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quarta-feira, 10 de março de 2021

 

OPINIÃO



GIL CANHA                                                                                              



A fenomenal sapiência 

do Regente Agrícola 




Preparando-se para tratar da floresta Laurissilva. 


Foi no meio dos socalcos e dos alcantis verdejantes do norte da ilha que nasceu o sr. Regente Agrícola. Em criança, calcorreava feliz, caminhos e latadas, à caça de melros e de fruta madura, e quando se via liberto das podas, do desfolho da vinha, do descascar das vagens secas de feijão, e do mestre-escola, escapava para o calhau, às jacas e aos bodiões, ou olhar curioso para os barcos de cabotagem que vinham ao pequeno porto buscar lenha para levar para a cidade, deixando o povoado completamente escalvado.

Educado à maneira antiga, na austeridade, nos bons costumes e nos mais nobres princípios da moral cristã, o futuro Regente Agrícola era um rapaz são, obediente, respeitador dos mais velhos e duma honestidade a toda a prova.

Mas no dia em que o povoado se despediu do rapaz, ninguém imaginaria que a vinda para a cidade iria corromper aquele inocente espírito campestre e transformá-lo, segundo os seus inimigos, num homem calculista e matreiro, que umas vezes beijava a mão dos poderosos da cidade, até criar uma camada fina de verniz saloio, outras vezes desancava em cima deles, num teatrinho socialista meio ridículo e apalhaçado, mas sempre com o nobre objetivo de ganhar algum e conseguir, por meios políticos duvidosos, umas benesses e uns tachinhos para a sua insaciável prol.

Esta perdição da alma e do invólucro carnal do nosso Regente Agrícola só tem comparação na literatura camiliana, quando, nos mesmos moldes, a personagem Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda, fidalgote de Caçarelhos, vem para a capital e se deixa perder na degradação e nos pecados da Sodoma lisboeta, tal e qual um anjo em queda livre, em direção aos prazeres mundanos.

Mas nem tudo se perdeu neste anjo silvestre que veio do campo para se estragar na cidade, e que, anos depois, foi devolvido completamente adulterado à origem. As suas inquestionáveis capacidades técnicas levaram-no a defender a tese altamente científica que o melhor regenerador da floresta Laurissilva é o porco preto e o seu potente focinho, que lavra a terra onde irá medrar o til, o vinhático e o loureiro, e onde pousará graciosamente o Bis-bis e o pombo-trocaz, e fazer crescer por graça de Deus, a nossa floresta património mundial.

Outra grande tese do nosso Regente Agrícola é que a floresta Laurissilva se salvou porque os madeirenses souberam preservar esse bem, esse magnifico fóssil vivo, com o mesmo carinho e enlevo que uma menina trata da sua boneca de porcelana. Enquanto alguns ambientalistas fundamentalistas, treinadores de bancada, inimigos do desenvolvimento, e por isso mesmo, facínoras da pior espécie, estão continuamente a amaldiçoar o alcatrão, o desenvolvimento, a modernidade, e as belas vias que cruzam a floresta em todos os sentidos, embelezadas por formosos parques de merendas e chaminés fumegantes, onde se assa boa carne e se bebe bom vinho; esses energúmenos, esses sem-vergonha ainda têm o desplante e a desfaçatez de dizer que a floresta só escapou ao machado do lenhador em lugares outrora inacessíveis, como o Fanal, ou nas arribas alcantiladas da Costa Norte, aonde os dentes da serra não conseguiram chegar, mesmo assim, em muitos locais onde o diabo virou as costas mas existia correnteza de águas, ainda se levou serras-de-água portáteis para transformar em tabuados essas frondosas árvores da Laurissilva.

Outro desabafo do sr. Regente Agrícola é não entender a causa para tanto alarido ambiental quando  temos uma ilha com tão pouco betão, onde  raramente se vê um mamarracho com vários andares no meio de casinhas, onde não se encontra uma única ribeira amuralhada ou violada com retroescavadoras, onde a natureza vitoriosa até trepou os andares do altíssimo hotel Savoy e tomou conta da cobertura, e mesmo assim, há para aí uma multidão de ambientalistas; uma explosão demográfica de ambientalistas, aliás, “bem sei que vivemos numa terra de ambientalistas”, desabafou o sr. Regente no Diário do Sousa, como se uma parede de ambientalistas lhe caísse em cima sem ele saber bem porquê.

