UMA INVASORA CRUEL
Fig. 1 – Frutos da corriola-de-seda (Araujia sericifera) – 30.09.2017
Fig. 2 – Fruto maduro e pronto para dispersar as sementes – 02.02.2013
Em 1818 o botânico português Félix Avelar Brotero (1744 – 1828) descreveu pela primeira vez uma trepadeira indígena do sudeste da América do Sul, classificando-a de Araujia sericifera. O géneroAraujia foi atribuído em homenagem ao botânico António de Araújo e Azevedo (1754 – 1817); o nome específico sericifera, que significa produz seda, está associado ao facto dos frutos possuírem inúmeras fibras sedosas a envolver as sementes.
Essa trepadeira foi introduzida na Madeira, com fins ornamentais, na primeira metade do século XIX. Carlos Azevedo de Menezes (Flora do Archipelago da Madeira, 1914), escreveu que era frequente nas quintas e jardins, mas não fez qualquer referência à sua presença nos espaços extramuros. Rui Vieira (Flora da Madeira – Plantas Vasculares Naturalizadas no Arquipélago da Madeira, 2002) afirmou que no início deste século a trepadeira sul americana era pouco cultivada, mas que aparecia “subespontânea e naturalizada, mas com certa raridade, em incultos e locais húmidos e frescos (por vezes junto a levadas), mesmo na Laurissilva e zonas inferiores ou mais baixas”.
No últimos anos, a trepadeira, conhecida popularmente por corriola-de-seda ou sumaúma-bastarda, tem invadido muito rapidamente terrenos agrícolas abandonados e hoje forma grandes manchas desde o nível do mar até aos 600 metros de altitude, no sul e no norte da ilha.
Figueiras, nespereiras, abacateiras, anoneiras, loureiros, tis, barbusanos, faias-das-ilhas, seixeiros vêm desaparecendo sob um manto denso de folhas, verdes e de brilho ceroso na página superior e acinzentadas na página inferior. Os caules finos e flexíveis da liana entrelaçam-se com muita força nos ramos e nos troncos, chegando a provocar o estrangulamento. Impedidas de receber os raios solares e com uma forte competição na captação da água e dos nutrientes no solo, as árvores vítimas do cavalgamento acabam por morrer se não forem libertadas pelos homens.
E esta é a altura do ano mais apropriada para mover uma guerra contra a trepadeira cruel. Está em plena floração e continuará a produzir muitas flores, rosadas com tons brancos e violáceos, até fins de Setembro. Entretanto, já surgiram os primeiros frutos parecidos com pimpinelas, que no Inverno começarão a abrir e a dispersar com a ajuda do vento um número incontável de sementes, que germinarão muito facilmente nos solos húmidos.
A erradicação tem de ser feita com algumas precauções. As plantas devem ser arrancadas, porque se forem roçadas voltam a rebentar em poucas semanas; esta trepadeira da família Apocynaceaepossui uma seiva leitosa muito irritante para a pele, pelo que o seu manuseamento deve ser feito apenas com luvas.
Fig. 3 – Flores e folhas da corriola-de-seda (Araujia sericifera) – 18.08.2018
Fig. 7 – Figueira totalmente coberta pela corriola-de-seda – 19.08.2108
22.08.2018
Raimundo Quintal
4 comentários:
Há uma outra planta invasora na Região: O pipedies piesedis.
Foi introduzida na região há cerca de 40 anos.
No início, apenas invadia pequenos muros e sebes. Com o passar dos anos invadiu todo o Sul da Região, deixando um rasto de betão mal armado que os turistas não apreciam.
Hoje essa planta apresenta uma doença rara: envilhecimentis pidedies, levando ao definhar dessa invasora.
Estudos recentes dizem que, em 2019, a doença levará ao desaparecimento da planta invasora.
13.40 pior é a tua doença dá para ficar careca
Continue, um dia vai chegar lá..
Não se preocupem, pois deixem o vosso coração bater tranquilamente
Quem sobe o para o Paúl da Serra vê toda a encosta cheia de giestas.O Paúl está cheio de tojo(caraqueija), talvez para coçar as costas aos coelhos
Tanto desempregado a receber bons subsídios de desemprego, mas a trabalhar paralelamente no Alojamento Local.Até de taxistas, guias de montanha fazem.
Tanto parasita a Chupar o suor dos contribuintes, têm saúde para eles e vender às meninas da segurança social, que lhes preenchem os pedidos, no entanto chega-lhes a casa subsídios de todo o género.
Nem fazem pequeno almoço em casa para as madames não lavarem loiça, nem estragar o verniz das unhas, mas acordam na confeitaria ou café da esquina como lorpas, acompanhados dos seus filhos.
Ninguém é chamado pelo serviço regional de emprego para limpar florestas, plantas e árvores, limpara as sarjetas das ruas para no inverno não haver inundações, arranjarem jardins visto certos uma terra Turística, nem para acompanhar um velhinho, indo apenas à cozinha buscar um copo de água e levar-lhes à cama para tomarem a medicação e porque não fazendo companhia, nem que seja para jogar às cartas
Pobre Povo, pobre Governo
O Património do Governo está a ser vendido.
O que restará para a classe trabalhadora?
O que esperar de um mentiroso compulsivo do palacete aliado a uns regentes agrícolas do Sul e do norte, habituados a encher a pança de vinho e dizerem serem enólogos?
Que podemos esperar dum desgoverno (digo, renovadinhos) que se preocupa em pintar à caveira e encharcá-la de laca?
Pariu uma fornalha de gaguejas especializados no ambiente e obras, economia, gestão e trabalho fácil e este humilde Povo que andou pela Venezuela e R.S.A.,e todo o Povo que ficou na Ilha a trabalhar honradamente a fazer economias e hoje paga imposta até dizer basta...
As florestas estão cheias de plantas e arbustos infestantes e as aldeias e cidades, está cheia duma praga social maldita que matará o Estado de Direito
e hipotecará a Democracia e o nosso futuro.
Enviar um comentário