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segunda-feira, 14 de novembro de 2016

'Aviso à navegação'


Silvestre Abreu no Liceu: 
“A Diabetes é a pandemia que ameaça o desenvolvimento do milénio”


Silvestre Abreu continua a fazer o aviso à navegação: “A diabetes, que é uma doença crónica, é a grande ameaça ao desenvolvimento do milénio”. Mata muito mais que a Sida, mas é levada menos a sério, apesar de já ser considerada uma verdadeira pandemia.
O médico endocrinologista assinalou hoje, na Escola Secundária de Jaime Moniz, onde já foi aluno há 41 anos, o Dia Mundial da Diabetes, decretado pela Organização das Nações Unidas, com duas palestras para os diretores de turma, a convite da equipa que coordena o Projeto Saúde na ESJM.


A efeméride assinalada na Escola não é por acaso. O também diretor do Serviço de Endocrinologia do Sesaram deixa muito claro que o combate a esta pandemia só pode ser feito através da educação, também nas escolas, na aposta assumida e permanente na prevenção de hábitos saudáveis.
Silvestre Abreu fez-se também acompanhar da enfermeira Aldora Esteves que sensibilizou a plateia sobre as formas corretas de atuação junto de indivíduos diabéticos e a administração da insulina. Para além dos rastreios na Escola, foi também desenvolvida uma marcha simbólica de combate ao sedentarismo, já que a alimentação aliada a uma cultura regular de atividade física combate em 70% o risco de contrair a doença.
O presidente do Conselho Executivo, Jorge Moreira de Sousa, agradeceu a disponibilidade de Silvestre Abreu e Aldora Esteves, nesta partilha de conhecimentos com a comunidade escolar. Elogiou ainda aquela que tem sido “uma cruzada” do médico madeirense, por vezes, nem sempre bem entendida, no sentido da adoção de hábitos saudáveis em nome da saúde pública.
Na sua intervenção, e de forma clara e objetiva, Silvestre Abreu frisou que os profissionais de saúde têm um papel cada vez mais pequeno nesta problemática, competindo à sociedade em geral aceitar a mudança. A escola insere-se neste tecido social e, a este respeito, o endocrinologista fez um apelo, por exemplo, à prática do desporto no campo e não em salas de aula.
Segundo o profissional de saúde, a diabetes de Tipo 2, a mais comum, é uma das primeiras causas de morte, causando doenças cardiovasculares, AVC’s, além de que é a primeira causa de insuficiência renal e até mesmo de cegueira, para além das lesões neurológicas. Relembrou ainda uma outra situação nem sempre compreendida: quando o aluno pede frequentemente para ir à casa de banho, poderá estar a dar sinais de ter diabetes de tipo 1, portanto, ainda não detetado. Há que aliar também outros fatores como a distração, o excesso de apetite e o emagrecimento.
As causas da diabetes estão ligadas aos fatores genéticos e também aos fatores ditos modificáveis, como a obesidade, o sedentarismo, o envelhecimento, o enriquecimento material e a urbanização acelerada.
Neste momento, já se fala em pandemia, porque fora de controlo e com números alarmantes. Em 2015, contavam-se 415 milhões de diabéticos em todo o mundo, com previsão para subir para 642 milhões em 2040. Neste momento, os números já subiram: 733 milhões e, em 2040, 1.120 milhões de diabéticos.
A gravidade do problema é de tal ordem que nem sempre é devidamente projetada para a opinião pública. Segundo Silvestre Abreu, os números de 2015 revelam que 1,5 milhão de pessoas morreram com Sida. Na mesma data, morreram 5 milhões vítimas da diabetes. O que acontece é que o lobby da Sida se move melhor na divulgação do problema.
Portugal não fica bem na fotografia, sendo considerado o país da Europa com maior prevalência da diabetes e a educação é a única arma de combate. Referindo-se às formas de tratamento, Silvestre Abreu indicou em primeiro plano a alimentação, seguida da medicação. Por isso, aconselha a população a seguir a pirâmide dos alimentos, que tem na base o exercício físico, e a manter os nossos hábitos alimentares com uma mudança de fundo: alterar as proporções daquilo que se come, tendo também em linha de conta a ingestão de água. 
O médico apelou ainda “à diversificação no consumo de alimentos” e a uma cultura de pôr os cidadãos a andarem mais a pé. De resto, alertou, não há um medicamento miraculoso para a obesidade. Há sim a mudança gradual de hábitos, o saber comer, acompanhado da prática de exercício físico regular.






Texto e fotos: Liceu

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