Powered By Blogger

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Madeira em escombros


JARDIM ARRASA JARDINEIRISMO




Cruel para o regedor da Tabanca cessante tem sido a sua cruzada de auto-crítica. 
Auto-flagelação plenamente merecida, mas... nem 8 nem 88, que diacho.
É verdade que poucas coisas a oposição reconhece terem sido razoavelmente realizadas nestes 40 anos de escuridão. Mas o próprio Meio Chefe vai mais longe e dá a entender que tudo foi mal feito. Pelo menos é o que se retira do balanço que ele vem apresentando sempre que pode, por exemplo no seu/nosso JM.
Sem dúvida que o homem caiu em si depois de tanta jactância. Mas tem-se humilhado em público de tal forma rasteirinha que deixa uma pessoa sem jeito.
Até na Educação, que ele afirmava ser na Madeira mais avançada do que a praticada no Paquistão e nas Berlengas. Hoje mesmo, no Jornal das araras, ele propõe para o futuro um sistema de ensino em que as escolas "não sejam armazéns de jovens" nem "centros de facilitismo". Uma directa para ele próprio, pois a ideia insinua que ele gastou 40 anos sem se lembrar de fazer o que preconiza nesta fase em que é posto fora da pista. Não é preciso mudar a Constituição para acabar com a escola-armazém de pequenos, ele sabe o que diz. E sabe que fez o contrário do que devia.
Ele também adianta que é preciso acabar com a maçonaria na Madeira. Outra farpa friamente enfiada nele próprio. Porque já fala nisso há 40 anos, 3 ou 4 vezes por dia, e o 'problema' persiste. Aliás, a maçonaria está tãobem montada que, apesar de sabotar a Madeira sem descanso há meio século, diz Meio Chefe, nunca alguém pôs a vista em cima de um caramelo maçon. O que acontece com outros espantalhos como a trilateral e os espiões da célebre 'central de informações'.
Ele atira propositadamente contra a parede, para receber o ricochete: "Um pequeno território como a Madeira, de parcos recursos, só pode gerar mais riqueza e emprego se a população atingir altos níveis de conhecimento." Ou seja, assume que, apesar da sua promessa de um dia a Madeira ter inteligência para comer e exportar, o pata rapada do campo e do campus ficou cada vez mais burro. Quatro décadas a marcar passo no jardineirismo, acusa Jardim.
"Será essencial para o futuro da Madeira uma escola mais formativa no domínio da cidadania", dispara no seu artigalho de hoje, considerando, aqui acertadamente, que, com um troglodita destes a dar o exemplo, não poderia haver avanços nenhuns na cidadania basáltica. 
Recorde agora o Leitor as lições anteriores do mesmo compêndio tabanqueiro para uma rápida revisão da matéria dada. Veja lá se há ou não autocrítica rigorosa demais, a rondar a vitimização.
No dizer do regedor da Tabanca, o primeiro factor decisivo para o futuro da Região está no futuro do PPD-Madeira. Dando-se o caso de o referido ninho de víboras estar a implodir e à beira de se tornar num monte de escombros.
Porquê? Como se chegou a isto?
Ele explica.
A gaiola das malucas na Rua dos Netos fragmentou-se numas poucas de seitas em que a prática subversiva mais branda é a faca nas costas do parceiro. Um partido onde a ingratidão assentou arraiais. Onde há gente a mandar votar nos adversários. Onde os ressabiados minam as mentes dos arianos da Tabanca. Uma pandilha política de onde emerge um candidato à liderança que não é mais do que um representante do "capitalismo selvagem" e um "traidor ao serviço de Lisboa". Onde os que andaram anos a devorar o orçamento público mordem a mão do dono e viram-lhe as costas.
Assim rezam as lições anteriores.
O que é que o regedor está a dizer com este latim todo? Ora, ele não faz mais do que perguntar: qual é o líder político destas ilhotas que, dispondo de todo o tempo do universo para preparar o futuro do seu partido e até da Madeira, vai deixar tudo em ruínas e nem para ele preparou porta de saída com um mínimo de dignidade? Sim, quem é esse grotesco incompetente armado em mestre da filosofia política e partidária que sai corrido pelos discípulos de um partido já sem pedra sobre pedra?
É isto que o homem anda dizendo aos quatro ventos. Com carradas de razão. Ou melhor, com razão em quase tudo, porque a Madeira não é só um governo fantasma, não é só um partido maioritário feito em fanicos, a Madeira não é só corrupção, compadrio, obras novas em desagregação, monstros faraónicos para nada. Ainda há uns bocados de basalto de pé - embora ameaçados pela política governativa de toupeira que até às entranhas da montanha foi buscar lucro fácil.

1 comentário:

Anónimo disse...

Bem apanhado Sr Calisto. Foram 40 anos de cimento e dos seus aliados da construção e Secretário Geral. Albuquerque ,S Marques e MSousa já demonstraram que querem mudar o regime, mas os militantes são muito conservadores e redobram assinaturas nos atuais responsáveis. Tristeza