A dualidade de critérios de Pedro Ramos
Há uns tempos o senhor secretário regional
da saúde Pedro Ramos criticou o presidente da secção regional da Ordem dos
Médicos (António Pedro Freitas) por ter uma vida política activa. Até vou
citar:
“O secretário regional da Saúde diz que
tudo o que tem sido público, em torno do envolvimento de António Pedro Freitas
nos Estados Gerais do PS, “mancha” a Ordem dos Médicos e “põe em causa a sua
credibilidade”[i].”
Pouco tempo depois foi nomeado Brício
Martins de Araújo, presidente do Conselho Regional da Ordem dos Advogados, para
o Conselho Estratégico Nacional do PSD.
Será
de estranhar eu não tenha ouvido nenhuma critica de Pedro Ramos a essa
nomeação?
Sobre
Brício Araújo, presidente do Conselho Regional da Ordem dos Advogados, passado
um ano, ainda não substituiu os advogados indigitados pela OA que nada fizeram
em processos criminais… mas tem tempo para escrever uns artigos de opinião, e
agora para ajudar um partido político. A história completa pode ser lida em:
Resumindo
Um individuo (Pedro Ramos) fez com que a
entidade pública por si dirigida criticasse um outro individuo (António Pedro
Freitas) por ter participado num evento de um partido político, por este último
ser detentor de um cargo de dirigente numa entidade pública autónoma. Se a
crítica fosse a título particular esta publicação não existiria…
Em seguida, que se saiba, Pedro Ramos não
criticou publicamente outro individuo detentor de um cargo de dirigente numa
entidade pública autónoma (Brício Araújo) por participar em comissões de outro
partido político… que por acaso é o mesmo que nomeou Pedro Ramos para um alto
cargo político.
A fotografia de Pedro Ramos está tirada
pois na minha opinião:
· “Quem
é contra a injustiça, é contra todas as injustiças… não é só contra as que os
prejudicam…”
· XV,
11 Disse o Mestre: “Quem do que fica longe não se importa, bem perto mágoas
terá”. Confúcio, Analectos. Será que terei que lembrar o rumor
sobre o Dória:
Neste
momento, ao contrário de quase todas as outras classes profissionais na
Madeira, um médico pode ser independente… mas esses tempos em que alguns
médicos[ii] podiam considerar que podem opinar
impunemente (ou pelo menos com pouco dano para a sua vida pessoal e familiar)
pelos vistos estão acabando.
Senhor Secretário Regional, esta sua
omissão é a sua verdadeira herança para os seus e para a população em geral.
Era aqui que não podia ter errado: Alguns sem direito a cuidados de
saúde é muito mau. Mas sem liberdade de expressão, poucos terão esses direitos.
Mantenho:
os laranjas e votantes laranja odeiam tudo e todos (e odiar é desejar e agir para
provocar danos num alvo).
O ser humano é um ser social, e estes
laranjas nem nos permitem conviver (nem sequer podemos dizer a verdade ou
ensinar aos nossos filhos, pois jovens têm tendência a abrir a boca), devido ao
medo de ser associado com X ou Y, ou de ouvir ou falar algo contra os laranjas.
Nem pela metade vivemos…
“Em tudo que fazemos ou deixamos de fazer,
consideramos a opinião dos demais quase como superior a tudo, e dessa
preocupação vemos nascer, depois de um profundo exame, quase a metade dos
tormentos e das angústias que temos sentido.”
Schopenhauer
Eu, O Santo
[i] Admito que membros de
órgãos da administração pública (neste caso, administração pública autónoma)
tenham uma vida política activa pública, desde que não utilizem o cargo para
fins políticos. Vou até mais longe, tecnocratas que não participam na vida
política, demonstram que têm pouco interesse pelo bem de seus concidadãos, e
pouca preparação têm para lidar com políticos… situação que vai afectar a
qualidade de serviços que eventualmente dirijam.
Obviamente, na actual conjuntura, desincentivo essa participação.
[ii] Os outros há muito que
perderam essa liberdade.
8 comentários:
Câncio, nesta até te dou razão, mas ninguém te liga.
É a tua sina.
Por uma vez, para remissão de pecados anteriores, o Santo tem razão. É caso para proclamar: Aleluia!
O senhor presidente do Conselho Regional da Madeira da Ordem dos Advogados, tem um espaço cativo no D N onde, de quando em vez, perita sobre assuntos relacionados com a justiça.
Na maior parte das vezes, trata de coisas que não interessam a ninguém. Poderia, por exemplo, opinar sobre a extorsão praticada pelos agentes de execução; ou será que isso incomoda os seus empregadores?
Este caso é mais grave pois na situação dos médicos foi a participação num evento. Aqui trata-se da presença e participação num verdadeiro órgão partidário. O que pensam os advogados desta vergonha? E os outros partidos não dizem nada? Quanto à competência do visado..
Está tudo certo mas falta um pormenor. Este senhor advogado passa a fazer parte de um orgao de um partido de que é militante. É o que acontece com qualquer militante de qualquer partido. Não é na qualidade de presidnete da seçao reginal da Ordem dos Advogado, que vai ocupar esse lugar.
Já o medico Antonio Pedro participou nesses Estados gerais do PS enquanto presidente da Ordem dos Medicos seçao regional, e não como Antonio Pedro, medico.
Se há duvidas voltem a ver como foi anunciada a sua participaçao nesses estados gerais.
Sem querer ser advogado do Senhor secretario, qualidade que não tenho, sempre se dirá que a critica do Secretario tem razao de ser e é correta.
Para quem esteve nesses estados gerais deve se lembrar que Antonio Pedro, presidente da seçao regional da OM, sabia que era como presidente da OM que intervinha, até pela falta de educaçao de citar para dar como exemplo uma conversa particular com a Diretora Clinica do Hospital que convidou nessa qualidade para participar nesses estados gerais e que a mesma recusou exatamente por ser convidada nessa qualidade, como saiu no DN em resposta á má educaçao do presidente da OM, seçao regional.
Toda muito bonita a sua resposta mas a verdade é que ele é apresentado pelo partido como presidente regional da ordem dos advogados, logo, tirando "vantagem" desse facto.
Infelizmente SIA por mais que tente sacudir a água do capote e disfarçar, a presença do sr. Brício foi anunciada e publicitada como Presidente do Conselho Regional da Ordem dos Advogados, não como militante de um partido, caso contrário, por que exibiriam aquele título para apresentá-lo? Claramente para aproveitamento político de um cargo institucional externo que deveria ser livre e independente. O próprio Sr. Brício deveria ter o bom-senso de não se meter nestas alhadas e vergonhas enquanto ocupasse um órgão como a Ordem.
Ó anónimo das 21:27, o presidente da ordem dos médicos, que é médico, não pode participar num evento? Mesmo que o evento seja o dos estados gerais do ps, porquê? O militante do partido, que é presidente da ordem dos advogados, pode fazer parte de um orgão do partido de que é militante, enquanto advogado e não há incompatibilidade.
No caso do médico, bastava dizer enquanto médico, mesmo sendo presidente da OM da região?
A CIA também atribui aos seus agentes coberturas convicentes e este SIA diz nos que devemos ser ingénuos e aceitar este argumento dos diversos papéis...
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