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segunda-feira, 11 de agosto de 2014

O ciúme das mentes anãs


Do Blogue 'Fio de Prumo'
Dolores Aveiro


Ficaram surpreendidos com o título do post? Não fiquem, porque considero que Dolores Aveiro é muito mais do que a mãe de Cristiano Ronaldo e merece que se fale dela. 
Ha dois dias, ouvi a entrevista que Julia Pinheiro lhe fez a propósito de um livro lançado sobre a sua vida. Confesso que, ao arrepio dos elitistas cá do burgo, a senhora me enterneceu. Directa, sem papas na língua, nem poses de "lady com dinheiro", falou deste e das transformações que o mesmo trouxe ao seu quotidiano que, no passado, não foi um caminho de rosas. 
Mas, sobretudo, mostrou os imensos rostos de que se pode revestir essa hercúlea tarefa de ser mãe. Mãe que ela continua a ser, no apoio ou na crítica que entende dever, no seu papel, tecer aos filhos. E, questionada nas matérias mais delicadas, soube arruma-las com uma eficiência surpreendente.
É uma líder nata do seu clã, alguem que não se "perdeu" com a vida que tem hoje, que mantém os pés bem assentes na terra e para quem a felicidade maior é ver os filhos felizes. Deu uma belíssima lição de simplicidade - que os nobres de sangue e espírito jamais compreenderão - e soube mostrar que se mantém aquela mulher que aprendeu que a vida também se escreve pelas nossas próprias mãos. 


Parabéns à família Aveiro pela capitã que vos calhou para conduzir o vosso barco!
HSC



Nota do 'Fénix' - O blogue e o texto são de Helena Sacadura Cabral. O tema tratado no 'Fio de Prumo' é do conhecimento geral. Para aqueles que tanto se preocupam com os ganhos materiais de Cristiano Ronaldo, mesquinhez patente nos comentários sempre que a ocasião o proporciona, e curiosamente expectorados a partir da própria Madeira, lembramos que o Estado - o nosso ou outro - não entra com um cêntimo que seja para a invejada conta bancária. Cristiano gera a sua própria receita, sem prejudicar ninguém. Ganha muito? Pois ganha. São os mecanismos do mercado, que não comandam apenas o futebol. Cristiano é a razão de ser das transmissões televisivas dos clubes que defende. Jogo com ele rende mil vezes mais. E os adereços com o CR7, vendidos aos milhões... em todo o mundo. A procura do seu nome para publicidade das empresas mais prestigiadas do planeta. E o resto que todos devem recordar antes de abrir a boca. 
É discutível o arrojo do lançamento de um livro por Dolores Aveiro, como o é tanta coisa neste país singular. Mas o essencial é não perdermos de vista que as reacções negativas decorrem do ciúme que o pequeno de Santo António provoca, mesmo nos conterrâneos que se deviam orgulhar dele, só porque está ali o melhor ser humano da actualidade a jogar futebol.
Tem graça que o sucesso de Cristianoporque é disso que se trata, não provoca pruridos fora da nossa terra, como se percebe pelo desassombrado texto de Helena Sacadura Cabral.

5 comentários:

Miss Take disse...

Ambos os textos, belos.
A Inveja, Bilhardisse e Subserviência ao exterior, continuam muito presentes no DNA dos Madeirenses, é pena!

Anónimo disse...

O Madeirense é o pior inimigo do madeirense. É caso para se dizer: o Homem (leia-se, o madeirense), é o único animal que não sabe viver em rebanho.

Anónimo disse...

"O pequeno de Santo António" ainda sabe o caminho para lá? Dizem que nunca mais o viram por Santo António...

Jorge Figueira disse...

Gostaria de lembrar ao Sr. Anónimo das 02h 28m, mesmo descontado o adiantado da hora onde o sono ter-lhe-á tolhido o pensamento, que o "pequeno de S. António" - hoje cidadão do Mundo - e a família não esqueceram, ao contrário daquilo que afirma, SANTO ANTÓNIO.
Veja se consegue enxergar naquela Família Humilde - nunca o negou - gente que lutou e não ficou à espera de frangos assados caídos céu.
Felizmente, a Madeira e Portugal têm muitas Famílias Aveiro e, também, muitos Ronaldos que luta(ra)m por um lugar ao sol.Não são figuras do jornais e TV? Sem dúvida que não. A Força para lutarem por um objectivo, porém, foi a mesma.
Lamentável, para mim português nascido na Madeira, é verificar que os comentários negativos para com o Ronaldo e Família são muito mais intensos na Madeira do que no resto País.
Um amigo meu, também nascido por cá, chama a isto: "invejidade". Trata-se de um sentimento muito nosso que mistura inveja com mediocridade.

Elisabete Andrade disse...

Bem haja por este oásis tão positivo no meio de tamanho deserto só de negativismo e maledicência.
Identifico-me totalmente com a Helena Sacadura Cabral.
Gosto muito da D. Dolores e do espírito de família que soube criar e manter.
Tanta gente com tanta pose a querer passar por grandes senhores...afinal, uma Senhora é assim! Simplesmente.
Está-lhe na alma. Não é para qualquer uma.