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sábado, 12 de novembro de 2016

Entrevista no 'i'




Carlos Pereira 'corta vasas'
a Paulo Cafôfo





O líder socialista não admite a hipótese de ser ultrapassado no partido e prevê que em 2019 será presidente do governo regional  


Se Paulo Cafôfo está com ideias de, a breve trecho, disputar o governo da Região, pode ficar já com a certeza de que não contará com a colaboração de Carlos Pereira para o efeito.
O líder do PS-Madeira costuma desvalorizar a tese de que o actual presidente da Câmara do Funchal lhe quer roubar o lugar à conta de um eventual desaire socialista nas autárquicas. Nesse caso, Cafôfo fazia-se militante, tratava de ganhar a liderança do partido e disputava as regionais como cabeça-de-lista do PS. Carlos Pereira foge normalmente à questão. Mas, para consumo externo, não podia ser mais explícito do que é numa entrevista ao 'i', edição deste fim-de-semana. Carlos Pereira garante não ter dúvidas de que "irá ser o primeiro socialista a governar a Madeira". Já em 2019.

Críticos internos, no entanto, murmuram: o chefe passa demasiado tempo em Lisboa, descura o cargo de presidente do PS-M e desse modo enfraquece a liderança do partido, o que facilitará a escalada de Paulo Cafôfo. A entrevistadora 'põe o dedo na ferida'. E Carlos Pereira responde sem deixar margem aos ambiciosos: "Vou estar na Madeira a tempo de ser presidente do governo regional."
O caminho a seguir e os objectivos para o percurso ficam vinculados nestas declarações: "Sou líder do PS na Madeira, tenho um projecto que inclui as autárquicas - e não podemos pensar nas eleições de 2019 sem pensar nesse desafio importante - e, depois das autárquicas, consolidar o PS como alternativa governativa que responda às ambições e ansiedades das pessoas."
Portanto, nos projectos do líder do PS, Paulo Cafôfo tem o caminho barrado. Se o autarca funchalense prefere concorrer às regionais como líder do PS a fazê-lo de outra forma qualquer, é melhor ler a entrevista do 'i'. 
Carlos Pereira informa que se mantém vigente a decisão dos socialistas, tomada vai para um ano e meio, de todos os presidentes de câmara do PS se recandidatarem. No caso do Funchal, onde governa uma coligação, o PS trabalha hoje em dia para ir a votos utilizando um modelo semelhante. Nesse âmbito, decorrem encontros reunindo Cafôfo, Bruno Ferreira (presidente da concelhia) e o próprio Carlos Pereira, segundo conta o líder do PS ao 'i'. "Estamos a encontrar uma solução que permita voltarmos a ganhar a Câmara do Funchal".
Quanto aos componentes da nova coligação, Carlos Pereira diz que PND, partido entretanto extinto, e PTP, que não quer 'renovar', estão fora do baralho, mas que pode haver outros a coligar. 
O objectivo de Carlos Pereira é manter as quatro câmaras actualmente com presença PS (Funchal, Porto Santo, Machico e Porto Moniz) e "ganhar mais algumas câmaras". A Ribeira Brava pode ser mais uma lança em África, crê o chefe dos socialistas.


O falhanço de Albuquerque

Sobre a política regional do momento, Carlos Pereira considera que "o que temos hoje não passa da continuidade do que tínhamos no passado do PSD-Madeira de Alberto João Jardim". Apesar de haver "uma pessoa com um estilo novo", a sua leitura é que "na prática e no conteúdo" não se mudou muito. As promessas por cumprir configuram "um falhanço de Miguel Albuquerque" e a "desilusão dos madeirenses em relação a esta governação".
Interrogado pela jornalista Margarida Davim, Carlos Pereira é peremptório e insiste em que a Madeira não mudou com a saída de Jardim, acrescentando até que isso não o surpreende. "É muito difícil construir algo de novo em cima de um monte de lixo", ataca. "Passámos 40 anos com um partido que se instalou na Madeira e que capturou toda a sociedade, toda, desde associações privadas a igrejas." Ora, como a nova situação não cortou com as cumplicidades existentes - raciocina Carlos Pereira - não houve "mudanças consistentes". Um exemplo de que, apesar das promessas, continua tudo na mesma, reside na situação dos portos da Madeira, que continuam a ser "os mais caros da Europa".
O facto de Miguel Albuquerque, no conselho regional do PSD, há oito dias,  ter ameaçado demitir os secretários que não funcionarem como devem leva Carlos Pereira a intuir que o governo das Angústias está "desorientado" e padece de "falta de liderança". Há secretários - entende - sem experiência política e que se sentem perdidos porque "não há liderança". 

Perante o actual cenário, em que vê o maioritário PSD-M à deriva, o líder socialista deve achar-se com caminho livre para finalmente dar um novo ciclo político à Madeira. Não pode é esquecer-se de duas realidades inquietantes: o PS não é o maior partido da oposição, encontrando-se num modesto 3.º lugar, ex-aequo com o JPP; "não podemos pensar nas eleições de 2019 sem pensar nesse desafio importante" das autárquicas.


10 comentários:

Anónimo disse...

proximo govferno sera PSD/CDS....Aqui nao havera geringonça...
E a primeira etapa devia ser ja para algumas Camaras Juntar PSD e CDS...e Fx claro

Anónimo disse...

Pereirinha, quando te aperceberes já estás a falar só. É olhares para a história do teu partido e veres a lista de traições e facadas nas costas.

Anónimo disse...

Cafôfo só precisa fechar um acordo no Norte da Madeira e o Pereirinha cai.

Anónimo disse...

gostemos ou não dele , temos que reconhecer que Carlos Pereira é muito mais bem preparado que a miss campanario , que se limita a andar de dn em dn a espalhar subsidios com o nosso dinheiro e de viagem em viagem com o Iglesias .

Anónimo disse...

Voltaremos ao mesmo que se passou em Lisboa, estes partidos tb com problemas internos. Continuaremos com o PAEF e a Madeira a afundar todos os dias. O. Orçamento para 2017 revela isso mesmo, continua tudo igual, e quem fez a divida colossal continua impune e em altos cargos publicos na ALM e GR, oprimem os trabalhadores, perseguem pessoas honestas, prepotentes e arrogantes, queremos justiça para estes individuos. Acho mais grave.arguidos em lugares de destaque e de gestao do que outros com supostas licenciaturas, que demitiram-se em Lisboa, porque para ser politico nao necessita ser licenciado. Ser arguido do Cuba Livre e ter funçoes publicas, pretendem branquear o que fizeram, puro terceiro mundismo.

Anónimo disse...

Indiferente. Não votarei em nenhum.

Anónimo disse...

Venha o diabo e escolha.
Tudo farinha do mesmo saco.

Anónimo disse...

Mas o que é que CAFOFO fez no Funchal? Nem sequer melhorou o piso à volta da Câmara e descida frente ao Governo...Só covas naquele empedrado. Não asfaltem...Só calcetar de novo...
Mas nada.
CAfofo só gere o sorriso e marketing no Diário

Eu, O Santo disse...

Concordo com o Anonimo das 9:32.
Um individuo com cargo no PSD-M uma vez disse-me: "os partidos da Oposição não querem ter o Governo Regional"... quando me lembro, por vezes acredito nas suas palavras.

Anónimo disse...

O Sr. Carlos Pereira que se deixe de lérias que vai levar banhada nas autárquicas e o careca treinado no trampolim do sindicatos dos professores vai lhe passar a perna. Tão certo como eu ser madeirense.