PSD Machico sem rei nem roque
João Pão
Após uma derrota estrondosa e histórica que assolou o PSD Machico nas
últimas eleições, é natural em democracia assumir os
resultados, proceder a uma avaliação interna e dar lugar a outros para comandar
os destinos do partido para aquele concelho. No entanto e para espanto de
todos, o candidato à câmara, Ricardo Sousa, diz-se surpreendido pelo resultado.
Terá sido pelo excelente trabalho que desempenhou na Santa Casa da Misericórdia
de Machico, enquanto presidente da assembleia geral onde deixou passar as
aventuras e desventuras financeiras do seu grande e ex amigo Provedor Delgado
que culminaram no descalabro das contas daquela instituição? Terá sido a
ganância e ambição desmedida por todo e qualquer tacho? Terá sido pelo assalto
que conseguiu a presidência da delegação regional da liga portuguesa contra o
cancro? Terá sido por se achar o special one de Machico, em que se bastava a si
próprio, tendo por isso escolhido uma equipa de gente ilustremente desconhecida
do ponto de vista político e profissional? Não! Nada disso, a culpa foi do
Passos Coelho.
Outro grande derrotado da noite foi Élvio Encarnação, candidato
à assembleia municipal, deputado e coordenador político concelhio, o qual
afirmou “tinha uma expectativa bem melhor… as pessoas penalizaram-nos
eventualmente por outras razões, mas temos consciência que o nosso trabalho
realizado foi sério e limpo, o que muitas vezes não aconteceu com os
adversários”. Que estranho. Será que a penalização teve a ver com a sua
incapacidade em desenvolver uma estratégia política ganhadora? Será que teve a
ver a sua não vontade característica em trabalhar? Será que teve a ver com a
influencia do seu amigo escocês na forma mal-educada, agressiva e arrogante com
que abordava a população e os seus companheiros? Será que teve a ver com a
crença de que enquanto candidato a vitória eram favas contadas? Infelizmente
estou errado. A culpa foi do Ricardo Franco.
Poucos dias após a derrota eis que Élvio Encarnação surpreende-nos mais uma
vez ao afirmar que não se recandidatava (qual Passos Coelho) à comissão
política de freguesia, ficando com a liderança da comissão de concelhia. Sim
porque caramba, A assembleia municipal neste mandato restringiu-se apenas à
freguesia de Machico.
Pensava eu que o folclore e o circo tinham chegado ao fim quando hoje um
amigo meu teve a amabilidade de enviar um print screen com críticas ferozes de
Cláudia Gomes, uma célebre e destacada ex- quase nada deputada daquele concelho
contra Emanuel Gomes um reles e pouco ou nada conhecido ex-presidente da câmara
e deputado, das quais saliento a deste ter feito escola num partido,
amadurecido noutro até chegar ao topo da cadeia alimentar (leia-se PSD) e, que
por isso não tem moral para criticar seja lá quem for. Pena que aquela ilustre
e competente figura de proa da política machiquense se tenha esquecido das
andanças e vivencias políticas de seu pai, Jorge Gomes, o qual após guerras e
birras internas decidiu candidatar-se pelo CDS, que está quase na base da
cadeia alimentar ou seja é caso para dizer que foi de cavalo para
burro. No meio dos habituais gostos e respostas contra e a favor
surge uma que me chamou a atenção, a do coordenador político concelhio Élvio
Encarnação que diz o seguinte “Não quero alimentar "sombras". Durmo
descansado de tudo termos feito e de mantermos a nossa dignidade pessoal. Durmo
descansado. Sempre para o lado direito. Sempre.” Belisquei-me para ver se
estava a ter um sonho, mas não, era mesmo verdade. Então não é que o principal
derrotado das últimas eleições autárquicas em Machico dorme descansado e faz
politiquice nas redes sociais, em vez de convocar os militantes e fazer um
análise e reflexão dos resultados eleitorais? Não, porque o mais importante é
fazer de conta que foi um pesadelo e a vida continua. Sim porque interessa
preservar o tacho de deputado que a vida está difícil, responsabilidades? O
povo é culpado de tudo isto por isso peçam-lhe contas. Com tudo isto o PSD
Machico está na rua, sem liderança, sem rei nem roque. Numa altura em que é
necessário reflectir e definir novas estratégias para 2019, no fundo arrumar
internamente a casa eis que o coordenador político dorme descansado sempre para
o lado direito para segurar o seu tacho subvertendo o mais belo princípio da
política que é servir a causa pública. Tudo isto com a conivência dos órgãos
regionais. Para onde vais PSD Machico?
4 comentários:
Para onde vai o PSD de Machico? Em acelerada descida, para o abismo.
Desde as eleições internas do PSD regional que o PSD de Machico está sem destino... Não entendo qual foi a novidade do resultado obtido. Não basta dizer que está mal ou está bem, também é preciso fazer! A primeira iniciativa passava por ter a capacidade de unir... Para fazer é preciso pessoas com capacidade de trabalho, liderança, abnegação, disponibilidade e vontade de trabalhar com eficiência e eficácia em prol do bem geral. Escusado será dizer que tudo isto passa por uma revolução de mentalidades. O que observamos foi que para comandar ou ser candidato basta ter um curriculum recheado e sem execução prática, ou pertencer à família tal, ou por inúmeras razões que em nada trazem nada de novo para a causa pública. A alternância é salutar, mas quando é para melhor... Venham novas eleições para o PSD Machico!
O Elvio Encarnação está mais interessado em tomar uns whiskies com o chefe Rui Abreu no Faial, do que liderar o PSD de Machico
Parabéns João Pão pela coragem e a visão objectiva e pragmática do que está realmente a acontecer ao PSD Machico, onde a actual coordenação pseudo-liderado pelo chamado meia bola obteve a pior e mais esmagadora derrota em Machico e continua com a sua pandilha todo arrogante e a achar que nada se passou. Aliás basta ver as figuras tristes que este senhor faz sobretudo ao fim da tarde e à noite nos diversos bares de Machico acompanhado pelo seu amigo escocês.
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