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CRISE REVOLUCIONA CALENDÁRIOS
Mesmo sem decreto governamental, o mês de Janeiro sofre um aumento espantoso de 40 para 70 dias
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As imagens que ilustram esta peça não foram obtidas Dia de Festa ou num domingo de manhã, foram hoje mesmo, às 10h30. É isso, onde se meteu aquela terrível lata dos engarrafamentos a todas as horas? |
Até há pouco tempo, o mês de Janeiro, que começou por ter 31 dias, arrastava-se para os 40. "Nunca mais é fim do mês", queixavam-se os trabalhadores.
Pois o Janeiro corrente não terá menos de 70 dias na previsão dos mais optimistas. A população, de bolsos vazios, mal consegue descortinar no calendário das suas angústias o fim do calvário deste janeireiro arranque de 2013.
Ainda esta manhã, era isso que se comentava numa esplanada onde fomos encontrar mesas vazias e os empregados de bandeja na mão a conspirar contra os desgovernos.
"Este vai ser o mês mais longo da História de Portugal", suspirava um deles, desalentado.
Já tínhamos reparado. Ao chegarmos a um parcómetro, chamou-nos a atenção a bordoada no preço mínimo, de 55 para os 65 cêntimos.
Sim senhores, aumentos destes quando o povo passa a receber menos!
Procurámos estacionar mais longe da baixa. Mas, por uns escassos 15 minutos ou coisa que o valha, o preço mínimo já aumentou aí de 30 para 35 cêntimos.
Vão roubar o Camões! - bradámos.
O carro voltou a parar em casa. Por sorte, sobrava um lugar na zona.
Pouco depois da descida no carro do 'Armando', percebemos melhor os 70 dias de Janeiro. Ruas sem automóveis, porque a gasolina queima. Parques de estacionamento por onde passámos e deitámos o olho, também 'limpos'.
Devemos tudo à UE e ao UI
Este aumento de Janeiro é outra proeza dos nossos dois desgovernos, o de cá e o de lá.
Antigamente, tínhamos a 'semana dos 9 dias', mas essa nunca chegava. Na actualidade, estes cavalheiros da gravata paga por nós inventaram o mês de 20 dias, não para se receber o vencimento mais cedo, mas para substituir o de 30 nas indemnizações por despedimento.
E agora vão mais longe, encurtando o mês até aos 12 dias, para o mesmo objectivo. Quem for despedido perde a segurança laboral e a indemnização a que tinha direito.
Obra feita é isto.
Reconheçamos que devemos tais prebendas ao Patinhas do Gaspar, à UE dos subsídios aliciadores e ao UI que os gastou à louca.
Em suma: em Lisboa, Passos Coelho esbate a 'injustiça na distribuição dos sacrifícios pelos portugueses'; na Madeira, 'Meio Chefe' imita-o de modo a 'realizar a esperança'.
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