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quarta-feira, 8 de novembro de 2017

"Em verdade vos digo"



A magia das palavras


Pior do que o texto Fénix que se segue, só o de Cafôfo publicado segunda-feira e que o Arq.º Vilhena recupera na sua 'opinião' de hoje no JM


Confesso que precisei de ler o artigo do Arq.º Luís Vilhena hoje no JM para entender alguma coisa da opinião plasmada segunda-feira no DN por Paulo Cafôfo. Anteontem, tentei perceber a mensagem do Mayor, porém não passei do primeiro parágrafo. Que salgalhada de prosa! Ainda bem que o deputado socialista em S. Bento fez o que a oposição e os media têm descartado, bem sabemos porquê: perguntar ao Cafôfo que tem ele a dizer sobre as posições públicas de Emanuel Câmara, expostas inclusivamente na presença dele, Mayor-Xerife dos Mossos. Aquilo de o Emanuel o candidatar a presidente do governo, se vencer as internas no seu partido, apesar de ainda agora o segundo mandato na câmara ter arrancado. 

Ao abordar o assunto, Arq.º Vilhena traduziu passagens do artigo de Cafôfo que uma súbita iliteracia me impediu de entender, quando me fiz à estrada. Vilhena declara que o melhor está nas 'entrelinhas' da opinião cafôfa. Mas nem as 'linhas' propriamente ditas eu consegui decifrar a contento!
O que percebi muito bem, aliás com uma volta no estômago, foi o pedantismo do título em tonalidades bíblicas: "As palavras que vos digo". Cafôfo arvorado em profeta despejando sabedoria política sobre crédulos e cépticos, baseado na experiência de contar Aljubarrota e o Pinhal de Leiria na Escola Básica do Campanário. Quem se julgará o figurão? Continuará convencido de que se transformou mesmo na quinta-essência intelectual da Tabanca?
Pelo que tentámos ler da 'opinião', a vedeta mora longe da realidade. A licenciatura que garante ter obtido em Coimbra contou certamente com muitas 'passagens administrativas'. Depois, nada aprendeu de comunicação com os comunicadores da LPM que todos tivemos de pagar no recente processo eleitoral. Luís Verney daria voltas no túmulo se sonhasse com um texto deste jaez escrevinhado por um professor, ainda por cima alguém que pretende governar a Madeira. Novo escrevinhanço intragável, ferido de um pedantismo ridículo e indigesto. De princípio ao fim, aquilo é falsa eloquência e afectação de causar náuseas a quem tanto combateu esses escatológicos defeitos de escrita como o nosso ilustre Verney.
Não percebi se Cafôfo se inspirava nas "Palavras que nunca te direi" de Sparks, no evangélico "Em verdade vos digo" de Cristo, ou no provérbio "Palavras leva-as o vento". O que percebi foi que o título dava o mote a uma série de auto-elogios vãos, injustificados e injustificáveis. 
Mais uma vez, não atingi os fundamentos de tanta jactância.
Também fiquei na mesma sobre citações que ele faz de si próprio, sem qualquer cabimento, a não ser para fazer alarde das incontáveis entrevistas que tem dado e para encorajar os 'jornalistas' a fazerem-lhe outras, mesmo pessoais, porque, diz ele, "a política são as pessoas" e "há informações da vida pessoal e da história de quem desempenha um cargo político que é de relevância pública". Até que enfim! E nós aqui ávidos por conhecer a história e a relevante vida do figurão do Campanário! 
Estamos à espera de quê, senhores biógrafos, senhores das revistas de cabeleireiro, TV e senhores 'jornalistas' da imprensa generalista?
A pedantaria vai ao ponto de o sujeito se tratar a si próprio por 'presidente', feito Cavaco ou Marcelo. 
De resto, pouco decifrei das tais "palavras que vos digo". O homem diz ter sido a corrida (sic) que iniciou há 4 anos um impulso cívico, não planeado mas convicto. Ora, uma corrida que dura há 4 anos não pode ser um impulso, que é fenómeno momentâneo. Um impulso de 4 anos, se fosse possível existir, mandaria o Xerife vaidoso do Funchal à Lua! Além de que um impulso não é convicto ou não-convicto, é apenas um impulso. Quantos pontapés na sintaxe em tão poucas palavras escolhidas para destaque da peça! Mas havia pior no obscuro texto que o Mayor publicou anteontem no seu diário. A princípio acreditei que o homem metaforizava, mas durou pouco.
Logo na abertura do artigalho, ei-lo a filosofar: "Embora possa parecer que as eleições acabaram, a verdade é que elas nunca acabam." Por que o escreveu? Por entender que "quem está na vida política está sempre sobre (sic) o escrutínio e a avaliação de quem vota e mesmo de quem não vota". Para ele, pois, um processo eleitoral, que acaba no dia das eleições, é a mesma coisa do que o período de escrutínio e avaliação que se segue, durante o mandato. Grande chispalhada. 
