Autarquices 2017

Do Porto Santo à Ponta do Sol

O PS entregou esta tarde no Tribunal do Porto Santo as listas concorrentes à disputa de 1 de Outubro. Seria tudo normal e sem história se o cabeça-de-lista e recandidato à Câmara, Filipe Menezes, não tivesse decidido deixar fora-de-jogo o actual n.º 3 da vereação socialista na autarquia, Emanuel Melim. As listas avançaram e o homem excluído de futuras batalhas.

Diz-se que já na parte da manhã, quando o tema na ilha era a vistoria à Baiana, subiram insultos gritados no interior dos paços. Troca de mimos que se ouviam do Ilhéu da Cal ao Ilhéu de Cima.

Ora, o que faz Melim? Saca do telemóvel, liga para Idalino Vasconcelos, chefe-de-fila do PSD na corrida que anima a estrada eleitoral, e daí a bocado estavam ambos a tomar um cafezinho num bar da pequena cidade.

Já corre pela Vila Baleira que o desprezado Emanuel se colocou ao dispor de Idalino para o caso de o challenger de Menezes precisar de alguma coisa que esteja ao seu alcance.

Enfim, comportamentos que se banalizaram na Região. José António Garcês queria ser candidato do PSD em 2013, não o deixaram, pois então despiu friamente a t-shirt laranja e concorreu contra o próprio partido - por acaso vencendo no dia fatal.

Agora é o que acontece com Ricardo Nascimento, que o povo da Ribeira Brava julgava social-democrata e vê agora competir contra o PSD - e nem por isso os ribeirabravenses acham a reacção estranha, tanto assim que ou muito me enganamos ou Miguel Albuquerque vai apanhar um 'cagaço' na terra do antigo Visconde. Ai, Nivalda!...

Mais alá, na Ponta do Sol, o presidente cessante ainda está no posto, colocado lá pelo PSD-M durante 12 anos, e já se dá ao luxo de desestabilizar o próprio partido enfrentando o líder Miguel Albuquerque, não só com acusações directas à liderança, como desafiando com uma candidatura sua contra o mesmo Albuquerque. Segundo nos dizem, até Manuel António Correia, suporte de Rui Marques nos Canhas e no antigo governo regional, apanha da repentina e improvável vedeta ao longo da entrevista do ainda edil a um diário.

A política do eucalipto que andaram a cultivar durante décadas criou fenómenos destes, que fazem rir e chorar ao mesmo tempo.

Por acaso, o presidente da Ponta do Sol tem obra para mostrar num congresso do PSD, quando disputar a liderança. Festas todo o ano, com 8 e 9 palcos em simultâneo na vila da Ponta do Sol, subsídios a dar com um pau a associações criadas não se sabe bem para quê, tachos e tachinhos na câmara para 'especialistas' da imagem e do som - criando a ideia de que Hollywood vai ter ali uma delegação cinéfila. E tantos mais feitos e obras por aquelas lombadas acima.

Isto a propósito das birras no Porto Santo.