CANDIDATURA POR EPISÓDIOS
2.º Capítulo: "A ponta do véu"
O 2.º episódio do folhetim Francisco Santos (ou Cunha e Silva, se preferirem) surge hoje a público enterrado numa aridez desoladora. Muito a sério: depois de tantos anos, não assimilaram aquele 'pão-pão, queijo-queijo', uma das virtudes políticas entre os grandes defeitos do chefe demissionário?
Falham redondamente os "companheiros" social-democratas com a estratégia escolhida para o lançamento da candidatura inspirada na plataforma vice-presidencial. A população, mesmo o segmento interessado em política, só no cinema tem paciência para enredos hitchcockianos.
Agora, na política?!
Senhores, digam ao que vêm sem rodriguinhos. E não nos respondam que nada temos com isso, que o assunto é problema dos social-democratas. Pagamos assinatura do DN onde os senhores ocupam espaço para, até à data, nada dizerem. Se é assunto restrito ao partido, sigam para o 'Madeira Livre'. Como aparecem em 'open space', então aqui vai.
Ladainha de lugares-comuns
O texto da edição desta quinta-feira do DN assinado por Francisco Santos repete o 1.º episódio nos justificativos do lançamento de um "projecto coerente e integrado".
"Projecto coerente e integrado"! Que inovação!
Depois, segue-se uma ladainha de lugares-comuns capazes de fazer adormecer um paciente crónico de insónia.
Mais à frente, uma estratégia 'de choque': primeiro, arrumar a casa, o PSD, no que respeita - diz-se lá - aos seus valores essenciais, à sua orgânica e ao seu funcionamento ajustado aos novos tempos. Desculpem: qualquer militante caloiro da JSD seria capaz de melhor. É com essa vulgaridade que pretendem "garantir a perenidade e renovação, sistemática e permanente, da organização"?
Parágrafos e alíneas para mostrar esquema
Surge outro tema que "não é despiciendo", o estabelecimento de "parâmetros da relação com o PSD nacional" - e o artigo prega ali com uns pontos i) - ii) para impressionar. Pois impressiona tanto como aborrecem as alíneas a) e b) metidas a martelo para mostrar um esquema de ideias destinado à política mais geral da Madeira.
Desperdiçado tanto espaço sem dizer nada de interesse para os destinatários, queixa-se o articulista de que os caracteres disponibilizados pelo jornal não dão para mais. Mas dão para mais. Não para qualquer novidade programática, estratégica, mas para chover no chão já molhado por Delfins que andam no terreno. É o caso da necessária redução do número de deputados.
Mas não só! - exclama o texto. "Neste levantar da ponta do véu" (!), lá vem a requentadíssima questão da lei eleitoral e do círculo único, que esta facção condena.
Pronto, são estes escaldantes temas que encontramos no 2.º episódio de "A ponta do véu" de Francisco Santos. Aliás, João Cunha e Silva, que é quem devia tratar de apresentar a candidatura de forma objectiva e decidida. Pelo menos aí, teve um bom mestre, chefe Jardim, que, para o bem e para o mal, nunca exerceu a política com 'paninhos quentes'.
Processo de candidatura surreal
Esta apresentação de candidatura 'por episódios' é do mais surreal que temos encontrado em política. Convinha os cérebros do grupo de "companheiros" relerem Cícero para conseguirem articular, com efeitos práticos, um discurso perceptível.
Invenção, disposição, locução e pronunciação - lembram-se, oh cábulas malandrotes?
Podem retorquir que os tempos não estão para retóricas. Mas, dizemos nós, muito menos há tempo a perder com baboseiras "despiciendas".
Que é que vêem de errado no vosso partido? Que soluções têm para travar a derrapagem? Que ideias para relançar a hegemonia que se desvanece?
É isso que interessa saber aos vossos militantes. E não futilidades de café.
Que fique bem claro: não estamos a dizer que o Dr. João Cunha e Silva é desprovido das qualidades necessárias a um candidato forte e capaz de vencer a corrida. Nada disso. Experiência política como poucos, conhecedor da realidade sócio-económica da Região, criativo, eis o perfil do Vice. Só que o vício jardinista que em rapaz interiorizou se volta agora contra ele. A crónica veneração ao chefe ainda condiciona os seus movimentos. Reconhecemos-lhe perspicácia política, mas sentimos que o sentimentalismo que lhe vem do PPD mítico dos anos 70 e 80 acaba por traí-lo. Candidatura, sim, mas aos soluços. Agora, um episódio para perceber as reacções. Depois, mais uma arenga para ver no que vai dar...
