria de elogiar os cuidados dos trogloditas envolvidos na tramóia, Jaime e Jardim, quando falam em proteger os dados particulares dos seus companheiros de partido. Até admira, afinal os 2 velhos social-democratas não são esses tiranetes. 

Mas depois... vem à lembrança que o próprio Meio Chefe já devassou a privacidade dos 270 mil madeirenses rapinando numa empresa pública, como é a EEM, tudo o que precisou para mandar à casa de cada um o cisco que bem entendeu com a propaganda pessoal da sua 'obra'!

E depois vem ao pensamento a lixeira do 'Madeira Livre' que o Jaime despacha para as moradias que selecciona, valendo-se da base dados pessoais que montou na Rua dos Netos! E vem à recordação os próprios números de telemóvel de que ele abusa para convocar os filiados por sms quando ele e o patrão resolvem fazer aquelas acções de chacha nas sedes, com o fito de ir mantendo os eleitores amarrados curto!

Agora batem com a mão no peito, de terço na mão e rosto inclinado, pregando a necessidade de zelar pela privacidade das pessoas - vidas particulares que, aliás, o ex-grande chefe profanou em linchamentos públicos, em centenas de milhares de madeirenses, durante esta 'noite escura do desenvolvimentismo'.

Ora, os estatutos do PPD-M foram feitos à medida de Jaime e Jardim. E, porque na altura ninguém suspeitava que um dia o poderio do rei da Tabanca seria disputado internamente, meteram nos artigos o direito de acesso aos dados de filiados, em casos eleitorais.

Mesmo recentemente, quando Jaime, sem consultar vivalma, armou em jurista, esgalhando um regulamento para as eleições que aí vêm, obviamente com a bênção das Angústias, também deixou passar o direito dos candidatos às listas. Está lá. Ele, 'incluso', até fez aprovar essa chatice pelo conselho regional, curiosamente sem os conselheiros terem lido o documento. O que é de gargalhada. Mas um órgão que aprova conclusões que já vão antecipadamente escritas para o centro de conferências não merece outra coisa.

...E então agora vêm dizer que não senhor, não se podem divulgar listas - primeiro é preciso consultar a comissão da protecção de dados. Surpreende ambos darem crédito a um órgão cubano, mas, como se sabe, quando lhes interessa até a ERC, a CNE, o Tribunal Constitucional e outras 'aberrações não eleitas' são importantes.

Vamos lá, bufaria laranja! Não deixem o homem arrastar-se mais. Já chega o quanto lhe custa percorrer umas centenas de metros no areal dourado, como os banhistas perceberam esta manhã de sábado, quando ele, perto das 11, se estreou pesadamente nas caminhadas entre a nossa dacha dos 20 euros e o Bar do Henrique. 

Digam-lhe que ninguém estranha o silêncio dele pela simples razão de que esse silêncio apenas existe na cabeça dele. Convençam-no da verdade: os próprios barões não aguentam mais o estardalhaço que ele está a fazer, à imagem daqueles boémios que, depois de um copo a mais, tentam resistir aos empregados que o põem na rua da tasca.  

PS - O melhor do dia está no título do artigalho: "Jardim indicia pretender 'acalmar' os candidatos à sucessão". Pena não levar este subtítulo: "Para acalmar o incêndio, Meio Chefe não poupa gasolina."