Além de São Cafôfo

"Tocam os sinos da torre da igreja,

Há rosmaninho e alecrim pelo chão.

Na nossa aldeia que Deus a proteja!

Vai passando a procissão."

Célia Pessegueiro e Victor Freitas 

devotos de Santo André Avelino

"Olha os irmãos da nossa confraria!

Muito solenes nas opas vermelhas!

Ninguém supôs que nesta aldeia havia

Tantos bigodes e tais sobrancelhas!"

Chegaram-nos nos últimos tempos muitas mensagens alertando para o desaparecimento da recém-eleita presidente da câmara da Ponta do Sol. Segundo os sons das campainhas, Célia Pessegueiro andaria persistentemente ausente das lides para as quais foi eleita. Se na parte da manhã alguns felizardos conseguiam dar pelo seu vulto esguio nos paços e redondezas, já durante a tarde ninguém punha a vista em cima da sra. Regedora. 

Intrigante. Depois de uma campanha eleitoral com tantas promessas a implementar no mandato, e para começar bem cedo, realmente Célia Pessegueiro como que se 'travestiu' de moderna 'Flor Humana', que 'aparece e desaparece' como nos tempos da feira natalícia do Almirante Reis.

Então, as especulações. Que Célia não aparecia por não querer saber das investigações policiais à actuação da vereação anterior - vereação que ela, Célia, deixou tanto tempo sem oposição por causa de negócios e entendimentos comuns, segundo os alertas; que Célia já estava em campanha, com o seu Victor, a favor da candidatura de Emanuel Câmara para Cafôfo mandar no PS-Madeira; que a vida privada exigia pelo menos uma tarde por dia para levar as tarefas profissionais sob controlo.

Então e a Regedoria?

As redes sociais operam milagres. Domingo, salvo erro, saiu procissão em honra do Senhor Santo André Avelino (não é esse, é mesmo o santo) da igreja do Carvalhal, Canhas. E lá estavam Célia e Victor no local de culto, a ver a procissão e a banda passar, seguindo depois atrás do cortejo santificado - coisa a que os criticados fariseus da Velha Madeira Nova não se atreveram, ficando-se pelos famosos comícios no adro.

Rui Marques, ex-presidente da câmara e aliado da nova gestão minoritária socialista da Ponta do Sol, porque é conveniente evitar auditorias, não foi visto perto do devoto casal político, à passagem da procissão. Marques anda com outras prioridades. Ainda ontem, segunda-feira, participou em reunião secreta na casa de um seu antigo adjunto, a que compareceram outros laranjas do concelho, pelo menos um do topo da assembleia municipal e um vereador.

Que as hostes albuquerquistas não temam: desta vez, a reunião secreta não teve como assunto principal a rebelião interna do laranjal, mas o apoio que os operacionais ponta-solenses querem fazer alastrar a Rui Rio em todo o concelho. 

Santana Lopes vai saber...

"Tocam os sinos na torre da igreja,

Há rosmaninho e alecrim pelo chão.

Na nossa aldeia que Deus a proteja!

Já passou a procissão."

(Imagens do vídeo de Fátima Campanário - FB)