A ascensão de 'Pedrito'

A Saúde dos queques monarcas 

   

Num sítio normal, a Saúde é uma área prioritária na governação. Tal deve-se ao facto de ser uma das bandeiras do Estado Social e o exemplo de uma política de proximidade.

No Blue Establishment, já percebemos que isso não procede. Entre intelectuais de jornal a financiadores de campanhas, que já tutelaram a área neste ano e meio de "Renovação", o monarca da Quinta Vigia escolheu o Pedrito para secretário. 

O Pedrito é um rapaz simpático e próximo aos doentes. É um político informado e tecnológico uma vez que a sua nomeação fez-se saber por um página de uma rede social com quase 100 mil seguidores. É provável que seja o governante mais bem colocado para conseguir implementar a telesaúde e meios de diagnóstico mais eficazes ainda neste mandato. No entanto, isso não chega para tutelar a saúde. Porque, para além dos doentes, é preciso ter o respeito dos seus pares. E o que acham os seus pares? Que o Pedrito é bom rapaz, mas, quando é preciso, nunca está. Quando há alguma necessidade, seja onde for, o Pedrito está sempre ocupado com a privada ou no estrangeiro, em milhentos congressos. Ou a visitar os filhos. Nunca está disponível quando é preciso. 

Mais, os pares consideram-no como um dos responsáveis por esta alteração governativa. Porque aquando da sua passagem na direcção clínica do Hospital fez a vida num inferno à Presidente do Conselho de Administração Maria João Monte. Sempre que havia discórdia e Maria João lhe dava uma ordem, o Pedrito "ia por trás" e fazia o que queria. 

Os pares ainda acham outra coisa. Quando havia mudanças na Saúde, sabiam que o Pedrito estava sempre  disponível para ser o chefe da banda. Agora o Pedrito já lá está. Há outras alternativas em caso de derrocada na Saúde? Que Blue Establishment! 

O Pedrito lá tomou posse. Uma cerimónia cheia de gente importante em que na casa da democracia os convidados sentaram-se e muitos dos deputados ficaram de pé. Pudera! A mim sempre me ensinaram que as cortesias são para os convidados, os da casa que se desenrasquem. E este governo é um bocado isso. O importante é parecer bem, os madeirenses que não entendem a genialidade das opções políticas é porque não são cosmopolitas.

O Pedrito, recém-político, entrou logo a fazer promessas. Novo Conselho de Administração do SESARAM até amanhã! Bom, demorou 5 dias, mas não se pode dizer que não cumpriu a promessa. Lá arranjou alguém. Segundo se sabe, foram vários os convites rejeitados e os telefonemas para membros da área nos primeiros dias do ano a ver se alguém arranjava um mago para ocupar o lugar. Ontem, descobriu-se que era a amiga Tomásia.

A Tomásia é boa rapariga. Tem um curso importante para entender as pessoas, mas o rei da Quinta Vigia teve um apagão no momento da escolha. Então uma pessoa que bloqueou o desenvolvimento da escola hoteleira, foi o  principal motivo de contestação de uma manifestação pública realizada por docentes e alunos do conservatório há menos de 1 ano,  é a pessoa ideal para concretizar o epíteto de " é melhor mudar as instituições do que deixá-las num imobilismo que bloqueio o seu funcionamento"? Num ano de eleições? A mim parece-me que o Rei da Quinta Vigia ainda estava de ressaca quando fez esta opção. 

Ou talvez não. 

Isto também demonstra outra coisa. O poder do mágico Rui Abreu. Segundo se conta, Abreu é muito amigo da nova presidente do SESARAM e do marido. E os amigos são para as ocasiões, nomeadamente para preencher lugares bem remunerados  na administração pública. Afinal, se todos nós tivéssemos uma empresa e tivéssemos que decidir quem a ia liderar escolheríamos uma psicóloga com resultados duvidosos para a gerir.

E andamos nisto. A Governação da Nova Madeira anda a cargo de uns “miúdos” que acham que o Governo Regional é a associação de estudantes de um Liceu que o que importa é ter os populares,  que o resto vai atrás. O Rei da Quinta Vigia esquece-se é que já não são muitos os que vão atrás da sua popularidade num partido que nunca o aceitou, consensualmente, como líder. Liderar um Partido não é como tocar piano até  as 5 da manhã depois de uma noite de copos e menina. E quando não há humildade, o fim é torpe. 

Pode ser que, de hoje a um ano, estejamos a falar de um novo Rei, pelo menos para os lados da Rua dos Netos, dadas as movimentações que lá andam. Juntando a isto uma personagem principal como o Rei caçador da Quinta Vigia que só acerta com os cartuchos nos pés, temos argumento para  um drama  daqueles que o antigo Rei da Tabanca se comprometeu a escrever.

K-Xeio-de-Saúde