E já que falámos dos atributos do sr. Regente Agrícola que o diabo, na sua extrema lucidez, transformou em engenheiro, não podemos deixar passar em branco duas coisas relevantes: a primeira é que, no início da queda deste Anjo Agrícola da Costa Norte em direção ao inferno cafofiano, aí a meio caminho do Purgatório, o nosso Regente Agrícola meteu-se no arrelvamento do campo de futebol de São Vicente que acabou com graves acusações de corrupção; segunda, existem sérios indícios de que o estranho e trágico desaparecimento do Boeing 777, da Malaysia Airlines, em 2014, foi provocado pelo envenenamento dos pilotos, que alegadamente beberam no ´lounge´ do aeroporto de Kuala Lumpur dois copitos de vinho ´Terras do Bisavô´.

13 comentários:

Anónimo disse...

Que porradão, Gil! Fujam da frente que vão rolar pipas pelo Seixal abaixo até ao cais...

Anónimo disse...

Essa do porco é verdade?

Anónimo disse...

Tá boa essa do avião pilotos a beberem a zurrapa do Seixal

Anónimo disse...

Gil, neste artigo estiveste demais.
O avô da zurrapa vendida à câmara cafofiana do Funchal para esgotar o stock, regente elevado a engenheiro por obra e graça do Espírito Santo (terá sido num domingo como o Sócrates?), deve ter ficado com as orelhas a ferver.
E alguém dos próceres do asfaltar a estrada entre as Ginjas e os Estanquinhos "quer queiram quer não" já pensou que quem está em São Vicente e quer chegar ao chão do Paul da Serra, basta subir até à Encumeada, atravessar o Lombo do Mouro e já está no Paul? Ou ir de São Vicente pelo Porto Moniz até à Feira do Gado, virar para o Ovil e já está no Paul? Porque raio querem arder 12 milhões que tanta faltam fazem para criar um terceiro percurso para chegar de São Vicente ao Paul da Serra?

Edgar Silva disse...

De um país que fez de regentes engenheiros e de iletrados em diplomados e Doutores podemos esperar tudo...

Anónimo disse...

Se fosse comigo morria de vergonha!

Anónimo disse...

Já estava a merecer!...tanta tontice eu previa que ia dar nisto.........

Anónimo disse...

A Zurrapa dele é cara como lume e vende bem na Câmara do Funchal

Anónimo disse...

Não sejam mauzinhos! Um gajo quando fica ché-ché diz baboseiradas sem sentido nenhum.

Anónimo disse...

O porco-bravo escava a terra à procura de raízes, na Madeira feiteira maioritariamente. O Problema é que o porco quando escava revolve a terra que depois é arrastada pelas chuvas para as zonas circundantes cobrindo de terra o coberto vegetal (prado), em pouco tempo uma clareira de 5 a 6 metros duplica, e vai crescendo até ter um impacte brutal na zona arborizada. Esta é uma das razões que os porcos são altamente prejudiciais à floresta.

Anónimo disse...

está nova associação tem um empreiteiro que se intitula pastor e tem a mania de oferecer tachos a nome do ps ( se tivesse continuado no cds já tinha conseguido o tacho mas teve azar foi para o ps) , um insano que já deveria estar num lar de idosos amordaçado , um outro que se diz pastor mas o que gosta é patuscada com carne que outros comprem e um que deve nada fazer porque está sempre na internet dizendo mal e ameaçando

tem tudo para a nada chegar

Anónimo disse...

Uma nova associação de defesa da floresta que tem o gajo da associação de gado solto de Santo António é de rebentar a rir. Tristão foste enganado pelo gajo do CHEGA e vais ser enganado pelo cabreiro.

Anónimo disse...

E quando ele entra no restaurante vizinho e fica chateado por ver amigos ou conhecidos a beberem vinho que não é da sua Zurrapa?