Isto quando, apostamos, o próprio Cunha e Silva percebe que um candidato ou aparece de rompante, anunciando sem rodeios que chegou ao campo de batalha, dizendo porque concorre e mostrando projecto consistente, ou se fica pelas meias tintas ao apostar nestes textos, que, como na navegação à vista, confessam os receios e as hesitações dos derrotados à partida.
Os xiitas e sunitas de Jardim
Não cabe dúvida de que 'Meio Chefe' é um dos mais perigosos heteróclitos da imprensa regional. Mas, sem ironia, ficámos a perceber mais do artigo de Jardim no JM de hoje, sobre as lutas entre xiitas e sunitas, do que deste 2.º episódio de "A ponta do véu".
Até porque, ao invocar os conflitos intestinos no 'quarto crescente', chefe é capaz de estar a querer dizer qualquer coisa aos Delfins. Nunca deu ponto sem nó.
15 comentários:
Dr. Francisco são pessoas com o Senhor que nos dão esperança. Gostei do seu artigo, tal como já tinha apreciado o primeiro a anunciar a candidatura. Fiquei contente e entusiasmada. Força
Esse artigo , não diz nada. Ele não se candidata. Andou a prometer apoios a um e outro. Agora está encostado num comodista que tb não se vai candidatar, porque tem medo...Daqui não sai nada. Só protagonismo para garantir lugar no futuro que ganhar.
Senhores, digam ao que vêm sem rodriguinhos.
Com o Francisco santos já sabemos o que a casa gasta.. vai precisar fazer mais do que isso porque não vale a pena convencer a votar no Cunha e Silva entregamos logo o cartão.
Quem anda numa candidatura apenas para negociar um lugar para a Assembleia não tem hipoteses nenhuma (Cunha e Silva) principalmente quando se tem ao lado um apoiante como Francisco Santos.
Mas afinal que é o putativo candidato?
O Dr. Joao Cunha e Silva ou Dr. Francisco Santos?
Meus senhores, assim não dá! Dêem a cara, apresentem o projeto que acreditam de uma vez por todas!
Todos nós agradecemos. Obrigada.
Acumula a reforma com o vencimento da escola hoteleira que já agora está sobre a alçada do João Cunha e silva para quem não souber!
E nesta estratégia de medir as reações com artigo de opinião insonsos e cheios de lugares comuns, esta candidatura cujo rosto já é deveras conhecido é ultrapassada pela esquerda e direita pelos candidatos no terreno. Até M. António já evoluiu mais, mesmo estando na sombra do chefe
Quinze dias já passaram desde o primeiro artigo...e nada.É mais uma mão cheia de coisa nenhuma..A montanha ainda nem um rato pariu.
Umas palavras bonitas bem esquematizadas, mas sem conteúdo algum. Lembram-se como era conhecido o Dr Francisco Santos, quando era Secretário Regional da Educação ? Eu digo sem querer ofender a pessoa- o " papagaio". Está tudo dito.
Recuso a acreditar que o Dr Francisco seja o "Testa de Ferro" do Dr. João. O Dr. João, que foi um brilhante parlamentar, sabe bem que apalpar terreno através do Dr. Francisco é uma desastrosa estratégia, pois revela medo e hesitação em se assumir como candidato à liderança do PSD-M. Assim sendo, o "Chico Papagaio" estará prestes a apresentar a sua candidatura ... Penso eu de que ....
Cunha e Silva, Francisco Santos e Nuno Teixeira VS Miguel Albuquerque, Rui Abreu e Alcino Ferreira VS Miguel de Sousa (sozinho) VS Sérgio Marques, Tiago Freitas e Luis Santos VS Manuel António, Rui Nunes e Eduardo Freitas.
Vai ser BOOM!
Quem é o Eduardo Freitas?
Ao anónimo das 18:25
Parece-me que é o novo lambe botas do regime, tem um blog no DN que, entre outras pérolas, vaticinava convulsões sociais no Funchal se Cafôfo ganhasse a autarquia.
Um futuro tachista que chegou tarde
Eduardo Freitas é o maior tachista que a madeira tem!
Quem é?!
O Manuel António deve anda a pescar gente no meio dos poios!
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