Lá vai arengando o homem pensamentos apocalípticos como: "um desassossego bom de querer fazer mais, sempre melhor"; "ainda bem que tudo se move"; "entre partidas e chegadas fazemos caminho"; "cada vez mais se votam (sic) em pessoas"; "Sei que tinha de fazer a minha parte e tomar posição sobre aquilo em que acredito estar certo".
Escreve ainda que a sua vida política tem sido "repentina" e que é "ainda muito recente". Está lá escrito, não inventei estes 'coices' nas palavras e nas ideias. Com esforço, admite-se que seja o infeliz autor a tentar dar mais uns passos na investida começada parágrafos atrás, nas 'entrelinhas' de que fala o Arq.º Vilhena, para destapar um pouco as suas ambições políticas. Mas sempre com ambiguidade, pois claro. 
Sobre a situação de ainda não ser "filiado partidariamente", auto-proclama-se "o chamado independente". Dessa condição de 'independente' não vem mal ao mundo, porque, lembrando a "história do País", ele observa que "tivemos até no governo de Portugal três primeiros-ministros sem filiação partidária". Concretiza com os nomes de Nobre da Costa, Mota Pinto e Lourdes Pintasilgo. Mas esquece-se de notar que esses foram primeiros-ministros de iniciativa presidencial, ao passo que na Madeira o presidente do GR resulta de um processo eleitoral. Primeiros-ministros sem partido houve até Adelino da Palma Carlos, Pinheiro de Azevedo e Vasco Gonçalves, não foi, sr. profe de História?
Até final, aquele texto é de deixar um leitor com enxaqueca para um mês. Confuso, incoerente, ambíguo, feio, com 'batatões' de português a eito.
Agora que o Arq.º Vilhena o chamou à praça, voltei ao texto e procurei nas entrelinhas. Mas se quisermos falar numa leitura normal, repito, nem as linhas entendi, quanto mais as entrelinhas. Calcule o Leitor o drama quando me lembro de que este 'comunicador' é o favorito - de momento - com vista às eleições de 2019! Porque Carlos Pereira, perdoe-se a banalidade, 'entregou o ouro ao bandido'. E, fora do PS/Geringonça, quem disputará essas regionais será o PSD, onde as alternativas ainda são piores do que Cafôfo. 
Lindo futuro aguarda esta terra. 
Onde param os valores das gerações madeirenses mais recentes? O Leitor que veja os programas da RTP 'Portugueses no Mundo' e perceberá melhor o drama.
Infelizmente, a política transformou-se em carreira de vida. São os profissionais da política cada vez mais a tentar instalar a clientela que os manterá no poder. Esse é o projecto comum a todo o espectro partidário, de extremo a extremo. Daí Paulo Cafôfo, numa das saltadas ao Google para rebuscar uma frase que animasse o famigerado artigalho de segunda-feira, ter anotado para citar o ex-primeiro ministro francês Guy Mollet: "A coligação política é a arte de usar o sapato direito no pé esquerdo sem deixar calos." Cafôfo faz a citação alegremente, descaradamente. Sabe do que fala. Quais 'Pessoas'?! Importante é andar calçado e sem calos, mesmo com ideologias trocadas. 
Os outros, mesmo sem coligação, adoptam a mesma técnica nos jogos intra-partidários, só que não têm coragem de o assumir. É isso: o que interessa é o tacho, com sapatos trocados ou não, com ou sem pacto com o diabo.
Voltando ao título de Luís Vilhena "As palavras que ainda não vos disseram", fico à espera de nova intervenção de Cafôfo. A quem peço que estude. Quanto mais estudar, mais conseguirá iludir a tentação do pedantismo. E a ver se se faz entender, sem pôr o desgraçado do teclado a gaguejar. Dadas as circunstâncias vigentes na Tabanca, é melhor para todos. 
"Em verdade vos digo".
PS - E em verdade também diz hoje o Arq.º Vilhena: "Cafôfo não teve ainda a hombridade e a coragem para dizer ao que vem. Escuda-se atrás de uma marioneta e só assumirá o seu projecto se esta (marioneta) ganhar o PS."
Essa é que é essa.

13 comentários:

Anónimo disse...

Brilhante , caro Calisto. Fantástico é estes iletrados, ignorantes e incompetentes que desgovernam o município armarem-se em eruditos. É muita falta de vergonha.

Anónimo disse...

Cafofo é um básico, mentiroso, que já enganou o povo duas vezes, com o seu sorriso pepsodent que lhe dá aura de empático.

Que agora se prepara nas costas do povo que o elegeu para 4 anos para lhe dar uma golpada, amparada por Lisboa, usando da tal lebre do Norte.

E tutti quanti que giram a sua volta, o Iglesias, a Pessegueiro e esposo, a Guida Vieira, o Roberto Almada, os Matos, Tudo gente muito recomendável, ávidos de se banquetearem a mesa do dinheiro dos nossos impostos.

