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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Delírios da Madeira Nova



'MEIO CHEFE' DEDICA PEÇA NO EX-JM A CAVACO, GAMA, 
PATAS RAPADAS E MILITARES EFEMINADOS


Convém que os novos dignitários militares leiam sua excelência, para saberem como conservar as 'boas relações' e evitarem ouvir o que antecessores seus ouviram no Paul da Serra.


Sua excelência dinossáurica marcou presença esta segunda-feira no jornal que nós pagamos contrariados para mais uma vez se auto-elogiar, vangloriar e propagandear.
Mas a gravidade do seu narcisismo, na fase adiantada em que vai, prejudica-lhe a injustificada e despropositada petulância. 
Não incluísse o paginador na maqueta o retrato indigerível do rei da tabanca e um leitor normal julgaria estar a ler uma paródia política ao dito-cujo. Mentiras, patranhas grosseiras, deturpações à História - aquilo configuraria um festival de gargalhada caso não se tratasse efectivamente de um texto escrito (mais propriamente escrevinhado) por ele e para as pessoas lerem como se fosse sério.

Algum dos nossos Leitores conhece alguém que de manhã diz uma coisa e à tarde o seu inverso?   Claro que conhece. Pois é esse indivíduo que aparece no raio do artigalho a pregar sobre os que são de 'memória curta'.
Até nisso se impõe sua excelência como um símbolo vivo da incoerência.

Pede, pois, aos de 'memória curta' que se recordem do seguinte: os partidos da Oposição votaram contra "as infra-estruturas que se iam construindo e contra as medidas de carácter social, cultural e educativo".
Infelizmente, de nada valeram os avisos da Oposição, que percebeu logo nos primórdios desta Madeira Nova para onde caminharia o desenvolvimentismo emergente. Tivesse o eleitorado pensado nisso e hoje teríamos vida muito menos inviável.
Quanto às medidas sociais, quer sua excelência dizer que, não fora ele, ainda não havia água, luz nem centros de saúde na Madeira, apesar de essas serem 'medidas' corriqueiras no resto do país, Açores incluídos.
Aquela cabeça!

Pede também: abram essa memória curta, lembrem-se que eu dizia 20 anos atrás que o sistema português viria a dar à bancarrota. 
Pois ele devia ter previsto também que o seu modelo económico, montado em cima do joelho, havia de trazer a Região à dupla bancarrota (qual Keynes, ele só leu o 'Especialista Instantâneo do Keynesianismo', e na diagonal !).
Depois, dando a impressão de imitar os adversários que fazem ironia com as paranóias dele, desata por ali fora com alusões à maçonaria e mais "sociedades secretas", aos comunistas, aos "interesses de Lisboa", os delírios do costume que já provocaram preocupação pela saúde do homem e hoje só fazem sorrir, de tão insistentes.
Pois se ele, no texto em apreço, ainda se queixa de ser vítima de insultos, mentiras e calúnias! 
Exige-se tratamento.

Naquela desvairada e febril arenga, rei da tabanca vangloria-se do "frenesim" com que se atirou a "infra-estruturar o arquipélago a toda a velocidade possível e agarrando os meios disponíveis, incluindo a dívida pública com recurso a uma banca que então ainda tinha dinheiro".
Justifica ele: aquilo não foi "instinto ou imediatismo", foi "previsão e estratégia política"! 
Mas estraga tudo na continuação do raciocínio: "É que um mínimo de preparação e de bom senso via que quando a banca tinha 5 milhões e andava a emprestar aos 15, 20, 30 milhões, algo acabaria mal."
O plano era este: fazer "tudo quanto era possível, o mais rápido possível e ir procurar dinheiro onde, então, ainda era possível obtê-lo". 
Ou seja: sua excelência diz que fez bem aquilo que acha que não devia ser feito, para evitar a bancarrota. E di-lo com total à-vontade, como se a Madeira não caminhasse hoje para a bancarrota, como se o desemprego não andasse por níveis proibitivos, como se o povo não voltasse à emigração, como se a pobreza não estivesse a deixar esfomeados e envergonhados 75% dos efectivos da classe média.

O cúmulo da comédia é ler-se o homem dizer esta barbaridade: "Se voltasse a 35 anos atrás, quando tomei posse pela primeira vez, era este o rumo que de novo teria seguido."
E encontra-se esta desgraçada terra entregue a um soba em tal estado!
Os serviços de assessoria das Angústias deviam pegar neste texto e enviá-lo para os amigos do seu chefe - Cavaco, Jaime Gama, Tiago Vasconcelos e mais alguns militares engraxa-ditadorzecos. Ah, e metam o artigalho também no 'Madeira Livre', que é para os 'patas rapadas' lerem. Não merecem outra coisa. 

Nota da 'Fénix' - Senhores comissários destacados no ex-JM: onde está a chamada de 1.ª página para esta peça de arte? Agora é preciso folhear a edição toda para descobrir se sua excelência trabalhou para nos divertir?

1 comentário:

jorge figueira disse...

Creio que desta vez a maçonaria agiu a partir do interior da fortaleza. Alguém, reencarnando o maçon Carlo Collodi, - autor do Pinóquio - produziu este divertido texto e publicou naquela folha. Os corifeus de serviço não deram conta e lá saiu aquele ridículo conjunto de mentiras que levaria o nariz do Pinóquio para lá da terra do Pai-Natal. Lá teremos mais um inquérito. Acautelem-se corifeus.