DESLEIXO DE JAIME FACILITA
ASSINATURAS DE ALBUQUERQUE
Incúria do aparelho... |
...Apanhada pelo CJ. |
O feitiço voltou-se contra o feiticeiro: Jaime Ramos, que a par de Jardim tanto trabalhou e tantas pressões desencadeou para chumbar o requerimento de Albuquerque pró-congresso extraordinário, afinal também é responsável pelo sucesso da iniciativa do delfim rebelde. O extenso parecer do conselho de jurisdição já nas mãos de Cunha e Silva responde às pressões com um ataque 'preto no branco' ao secretariado de Jaime. Quanto à votação do pedido de Albuquerque, já o dissemos: 22 de Março no conselho regional de Santa Quitéria.
Concluiu-se a fase de pareceres que João Cunha e Silva pediu ao conselho de jurisdição (CJ) de José Prada.
O presidente da mesa do congresso e do conselho regional, também vice do governo, queria saber duas questões fulcrais:
Primeira, se o pedido de congresso extraordinário para Junho era pertinente e não conflituava com uma deliberação anterior do conselho regional que marcara outra data para o congresso - Janeiro de 2015, antecedido de eleições internas.
O conselho de jurisdição não poderia ter outra leitura dos estatutos do PSD-Madeira, que no seu artigo 12.º estabelece que o conselho regional, a comissão política regional ou 300 filiados regionais podem pedir a convocação de congresso - independentemente das deliberações do conselho sobre o mesmo assunto, entende o CJ.
Se há congresso confirmado pelo conselho, como há, isso não impede a marcação de outro extraordinário, antes daquele.
Acrescentamos nós: a não ser levado em conta esse artigo dos estatutos, ficaria nas mãos do conselho regional, ou seja, de Jardim, marcar inapelavelmente congresso para quando o rei fizesse anos.
O que deve ser considerado - conforme o texto do CJ que João Cunha e Silva recebeu quinta-feira - é que, em caso de pedido de congresso electivo, como acontece agora, o conselho regional fica com poderes para decidir da justificação ou não da eleição interna. Ou seja: congresso há, eleições é que ficam dependentes do conselho regional. É questão de se pegar nos Estatutos do PSD-M e ver o artigo 21.º no seu ponto n.º 3.
José Prada explica tudo exaustivamente ao presidente do conselho, aliás também jurista de profissão.
A segunda questão sobre a qual Cunha e Silva pediu ao CJ parecer esmiuçado relaciona-se com a célebre validação das assinaturas que apoiam o requerimento de Albuquerque - e se ter as quotas em dia é para o filiado condição 'sine qua non' para subscrever o requerimento em questão (pedido de congresso antecipado).
Jaime Ramos passa do pedestal ao cadafalso
É aqui que Jaime Ramos muda de papel. Até à data, pressionava tudo e todos para que a proposta de Miguel Albuquerque não chegasse a ser votada pelo conselho regional de 22 de Março que vem. Assim defendia os seus próprios interesses e reforçava o trabalho de Jardim no mesmo sentido.
Jaime chegou inclusivamente a mandar avisos em todas as direcções no sentido de que recorreria, ninguém sabe para onde, se alguma entidade interna, designadamente o conselho de jurisdição, aprovasse Albuquerque. Mas depois...
O documento já em poder de Cunha e Silva contém uma novidade: Jaime Ramos é quem tem a culpa do falhanço da sua própria estratégia para deter o processo desencadeado por Albuquerque.
É que os serviços do Secretariado, na observância do 'regulamento de admissão e transferência de militantes', tinham obrigação de avisar atempadamente, nos prazos estipulados pelo referido regulamento, os militantes faltosos em matéria de pagamento de quotas. E o secretariado presido por Jaime Ramos nunca se deu a esse trabalho. Nem pouco mais ou menos.
