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sábado, 2 de outubro de 2021

 

                                                        Alta Política


SONDAGENS


Agora que as destrutivas eleições autárquicas de domingo passado ficaram para trás, falemos um pouco de... sondagens.

Tem de ser. É que as sondagens foram assunto controverso durante a longa pré-campanha e depois de conhecidos os resultados de 26 de Setembro. É um dos cabos soltos que perduram e dificultam o encerramento do processo.

Como é que será doravante? 

Nos próximos actos eleitorais, as sondagens voltarão a ser encaradas como um indicador bem intencionado das preferências do eleitorado em cada momento ou todos verão esses estudos como parte do estratagema, em certos órgãos de informação, para enganar, iludir e influenciar o eleitorado tendo em vista vitórias eleitorais a todo o custo?

Até aqui, as sondagens já careciam de um banho de credibilidade. Ainda assim, apesar de "valerem o que valem"; apesar de os candidatos perdedores com base nesses estudos os diabolizarem; e apesar de "a verdadeira sondagem ser nas urnas" - até há pouco os interessados no processo eleitoral procuravam saber da existência de alguma sondagem em curso, na ânsia de antecipar os resultados da dita.

Dado que o grosso do eleitorado pouco se rala com as movimentações assentes nas sondagens, ou outras, julgo que o grande perigo reside nas barbas de quem encomenda e publica as sondagens.

Quando se brada, justificadamente, contra a banalização das fake news, contra os blogues anónimos (com autores de bradar aos céus), contra quantos entopem impunemente as redes sociais de mentiras e abjectas campanhas pessoais e partidárias, num ambiente como esses, levar ao público sondagens suspeitas não trará bons resultados ao jornalismo.

Nas últimas eleições, assistiu-se ao desfile de sondagens fardadas de JM, por um lado, e de DN, por outro. No JM só dava Pedro Calado (PSD); no DN o número premiado era Miguel Gouveia (PS). 

Saber no domingo 26 qual dos órgãos estava dentro da razão tornou-se uma disputa paralela à maratona eleitoral. 

Como se sabe, acertou o JM. Que se apressou a retirar dividendos do "triunfo". Pecando por confundir o acerto com credibilidade informativa. Ora, a sondagem nunca foi uma figura de informação - para o que teria de ser executada por jornalistas. Porém, o jornal da 31 de Janeiro já tem razão plena ao falar de "sondagens sérias", como acontece ainda hoje no bem fundamentado editorial do Director.

Já a empresa de sondagens que foi passando os seus resultados ao DN actuou de modo a fazer lembrar a famigerada LPM, a tal das grandes "ideias" para Paulo Cafofo, no que toca à sua colagem ao jornal da Fernão de Ornelas.

Enfim, um mau momento - para o DN - que esperamos ver dissipado bem depressa, até porque de negociatas eleitorais os jornalistas nada querem saber, obviamente.   

Custa a crer que uma empresa de sondagens publique várias delas invariavelmente com a mesma tendência (Gouveia), enquanto uma outra mostra o contrário, e nem por uma vez a primeira atinja outro resultado (Calado). Que por acaso era o certo.


Então e em Lisboa, onde as sondagens - muitas - apontaram para a vitória de Fernando Medina?

Boa observação. Mas com as dores de dentes dos outros podemos bem.

Até podíamos recordar o trabalho incansável do antigo semanário 'O Jornal' no caminho das eleições presidenciais de 1986 - as tais do 'Soares é fixe' e do 'Prà frente Portugal' de Freitas do Amaral. 'O Jornal' passou a temporada com sondagens em série atribuindo clara vitória à Engenheira Lourdes Pintasilgo. No final da noite eleitoral, passaram à segunda volta Soares e Freitas.

Lourdes Pintasilgo e Salgado Zenha eclipsaram-se na "sondagem das urnas".

E quantos exemplos do género!

E é isto. Se as asneiras dos outros justificam as nossas, muito bem.

Mas não arrastem o jornalismo para o lamaçal. Ainda mais!

1 comentário:

Anónimo disse...

Desculpe Sr. Calisto
Então o Senhor que foi o Simões do Marítimo não sabe a arte de fintar?
As sondagens estavam certas, pois o sr. mentiras até preparou o discurso de véspera
Nessa noite malvada o nosso carequinha ia pondo as novas e velhinhas a se urinar com pena.
Uma delas até encheu os sapatos, a outra do lado, mais boazona, deixou uma pocinha do precioso líquido na sala.
Em S. Martinho até os mortos choraram
Pior que isto só o vulcão de La Palma
A Sarinha da Ponta do Sol, toda derretida de contente pensava de si para si..." Se fosse Funchalense os meus votos seria desviados para o cabeça luzidia