Dourando o cimento
Em mais esta empolgante sessão de 'Savoy sem Mestre' veremos as maquinações arquitectónicas para disfarçar um elefante na paisagem - ou, nos termos mais acessíveis aplicados na Memória Descritiva, conheceremos as "Justificações das opções técnicas e da integração urbana e paisagística da operação".
Digamos antes porém, sobre a caracterização da opereta (ou operação) urbanística, que o elegante projecto se insere no Plano de Urbanização do Infante (o popular PUI), aprovado pela deliberação, tomem nota, n.º 1065/2008 e publicado na 2.ª série do Diário da República n.º 70.
Todas as referências constantes do PUI foram respeitadas, atenção.
Rumando então às "Justificações das opções técnicas e da integração urbana e paisagística da operação", ataquemos preliminarmente pelo lado das Novas Opções Arquitectónicas. É a maneira de ficarmos a saber que foi dada continuidade ao projecto anterior em termos de o complexo hoteleiro continuar a ter - de certo modo, digamos assim - os quatro corpos independentes (A, B, C e D), com os mesmos objectivos de sempre: criar interrupções na volumetria "evidenciando maior permeabilidade ao nível da insolação" e ao mesmo tempo "intensificando a diversidade de ritmos de luz e sombras".
Como vemos, bem andaram os "Saraiva + Associados" ao enveredar por uma "solução de linguagem moderna", já que assim se tirou partido das linhas horizontais tornando - preste-se atenção - o edifício muito mais leve e ligeiro, "pela transparência das cores claras e materiais mais leves, quebrando um ar austero e pesado da solução anterior".
Por enquanto, esta leveza toda e a transparência de cores não atenua o susto de quem olha actualmente da Pontinha para os lados do Infante. Mas a obra não está pronta e os obreiros consideram que "as curvas e contracurvas dão ainda mais leveza e continuam a posicionar a melhor vista", permitindo ao mesmo tempo uma insolação mais apropriada.
Está tudo pensado.
Ainda relativamente ao projecto anterior, note-se que agora foram aumentadas as áreas ajardinadas, tanto do solário como das frentes públicas.
Um pormenor relevante: nos solários novos, lá em cima na cobertura onde funcionarão o Sky Bar e o Vip Lounge, foram criadas zonas ajardinadas para melhor integração e conforto dos utilizadores. Sendo um dos futuros utilizadores o próprio Avelino Farinha. Ao que nos dizem, o grande boss reservou para si próprio uma suite do tamanho de um palácio nas alturas do Savoy, para os tais momentos livres em que vem de visita à Madeira. Aposentos em condições diplomáticas para receber Albuquerque e Cafôfo em futuras negociações, se os ditos cavalheiros executivos se mantiverem nos cargos, como é evidente.
Íamos nos truques artísticos do novo projecto para reduzir o impacto volumétrico do nosso elefante branco de estimação, os tais artifícios que embrulharam a nova Câmara do Funchal depois de terem enrolado a anterior do Miguel. Faltou dizer que além da ampliação das zonas verdes (cada um usa a cor dos óculos que quer), foi dada sequência às transparências promovidas pelos vazados (cuidado que é termo técnico) entre os edifícios, de forma a reduzir mansamente esse impacto.
Para não haver aproveitamentos, vamos dar a palavra aos arquitectos que gastaram pestanas a desenhar e a recortar alçados na elaboração da sua proposta: "É sobretudo com a nova linguagem moderna, cor e texturas e novos revestimentos que se pretende reduzir o impacto volumétrico que na nossa opinião fica mais atenuado com esta nova proposta arquitectónica mais actual e com certeza melhor integrada."
Se esta é a táctica posta no terreno, o cidadão que tenha cuidado quando circular por aqueles lados: o impacto da obra está atenuado, parece haver muito verde e muita leveza, mas o cimento está lá.
Grande alteração
Se não me engano, abordámos 'en passant' na 1.ª Lição as ligações externas
do Savoy, mas insistiremos no tema porque é matéria que pode vir no exame.
O que é que os promotores pediram para 'dourar' o mau ambiente que os fundamentalistas
anti-cimento iriam certamente criar durante o crescimento do animal? Pois,
urgia uma grande alteração de planos. A qual consistiu, diferentemente do
primeiro projecto, em abrir uma ligação pedonal a céu aberto entre a Avenida do
Infante, a Praça do Turista e a Rua da Imperatriz. É que, no ver dos
desenhadores especializados, "a criação de mais áreas de uso público em
conjunto com as áreas comerciais de rua ajudam a criar toda uma vivência mais
adequada e humanizada de todas as zonas, não só ao longo da Avenida, como
através deste novo acesso pedonal de uso público".
5 comentários:
É melhor começarem a fazer o mesmo exercício para os monstros que vão nascer na zona do Toco
Força AFA, dá-lhes grosso nesta cambada de invejosos que nada produzem e querem continuar a viver em tendas indígenas.
Aproveitem agora que está a ser construída uma Lagoa no Paul da Serra e vão para lá viver pois tem as condições para a sua sobrevivência.
Comentadeiro das 10.32
A Lagoa também e esta pelo AFA? Só para saber.
É que a recuperação da Lagoa do Santo da Serra também foi feita pelo AFA e nunca armazenou um litro que fosse de água..
E derramou-se lá quase 6 milhões de euros dos nossos impostos...
Bem sei que não gosta de nós, mas se for feita pelo AFA, novo DDT, já vi que vamos morrer à sede!!!!
Monstro 1 Savoy
Monstro 2 Lazareto/Toco
Mostro 3mQuarteirão da Insular
Vai ser melhor metê-los numa jaula.
Comentário das 16,46h
Monstro 2 - Lazareto/Toco
Então o Engomadinho/Renovadinho do Miguel Promessas Falsas juntamente com a sua Partner agora candidata ao Funchal Rubina Leal não tinham apresentado um projeto para uma nova Cidade com Marina, Ruas e Avenidas, Bares, Hoteis em Altura e Apartamentos luxuosos.
Não estou a ver agora as criticas ao Cafofo por ter iniciado parte desse processo quando os renovadinhos atrás mencionados lá estiveram dezenas de anos e nada fizeram de concreto, nessa altura sim, foi conversa de encher chouriços e apenas blá, blá.. como sempre, só show-off de promessas e coisas realizadas#Zero.
Monstro 3 - Quarteirão da Insular
Que dizer daquela Cangorra Podre que lá está desde os meados do seculo passado a conspurcar toda aquela zona da cidade num local nobre junto ao Mercado e perto da Marginal?
Será que Edificio está bom com um enxame de ratos, a cair de podre, sujo, todo degradado e a envergonhar toda a cidade?
Aquele edifício parece um sem-abrigo imobiliário da Cidade do Funchal...
Agradeçam ao AFA por se ter lembrado daquela Cagada e querer transformar aquilo num Edificio Moderno com Hotel e Centro Comercial, não de chineses tipo Bazar do Povo mas sim de qualidade.
AFA, é quem neste momento alavanca a economia e baixa o desemprego, o Albuquerque e o seu governo muito lhe deve e tem a agradecer.
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