Assim, quando tentou travar Albuquerque, levantou-se o 'regulamento' referido a perguntar se Jaime cumprira todas as regras a que está subordinado. Não cumprira nenhuma. O conselho de jurisdição não perdoa e escarrapacha tudo no parecer que elaborou, ao longo de uma dezena e meia de páginas.
Jaime Ramos fica mal na fotografia. O CJ pergunta objectivamente se o secretariado notificou, como devia, os filiados faltosos para porem as quotas em dia. E se, depois dessa diligência, voltou a contactar os faltosos avisando-os para as consequências disciplinares caso não cumprissem o pagamento em atraso. Outra pergunta: se o secretariado mandou por escrito (estes passos estão todos no regulamento citado) a decisão de cancelar as inscrições dos filiados em falta. E se enviou ao próprio conselho de jurisdição a comunicação individualizada dos 'caloteiros' e a participação contra eles.
O CJ pergunta. Mas não vale a pena perder tempo a procurar as respostas. O dirigente Jaime e os seus serviços do secretariado não se preocuparam minimamente com os procedimentos regulamentares, a que, parecendo que não, também estão sujeitos.
Há 325 militantes legais, há votação
Neste processo, o secretariado fizera contas e mais contas tentando chumbar os 638 subscritores do requerimento de Albuquerque. Só que, por mais esforços em sentido contrário, e para abreviarmos tantas parcelas, daquelas contas não se chegou a outra conclusão que não fosse a legalidade de pelo menos 325 assinaturas de militantes subscritores. Como eram precisas apenas 300, eis homologado aquele que é o pior resultado para Jaime e Jardim, que temem a votação em congresso, não se percebe porquê - já que será feita de braço no ar e com o chefe a ver todos.
Princípio geral na votação
Muitos comentadores do 'Fénix' têm debatido a questão de a votação em conselho regional fazer-se de braço no ar e não secretamente. Compreende-se a discussão. É que aquele órgão foi escolhido 'a dedo' pelo chefe Jardim. Ali está muita da gente que o acompanha desde há muitos anos. Lá pontuam conselheiros de raiz - entre eles João Carlos Abreu, Alberto Casimiro, Almada Cardoso, Rui Adriano, Jorge Faria, Rocha da Silva, David Gomes, Miguel Afonso, Carlos Rodrigues (CTT), Jocelino Velosa, João Dantas, Luís Dantas e tantos outros social-democratas sempre considerados da confiança da liderança tradicional do PSD-M. Mas há outros já assumidos apoiantes de delfins no terreno e alguns ainda por se definir. Para criar mais expectativa, há ainda com direito a voto um representante de cada freguesia da Madeira, 15 da Jota - que ainda não se percebeu em que águas navega - e 15 elementos dos TSD.
Logo, a decisão por voto secreto poderia tramar aquilo que Jardim programou: congresso apenas em Janeiro de 2015 antecedido de eleições internas em Dezembro.
As dúvidas são tantas que Jardim já ameaçou a generalidade do conselho regional: se der o dito por não dito, viabilizando o congresso pedido por Albuquerque, então não passa de um "catavento".
Têm perguntado, com pertinência, os Leitores do 'Fénix': e se aparece um conselheiro a propor votação secreta? Cunha e Silva pode dar-lhe provimento?
Não sabemos. Mas julgamos que o mais natural seria Cunha e Silva pôr essa proposta a votação... de braço no ar.
A questão do braço no ar, verdade seja dita, não foi armadilha de Jardim quando idealizou estatutos e regulamentos. Trata-se de um princípio geral: desde que não estejam pessoas em causa, o hábito é votar de braço no ar.
Albuquerque e Sérgio condenaram tentativas
Para já, esta intrincada fase da legalidade ou não do documento de Albuquerque foi ultrapassada. No dia 22, há votação em Santa Quitéria.
