DELFINS

ALBUQUERQUE NO CONTRA-ATAQUE

AOS 'CRITÉRIOS' DO CHEFE

O Delfim que nos desculpe a franqueza, mas parece que ainda não descortinou a obsessão do homem lá de cima pelo futuro do JM

Jardim tem apregoado as 'qualidades' que, por determinação dele próprio, são condições 'sine qua non' para um Delfim ganhar a corrida à sucessão. Se não nos enganamos, e o Leitor que nos corrija se estivermos enganados, a primeira dessas condições não é para brincadeiras: só deverá ser líder do PPD para tentar manter a hegemonia laranja na Região aquele candidato que garantir a continuidade do Jornal da Madeira.

Pois, nós também julgávamos que o primeiro passo a dar, depois do descalabro destes 40 anos, e no meio dos escombros madeira-novenses em que vivemos, seria a apresentação de um programa económico-social que nos permitisse respirar um pouco. Em segundo lugar, tomar balanço nesse degrau e passar a políticas que dinamizassem a vida da Região - globalmente considerada, tem de ser.

Não. Naquela cabeça, o que primeiramente urge saber, para salvar o PPD e a Madeira, é se o candidato à sucessão é ou não é adepto do JM!

Bom, é evidente que não pode existir um só jornal na terreola. Com ou sem clima de chantagem, são precisos 2, 3 'n' jornais. Só que o JM de hoje não funciona como um jornal, dispensamo-nos de explicar porquê. Logo, por definição, o JM de hoje não contribui para a pluralidade jornalística. Os profissionais do jornalismo lá dentro sabem disso melhor do que nós. Mas o JM não deve fechar portas. Desde a sua fundação, com mais ou menos dificuldades, o matutino conseguiu manter a sua actividade - até ao fatídico dia em que o bispo Santana o entregou à política de direita para garantir aos fiéis a defesa contra Estaline e o acesso beatificado aos céus.

Temos uma proposta: libertem o JM da gaiola das araras e deixem-no voar em busca da função e do prestígio que já teve, mesmo com a garantia de que numa solução posterior haverá sempre espaço para o sua excelência de lá de cima debitar os seus estenderetes, esteja em que situação estiver - à vontade, sem limitação de espaço nem censura. Porque o problema de Meio Chefe é esse: ele sai da pista mas quer que a população continue a pagar milhões por um projecto onde ele possa exibir-se diariamente.   

Que não seja por isso, deixem lá o homem escrever à vontade - seja no JM seja noutro qualquer que apareça. Mas no mercado, com regras normais.

Não é fácil uma pessoa sentir fugir entre os dedos mordomias de 40 anos. Que escreva, o homem já faz parte da mobília gráfica regional. Agora, quanto a assegurar-lhe viagens a Bruxelas, bom, aí não nos metemos. Que o futuro secretário das Finanças resolva isso da melhor maneira e sem o Tribunal de Contas meter o nariz.

A propósito deste tema, o candidato mais alvejado pelo chefe nos últimos dias, talvez a par de Miguel de Sousa, acaba de nos enviar um comentário que publicamos de seguida.