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quinta-feira, 19 de outubro de 2017

DO "PRINCÍPIO DE PETER" 
AOS VERSOS DE ANTÓNIO ALEIXO
A conjuntura política nacional e regional motivou-me para a releitura do "Princípio de Peter" (1971), livro que li pela primeira vez no meu primeiro ano na universidade e onde encontrei material explicativo para entender a incompetência aos mais diferentes níveis. 

Ainda na primavera marcelista aprendi que "vemos políticos indecisos, que se fazem passar por estadistas e as fontes autorizadas que se desculpam da sua ignorância nos imponderáveis da situação", que "encolhemos os ombros ao clérigo imoral, ao juiz corrupto, ao advogado incoerente, ao escritor sem talento e ao professor de literatura que faz erros de ortografia. Nas universidades, lemos ordens redigidas por administradores cujos escritórios são um caos e ouvimos lições monótonas de professores que são inaudíveis e incompreensíveis".
Passadas mais de quatro décadas, registo a atualidade dos ensinamentos.
Atual, extremamente atual, continua a poesia de António Aleixo, compilada após a sua morte (16.11.1949) em "Este livro que vos deixo" (1975) e "Inéditos" (1978).

Se desconfiam do que vos digo, por favor leiam estas três quadras:
Engraxadores sem caixa
há aos centos na cidade,
que só usam de tal graxa
que envenena a sociedade.

Vinho que vai p'ra vinagre
não retrocede o caminho;
só por obra de milagre,
pode de novo ser vinho.

Há tantos burros mandando
Em homens de inteligência,
Que às vezes fico pensando
Que a burrice é uma ciência!


Com votos de muito sucesso para quem foi escolhido para a nobre missão de governar a Singapura do Atlântico,
19.10.2017

Raimundo Quintal

2 comentários:

Anónimo disse...

Muito bom!

Anónimo disse...

Excelente!!!