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domingo, 24 de agosto de 2014

Madeira Nova


E ELE A DAR-LHE 
COM O 'DEVE E HAVER'!


Ao tratar de justificar a injustificável desgraça financeira deste regime 'autonómico', o sua excelência escarnece tanto dos nossos antepassados madeirenses como os vampiros centralistas de Lisboa sempre fizeram 




Mas quantas vezes será preciso implorar ao sua excelência para deixar de tratar os madeirenses como atrasados mentais? Nesta fase, à falta de inaugurações para exibir no Porto Santo, o homem tem recorrido todos os dias no JM ao estudo 'científico' do 'deve e haver' para fazer esquecer o forrobodó financeiro regional que em 30 anos pôs a Madeira pior do que era antes do 25 de Abril.
Já o dissemos, mas não entra naquela cabeça. Ou melhor, entra, mas ele finge que não viu nem ouviu. Ninguém disse alguma vez na vida que a Madeira foi despesista ao longo dos séculos. Só o poderiam dizer por graça de péssimo gosto. Todos sabem que a Madeira sempre viveu abandonada pelo poder central, que nem a m... de um ou dois canhões mandava para os vilões resistirem de alguma maneira aos saques dos corsários - é só um de múltiplos exemplos. 
Os vampiros de Lisboa - quem duvida? - só se lembravam destas ilhas ditas afortunadas na hora de exigir, a tempo e horas e tudo contadinho até ao último ceitil, as irresistíveis receitas arrecadadas por um empório comercial dos mais suculentos do mundo, isto é, o Funchal. Contando com os lucros dourados das exportações tradicionais.
Não satisfeitos com o 'suganço' dos proventos comerciais gerados na Madeira, os sanguessugas daquele lado caíam sobre os parcos rendimentos familiares regionais com uma sanha fiscal do mais insensível que imaginar se possa. Tudo isso junto ao agreste do solo basáltico, dificilmente disponível para a agricultura, entendem-se as vagas migratórias que cedo começaram a despovoar as ilhas.
Não é preciso estudo nenhum para provar essa triste realidade.
Portanto, alguém a dizer que a Madeira sempre foi despesista, só à 'relampada'. Que era o que merecia, com requintes de crueldade, desculpem lá, o excelência Botas do Vimeiro quando cinicamente afirmou estranhar, em carta enviada ao Dr. João Abel de Freitas, que a Madeira, sendo privilegiada entre as terras portuguesas, só soubesse queixar-se.
Descaramento!
A Revolta da Madeira que humilhou a Ditadura durante um mês deixara mossa no amigo de Franco, Mussolini e Hitler.  
Mas, justiça seja feita, não ouvimos os cabecilhas lisboetas dos últimos 40 anos afirmarem que a Madeira foi privilegiada e despesista ao longo dos séculos. O que eles - alguns, porque os outros cobardes têm medo da língua do Rei da Tabanca - o que eles costumam dizer é que o regime desenvolvimentista do Jardim assentou num despesismo louco e sem quartel. E é mentira? Atente-se nos buracos financeiros escondidos que nem daqui a 50 anos estarão devidamente colmatados.
Não há quem não veja isto: a Madeira foi explorada séculos a fio pelos carniceiros do erário estatal; agora com a história do regime desenvolvimentisma idealizado para fazer os ricos da Madeira Nova é que a Região espatifou mais do que podia e devia.
Não venha pois o sua excelência tentar confundir as coisas, como tem feito diariamente no JM, agarrado ao 'científico' estudo 'deve e haver', justificando a sua loucura despesista à custa do suor dos nossos antepassados. Neste capítulo, o sua excelência é tão insensível como aqueles que exploraram a plebe insular geração após geração. 

7 comentários:

Anónimo disse...

