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segunda-feira, 11 de outubro de 2021


                                                        Alta Política



PS: OS ÚLTIMOS A SABER


No tempo da Velha Senhora, para o bem ou para o mal, o trabalho político-partidário arrancava nas horas seguintes a cada eleição. Desde o PS ao CDS, passando pelo PCP, UDP e outras formações que existissem em cada momento. Apesar de normalmente vencedor, o PSD não deixava a famosa máquina respirar, marcando reuniões de órgãos do partido e outras quase clandestinas pela ilha, com o Secretariado de Jaime Ramos a demarcar terreno para garantir o seu poder asfixiante. 

Sem esquecer a romaria de caciques que Jardim chamava à Quinta das Angústias para meter nos eixos da política executiva. 

O grande chefe dizia que cada acto eleitoral era o mais importante de sempre, porque havia o POP no horizonte, ou porque se aproximava um combate encarniçado com Lisboa por causa da revisão constitucional, ou porque a oposição planeava uma sinistra aliança sagrada, apoiada pela maçonaria, para destruir a Autonomia.

Moral da história: cada partido, sem perda de tempo, agitava razões, reais ou fictícias, para mobilizar as fileiras e estar preparado para o futuro próximo.


Chega-se a 2021, e que se vive na vida política madeirense?

Começa a chegar uma bazuca/PRR de dinheiro que ninguém sabe se vem nas quantidades devidas e como será aplicada.

Arranca um período de dois anos para desaguar nas importantíssimas regionais de 2023.

Desenha-se um mandato de 4 anos em câmaras dominadas por cores variegadas.

E neste quadro que faz o PS-Madeira, a quem os madeirenses entregaram 19 deputados para equilibrar e desempoeirar vida política insular?

Não faz nada.

Ou melhor: jaz na pasmaceira dos caprichos cafofos.


O maior partido da oposição continua condicionado por um líder demissionário. Que por sua vez não descola da Praça Amarela e ameaça retardar o congresso da sua substituição. 

O homem está ali como um tronco em decomposição atravessado no caminho do partido.

O homem já se foi 'entregar' à Escola do Campanário, acto que, em lugar de clarificar as ondas no partido, serviu para ele, chefe a prazo, confundir mais os militantes - afinal os mais interessados no processo e que andam a mendigar informação interna sobre o estado de coisas.

Afinal, que pretende o sr. Cafofo? 

Pretende voltar atrás desmentindo as patéticas declarações por ele mesmo produzidas na fúnebre noite eleitoral?

Quando se convencerá de que a valente cabeçada que o abalou foi no tecto do 'princípio de peter'?

O JM já pegou no assunto e ainda hoje o habitual opinador Juvenal Rodrigues, em carta de Leitor (DN) confessa a sua surpresa perante o estapafúrdio processo em curso.


A Comissão Regional dos socialistas tem a ver com o processo - tem tudo a ver. 

Célia Pessegueiro, a presidente desse órgão, apareceu na noite eleitoral de 26 de Setembro a dançar vitoriosamente nas ruas da Ponta do Sol, apesar da notícia fresca da "demissão" de Cafofo. Inclusive, esclareceu as massas socialistas de que, além da sua carreira política coincidente com a vida do partido, muito trabalhava enquanto presidente da Comissão Regional. Sim, Cafofo era o melhor líder e devia continuar, mas, a não ser assim, lá estava a recém-eleita presidente da Câmara da Ponta do Sol para dirigir o PS-M. Não quer voltar-lhe as costas.


Vendo que a sua própria notícia estava a 'pegar', Cafofo abriu a porta a um recuo. A começar pela propositada confusão entre os termos "renunciar" e "suspender", no tocante ao lugar de deputado.

Todos se dizem 'desarmados' com a cambalhota do Profe. A presidente da Comissão Regional, a quem compete "estabelecer a linha de actuação do partido", segundo os Estatutos, recolheu a Nafarros, como o patrono antigo.

Sem dizer não à escolha para membro da Comissão Política nacional - cadeira irrelevante como sempre foi, tanto no PS como no PSD e no CDS. O lugar vale uma viagem e nada mais.


Entretanto, a estagnação no Funchal.

Mandam os estatutos do partido que a Comissão Regional se reúna de 3 em 3 meses ou mesmo a título extraordinário.

Não está já ultrapassado o momento?

Recorde-se a presidente de que lhe compete acumular as funções de presidente do partido "em caso de ausência ou impedimento prolongados" do líder.

Não é o caso?

Ah pois não.

Não se esqueça também de uma competência muito importante: empenhar a sua magistratura moral na defesa da unidade e coesão do partido".

A defesa da unidade e a coesão do partido estão defendidas num ambiente mais parecido com um jogo de escondidas, ao sabor do capricho do adulado presidente demissionário?

Os militantes serão sempre os últimos a saber?

Há uma casta de apparatchiks acomodados na órbita cafofiana que costumam argumentar: nós estamos aqui legitimados pelo voto popular e por isso não temos de dar satisfações a ninguém.

Erro!

O voto popular chega-lhes precisamente das pessoas que pagam fortunas estonteantes para sustentar as ambições materiais dessa casta de oportunistas. Eles não foram eleitos para desbaratar dinheiro da populaça e sem contas a prestar.

9 comentários:

Anónimo disse...

Perfeito, perfeito, excelente. Calisto parabéns boa analise do canalhedo que ainda é pior que os PêPêds.

Anónimo disse...


E com esta pasmaceira toda, os madeirenses, aqueles que pagam impostos, já se esqueceram da dívida oculta da Madeira. Que grande povo é este. Paga e não bufa.

Anónimo disse...

Um saco de gatos é (e sempre será) um saco de gatos...

Anónimo disse...

É o fim dos Cafofos. Nos concelhos onde esta criatura tem menos influência o PS teve os melhores resultados.
No Funchal o único que não era Cafofiano conseguiu manter a Junta de Santa Maria Maior. Nem a Célia quis o Cafofo por perto e o resultado foi o que se viu.

Anónimo disse...

O PS-M parece ser liderado por mentes que se julgam brilhantes. Pensam que bastou encenar o episódio da noite eleitoral, desaparecer durante ano-ano e meio e fazer aparecer o salvador da tabanca antes das eleições de 2023. Neste período, não se faz oposição, não se trabalha no terreno, não se mobiliza o partido e não se define uma estratégia. Toca a apostar tudo no sorriso Pepsodent. Isto é passar um verdadeiro atestado de burrice ao madeirense.

Cafôfo esteve perto de chegar ao poder mas é um dos maiores barretes que me lembro da política madeirense. Um zero.

Enquanto madeirense da diáspora, lamento que a região esteja entregue a actores políticos deste quilate, da esquerda à direita. A região perde com este governo e esta oposição.

Anónimo disse...

E o Iglesias não se demite porquê?

Anónimo disse...

Boa pergunta. Noutros tempos a Flama já o tinha recambiado para o seu País em "passo de corrida"

Anónimo disse...

tal como na competicão à vela ... um bom skipper é aquele que sabe a melhor rota para ir de A para B e com uma boa equipe que o apoie ... Cafofo não só escolheu mal a rota como deixou uma equipe de dirigentes na CMF que nem ele nem Miguel Gouveia souberam mudar...a ingenuidade em política paga-se caro ...

Anónimo disse...

Já se sabe o nome da empresa do "cubano cantor" que faz negócios com o Governo Regional? Todos a comer do mesmo prato..