LARANJAL

"PSD-M VIVE SITUAÇÃO PERIGOSÍSSIMA"

Sérgio acusa frontalmente: os 'casos' que
inquinam o processo de sucessão
não têm partido dos candidatos.

Alerta de Sérgio Marques sobre mais um caso que prejudica a imagem do seu partido - a tentativa de chumbar as assinaturas que pedem congresso extraordinário 

O candidato à liderança dos social-democratas Sérgio Marques confessa-se particularmente preocupado com o estado de coisas actual. Em nome dos interesses do partido, Sérgio não hesita em tomar publicamente uma oportuna posição político-partidária mesmo sabendo que está a sair em defesa de um forte rival na corrida em curso - no caso Miguel Albuquerque.

O antigo eurodeputado, em artigo da sua lavra, acusa directamente o aparelho do partido de ter criado mais um caso que retira credibilidade a quem pretende continuar no poder. Refere-se Sérgio à tentativa de chumbar assinaturas de filiados através de uma "premissa estatutária nacional entretanto revista" segundo a qual quem não pagasse as quotas era suspenso de militante. 

Preocupado com o que, numas eleições regionais, pensarão os madeirenses de quem não consegue sequer governar o seu partido, Sérgio Marques "chama os bois pelos nomes" esclarecendo que nada do que vem maculando este processo de sucessão tem tido origem nos candidatos. 

Trata-se de uma constatação flagrante, mas que os quadros do PPD ainda no activo fingem ignorar, não sabemos se por muito mais tempo.

Eis o oportuno e necessário texto com o grito de alerta lançado pelo candidato Sérgio Marques:

    

"O PSD/M vive uma situação perigosíssima. Está a revelar cada vez mais incapacidade para lidar com uma situação que devia ser normalíssima, como é escolher um novo líder. Se não soubermos assegurar, em condições de normalidade, a eleição do novo líder, que credibilidade nos restará para, nas próximas eleições regionais, pedirmos que os cidadãos confiem em nós? Ou seja, se nem somos capazes de governar o Partido como é que os Madeirenses e Porto Santenses acreditarão que somos capazes de assegurar a governação da nossa região?

Isto a propósito da mais recente peripécia (a validação de apenas 161 assinaturas de militantes que requereram um congresso antecipado), uma entre muitas outras (inscrição de novos militantes, sedes fechadas para o debate, tentativas de expulsão de um candidato, falta de transparência sobre o universo eleitoral) em que o processo conducente à eleição do novo líder tem sido pródigo.

Assistimos igualmente a uma curiosa abordagem dos estatutos, ora os internos Regionais, ora os Nacionais. Associa-se ao processo uma estranha lógica de exclusão e fechamento do partido, no caso presente com a aparente remissão da condição de militante para uma premissa estatutária nacional, entretanto revista, de que um companheiro perderia a sua filiação após dois anos de incumprimento no pagamento de Quotas. Imagina-se que, levando à letra e a sério tal disposição, ainda mais numa altura de forte constrangimento financeiro por parte da população, rapidamente veríamos o PSD reduzido a uma espécie de “grupo de amigos” com as quotas em dia. Questiono-me a quem interessaria tal cenário.

Não deixo de sublinhar que não tem partido dos candidatos, já declarados ou por assumir, o ruído que permanentemente vem obstaculizando a um processo de campanha normal e saudável. Algo que deve merecer uma reflexão generalizada.

Urge que todos sem exceção, eu incluído, assumamos as nossas responsabilidades.

Sérgio Marques"