Calisto você sabe que a cerca de trinta anos, o povo andava descalço, e viamos o triste e humilhante espetáculo de gordos e abastados turistas atirarem moedas do cais, enquanto os pobres miudos mergolhavam, para as apanhar.Sabe também Calisto, da seca que era ir buscar alguém ao aeroporto numa estrada de m...Calisto acho bem se quer saber, que o homem estrebuche com os cubanos, hoje a Madeira nada tem do passado (recente) e ca para nos que ninguém nos houve o homem tem tomates.

Luís Calisto disse...

De acordo, caro Comentador.
Mas também em 1900 a estrada não passava da Praia Formosa para lá e em 1920 chegava a Câmara de Lobos.
Vamos lá a ver: o melhor seria, com os milhões que entraram por aí dentro, ainda andarmos de corsa em caminhos de cabras e lermos à luz do candeeiro a petróleo.

Anónimo disse...

Com o dinheiro que entrou por aí, até um miudo desses que mergulhava para apanhar moedas, conseguia fazer estradas e aeroportos e escolas e centros de saude e campos desportivos e afins.
Todo o país teve subsidios para que isso acontecesse e todos os governantes aproveitaram, ele apenas fez a mesma coisa que os outros fizeram noutros sitios e fariam se estivessem no lugar do AJ.
Só resta dizer que nimguém teve a genialidade de prever e precaver que tudo isto teria mais tarde que ser pago, portanto afinal de contas todas essas infra-estruturas e casas e carros para o povo são voláteis porque o povo vai ter que as abdicar para pagar as dívidas públicas.
Foi uma geração que usufruiu para agora serem 2 ou 3 a pagarem os estragos.

Anónimo disse...

Bom...parece que o Sr. Calisto está a ficar sem argumentos.

Anónimo disse...

Um ligeiro aparte:

Depois de algumas semanas atrás ter-se feito um estardalhaço com uma foto não correspondente à notícia, que levou o sua excelência a afirmar que o jornal "A Bola" estava de conluio com os comunistas e contra a Madeira, veja-se esta pérola na edição online do pasquim que custa 11 mil/dia ao erário público:

http://online.jornaldamadeira.pt/artigos/isl%C3%A2ndia-reduz-n%C3%ADvel-de-alerta-do-bardarbunga-para-laranja

Então os comissários políticos metem os pés pelas mãos e deixam passar uma noticia sobre o vulcão islandês com uma foto de uma cheia num país africano?
Agora será um erro de edição e não uma vergonhosa interferência dos grupos anti-autonomia?

Fernando Vouga disse...

Caro Luís Calisto

Concordo inteiramente consigo. O povo, repito o povo, madeirense (porque os mesmos de sempre viviam bem) foi vítima da mais ignóbil exploração.
Mas Jardim tenta passar a ideia de que tal aconteceu apenas na Madeira, o que é errado. Do Minho a Timor, a exploração era a mesma, e desde os tempos remotos de D. Afonso Henriques. A realeza, a fidalguia (há quem lhe chame nobreza...) e o clero, outra coisa não fizeram que não fosse roubar o povo, que sempre viveu na miséria. Havia até quem tivesse salteadores de estrada por sua conta, como aconteceu com um dos marqueses de Marialva.
Nasci em 1940 no Alto Douro ou seja, nos tempos do Botas de Santa Comba, e o que lá mais havia nesse tempo era fome, obscurantismo, analfabetismo, exploração e alcoolismo. Trabalhava-se nas vinhas de sol a sol por 10$00 diários, uma côdea de pão, uma sardinha salgada e um caldo que, em vez de azeite, levava sebo.
Se alguém tem dúvida, que leia o livro recentemente editado cujo título é "A História da Pobreza em Portugal", de José Brandão. Em alternativa, sugiro o livro "Portugal, a Flor e a Foice" de Rentes de Carvalho.

Luís Calisto disse...

Sem por cento de acordo, caro Coronel Fernando Vouga. Sempre vingou a teoria de que Portugal é Lisboa e o resto paisagem.