Funchalenses. Madeirenses. Acordem.
É mau de mais o que vos espera se embarcarem nesta farsa imaginadada por Lisboa, com uma marionete local que é o Cafofo e um espantalho que é o ex árbitro do Porto Moniz.

Não é o diabo que virá. É muito pior!!!!!

Anónimo disse...

O Cafofo é professor??
Comete mais erros de português que a minha avó analfabeta.

Gostei quando diz: "Embora possa parecer que as eleições acabaram, a verdade é que elas nunca acabam."

Pois nunca acabaram, continuas em permanente PROPAGANDA!

Sempre ouvi dizer que a melhor forma de avaliar alguém é olhar para os seus amigos. Quando junta-se a Abreus, Ferreiras, Iglesias, Caldeiras e outros "rapa-o-tacho" o que esperar deste individuo?

Eu, O Santo disse...

No final Cafofo disse:
"Temos ajudado a mudar mentalidades na Madeira, mas temos de continuar, porque a cidadania e a participação têm de ser continuamente acarinhadas."

Tal como eu disse em duas publicações Cafofo não responde a propostas dos cidadãos, nem cede acesso a documentos administrativos que o cidadão tem direito (o governo de Albuquerque não é tão mau nesse aspecto). Portanto, penso que ele acarinha a cidadania e a participação pública ao contrário (i.e., desincentiva).
http://fenixdoatlantico.blogspot.pt/2017/11/cmf-o-acesso-adocumentos.html#more
http://fenixdoatlantico.blogspot.pt/2017/10/os-pedidos-de-informacaoa-cmf-estimado.html#more
http://fenixdoatlantico.blogspot.pt/2017/08/cafofo-e-cidadania-caro-leitornao-sou.html#more
http://fenixdoatlantico.blogspot.pt/2017/08/uma-duvida-sobre-tolerancia-de-ponto-o.html

E quanto à tolerância de ponto, a CMF ainda não respondeu.

Anónimo disse...

Digo e repito as próximas eleições vão ser o diabo para quem tem um pingo de consciência cívica.
De um lado a rataria nova, magra mas ávida, do outro lado a rataria gorda mas que não quer perder peso.
O PSD já pôs em ação o velho plano do cimento e alcatrão para saciar os seus empresários apoiantes.
Os cafofinhos deitam-se com todos, desde que haja garantia de tacho, é o Onassis do Caniçal, o Gadelha Branca, o Pestana, etc.

SIa disse...

Cafofo é professor? A um professor mesmo de história o mínimo exigível é que saiba escrever

Anónimo disse...

Parece que o Canha tinha razão quando disse na revista Sábado que o Cafofo era um tipo desesperadamente inculto.

Anónimo disse...

Sr. Calisto, se calhar você foi injusto para o Cafofo, é que ele passa a vida a fazer plágios, e se calhar ele foi buscar o texto a algum sucateiro ou podia ter sido o inteligente do Filipe Rebelo a escrevê-lo. Nunca se sabe?!

Anónimo disse...

Das 17,23h
Já acordei, abri os olhos e verifiquei que tenho andado a viver no Pregatório durante mais de 40 anos GOVERNADO POR ESTE PSD que tem sido muito pior do que o Satanás nas nossas vidas.
Como dizia o Tirilica, venha qualquer outro que PIOR NÃO FICA!!

Já estão a ficar nervosos e as Eleições são apenas em 2019, pelos vistos o Cafofo já está a roer os calcanhares destes Fariseus que nos tem ofuscado juntamente com os seus Caciques e destruído nossas vidas.
O Cafofo já não manda nem nele próprio, O POVO EXIGE, QUER, IMPLORA para que Cafofo se candidate e LIBERTE a Madeira destes Senhorios que nos tem andado e andam a colocar-nos como escravos na nossa própria terra, temos sido os escravos da era moderna, pois quem não tem o Cartão do Partido PSD da Rua dos Netos, não tem trabalho nem possibilidades de evoluir nesta Ilha e tem de emigrar ficando eles felizes e veem dizer e rejubilar que o Desemprego baixou.

Anónimo disse...

Sim, o teu Cafofo vai libertar a Madeira e entregar tudo o que resta aos seus capangas esfomeados. Ele vai transformar a Madeira numa FRENTE-MAR gigante para alimentar tipos como o anónimo das 00:28.

Anónimo disse...

Das 00.28
Vade retro Santanás.
E não te esqueças de levar o Cafofo

Anónimo disse...

O Cafofo daria um bom pastor de cabras na serra, vi a festa dos criadores de gado em S. António e acho que a cidade ganhou um mau presidente de Câmara e perdeu um bom pastor de cabras.

Anónimo disse...

17,59h
Capangas esfomeados são estes Renovadinhos do PSD que andam a saltitar de poleiro em poleiro para sugar tudo o que ainda existe.
A ultima foi esta Rafaela Fernandes e o Antigo Deputado Reformado a presidir as comemorações dos 600 anos da Madeira.
Eles comem tudo... tudo!!

22,06h
Não é necessário subir tanto para ver um pasto de cabras.