Recorde-se que Jardim mais Jaime Ramos desencadearam forte campanha contra esta votação. O JM, feito nas Angústias, chegou a dar em manchete como inválidas as assinaturas recolhidas por Miguel Albuquerque.
Nessa altura, o delfim rebelde ex-presidente da CMF considerou essa diligência no Jornal como "prova da desvergonha política que campeia impunemente à solta", ou seja, mais um exemplo dos "desmandos informativos cinicamente publicados por ordem do líder".
O próprio Sérgio Marques, outro candidato demarcado da linha Jardim, veio a terreiro na mesma altura considerar, que o PSD-M vivia uma "situação perigosíssima". Sérgio condenava as tentativas desesperadas para eliminar a possibilidade do congresso antecipado invalidando assinaturas válidas.
"O PSD está a revelar cada vez mais incapacidade para lidar com uma situação que devia ser normalíssima, como é escolher um novo líder", denunciou aquele antigo eurodeputado, deixando um alerta: "Se não soubermos assegurar, em condições de normalidade, a eleição do novo líder, que credibilidade nos restará para, nas próximas eleições regionais, pedirmos que os cidadãos confiem em nós?"
10 comentários:
Afinal o Albuquerque tinha razao.Nao eram precisas quotas em dia,como,facilmente se percebia pelos estatutos.O partido nunca expulsou ninguem por quotas em atraso.
Pena que alguns venham aqui comentar,colocando as coisas em termos pessoais e até com ofensas.Comentem questoes politicas concretas e nao desçam de nivel.É O PSD-M,que perderá com isso.
Grande Sérgio Marques gostei!
"O PSD está a revelar cada vez mais incapacidade para lidar com uma situação que devia ser normalíssima, como é escolher um novo líder", denunciou aquele antigo eurodeputado, deixando um alerta: "Se não soubermos assegurar, em condições de normalidade, a eleição do novo líder, que credibilidade nos restará para, nas próximas eleições regionais, pedirmos que os cidadãos confiem em nós?"
Primeira batalha ganha por Albuquerque. É a janela da esperança a abrir-se para o "NOVO" PSD-M
(...) Sérgio Marques, outro candidato demarcado da linha Jardim, veio a terreiro na mesma altura considerar, que o PSD-M vivia uma "situação perigosíssima".(...)
O Futuro é Sérgio Marques. Com Sérgio na frente tudo será diferente.
Desculpem,mas o Sergio Marques ,pessoa que eu considero,apenas ha três meses acordou para a realidade e desmarcou-se de AJJ.O Miguel Albuquerque,em coerencia com o seu discurso de ha muitos anos,já alertara para os perigos que o partido corria.Este nunca teve medo de emitir opiniao,de pensar pela sua cabeça e por isso nao aceitou cargos no partido,desde há quatro anos.
Com respeito por todos,mas o seu a seu dono.
São esses "conselheiros de raiz" e de confiança do AJJ que vão determinar com o braço no ar se há congresso antecipado ou não????
se assim for o Albuquerque que meta umas ferias e apareça la mais para o fim do ano...
Para sermos justos Miguel Albuquerque só se desmarcou de Jardim no final do seu mandato na Camara! Desde ai é uma pessoa diferente metade da gente que o apoiava pelo que eu tenho visto apoia agora o Sérgio. Vamos a ver qual destes dois vai ceder!
Acreditem, o problema do PSD-m tem mais a ver com este incompetente e ditador do que com AJJ. E o ambiente no GP com os deputados entregues a si próprios sem apoio?!
Albuquerque e Sérgio passaram a vida a comer do prato e agora andam a cuspir! Porque não falaram mais cedo?????? Estavam bem encostados a Jardim! Hoje, sem tacho, enfrentam Jardim. Que coragem!!!!!!!!!!!!!!!! Da minha parte não tem o meu voto.
E Sérgio queria formar governo em Maio. Rapazinho especial de corridas.
E queria os da oposição a votar para a liderança do partido! Inocências!
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