PORTO DO FUNCHAL: CONTAS PARA PENSAR
Um Leitor do 'Fénix' que de há muito lê as estatísticas no site da Apram diz ter-se deparado com uma política de preços no porto "perfeitamente incongruente". Daí pretender chamar a atenção das autoridades governamentais para "a forma displicente como são tratados oficialmente estes assuntos essenciais para a economia da Madeira".
Daí para cá, foi o tempo de nos enviar o seguinte texto...
Sobre o Porto do Funchal e os navios de cruzeiro
O ano passado, o Porto do Funchal registou
286 escalas de navios de Cruzeiro. A APRAM, para dinamizar o aumento de
escalas, efectua reduções diversas aos
armadores que demandam estas paragens. Essas reduções têm a ver com a
frequência de escalas dos navios: quanto mais escalas, mais baixos são os
custos, tal como acontece nas frequências na estação baixa. E é aqui que 'a
porca torce o rabo'. Vejamos:
Período A - De 1 Janeiro a 31 de
Maio 2013 e de 1 de Setembro a 31 de Dezembro registaram-se 275 escalas.
Período B - De 1 de Junho
2013 a 31 de Agosto 2013, 11.
Qual é o período em que os navios terão o
maior desconto no Porto, na opinião do caro Luís Calisto? Irá certamente
dizer que o lógico seria o período B. Mas não. Como pode ler
no regulamento do porto que junto em anexo, os navios têm uma forte
redução no período em que há exactamente maior número de escalas,
apesar de ser no inverno que eles não podem andar nos mares mais a Norte, sendo
obrigados a rumar para sul.
As taxas mais elevadas para os navios de
cruzeiro são aplicadas exactamente quando o porto está sem navios e
sem trabalho, e a cidade às moscas... É assim desta forma “simples”,
“inteligente” e muito "racional" que a APRAM combate a sazonalidade
dos navios de cruzeiro no porto do Funchal.
Cumprimentos
1 comentário:
A boa e a má moeda
Apesar de ter sido um título já utilizado e, atualmente, levar-nos à ultima nomeação governação, não irei abordar nenhum passado.
A República Portuguesa (RP) e a sua primeira e legitima filha Madeira (RAM) serão palcos, nos próximos meses, de atos eleitorais internos muito importantes, quiçá ao nível dos primeiros na era da “liberdade”.
Comecemos então a nível nacional. As eleições primárias no Partido Socialista (PS), as primeiras nestes moldes, serão relevantes uma vez que daí sairá, em última instância, o próximo primeiro-ministro (PM) da RP. A maioria parlamentar já vai tarde para inverter esta inclinação. A Dona Inércia já trocou os passos e as portas do “cabinet” português.
Costa ou Seguro, que em comum têm o António e o Jorge, eis a questão !? Refiro o Jorge, o outro Coelho do PS, que costuma ser a “bússola” da indicação de quem ganha. Como está numa situação paritária, torna-se difícil saber quem será, de todo, o vencedor.
A nível da RAM estas eleições já evidenciaram uma divisão, que aliás existiu quase sempre, no PS-M : de um lado os elitistas e sulistas e do outro os populares e zé-ninguéns. Costa já demonstrou que levará para o seu governo um ministro e, porque não, um secretário de estado madeirense. Seguro, líder nacional mais solidário com a insígnia regional ainda não nos patenteou nada deste género. No entanto, pela amizade que nutre pelo líder regional, “oficial general” responsável pelos melhores resultados de sempre do PS-M, com toda a certeza que tem alguma na manha. Não nos surpreende que depois do oitavo lugar na lista para as eleições europeias, o lugar de vice-presidente da Assembleia da República esteja reservado a alguém socialista com ligações à RAM. Na Vitória do “Tó Zé”, o Vitor estará Seguro. No triunfo do António, Pereira chegará à Costa. São rosas senhor, são rosas…
E agora o outro lado da moeda: as eleições internas do PPD/PSD-M. O partido que governou a região, desde 1976, na totalidade em termos legislativos e executivos e responsável em 90% da gestão autárquica, encontra-se fragmentado em 5 ou mais pilares. E depois do dia 19 ou 29 de dezembro, o que será do partido da Rua do Netos. Sabe-se que o seu presidente será o presidente do Governo Regional (GR), todavia em todas as guerras civis, a parte que perde ou foge ou se rende. Neste caso, os perdedores irão incorporar os lugares a eleger pela população da RAM ou irão formar outra formação politica nacional e/ou autárquica. Situação inédita para tempos indefinidos. Será que os candidatos já pensaram na escolha para presidente do primeiro órgão de governo próprio, ou seja, para Assembleia Legislativa Regional: Pontes Leça, Emanuel Rodrigues e Virgílio Pereira, embora prestáveis e reservas morais, já estão noutras “ondas”. Quase 40 anos depois, a RAM assistirá um verão quente que se espera sem “regionalizações”. O PPD-PSD ainda é um partido maioritário, no entanto vai precisar, pela primeira vez, de um apoio parlamentar e executivo a partir do dia dos “finados”, do próximo ano...
A moeda, tal como a medalha, tem sempre duas faces, várias formas e diferentes cores. Que o povo não se engane e não dê trocos à “garotada” que gosta de usar ténis “la coste” na relva aparada. O povo é sereno e (ainda é) é quem mais ordena…
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