Ontem
andaram no Imaculado a fazer
perguntas sobre as autárquicas
O que acha do desempenho de Paulo Cafôfo?
Esta foi uma das perguntas que as lebres de uma empresa de sondagens andavam a fazer ontem. Pelo menos na zona do Imaculado Coração de Maria.
A outra pergunta pedia opinião sobre qual é o melhor candidato para o PSD: Sérgio Marques ou Rubina Leal?
À primeira vista, parece uma sondagem encomendada pelo PSD, que é quem tem de se preocupar com aquilo que os munícipes pensam da prestação do actual presidente do Funchal e sobre a popularidade dos candidatáveis pela camisola laranja.
Não tarda nada o esclarecimento a dizer que o PSD não tem nenhuma sondagem no terreno. É normal, um direito.
Independentemente da paternidade do estudo de opinião - porque ele existe -, tudo se conjuga numa realidade negra para o PSD, no processo das autárquicas já em andamento. Continuam nas Angústias e na Rua dos Netos embaralhados, sem saber que fazer à vida em matéria de candidatos. Não só o PSD, mas é dos social-democratas que estamos a falar hoje.
Não é novidade que Miguel Albuquerque e seu séquito parecem condenados a ter de mexer no governo regional, não para a remodelação que intempestivamente o chefe ameaçou fazer, mas por falta de solução no Funchal.
Que se saiba, o PSD nem sequer põe em hipótese a única candidatura capaz de fazer frente a Cafôfo. Ora, para combater os sorrisos, fotografias e discursos do actual Mayor, não é com mais sorrisos, fotografias e discursos - porque, se fosse, lá estava Rubina Leal condenada a entrar no barulho para salvar a sua equipa.
A solução nestas eleições, no que ao PSD diz respeito, tem de surgir pelo lado da competência, em contraponto com este ar de festa permanente no Funchal e excursões cafofianas. Competência, distanciamento dos tubarões da praça, rigor, discrição. O contrário do modelo vigente, a 'Mudança', a situação que aos adversários compete vencer nas urnas. Miguel Albuquerque sabe que tem esse trunfo, mas nem admite a hipótese de caminhar por aí, nem um instante. João Rodrigues, o Engenheiro que foi vereador na equipa do mesmo Albuquerque, seria essa figura capaz de destronar Cafôfo. A sua passagem pela Câmara, no difícil e altamente complexo pelouro das obras, não lhe deixou mazelas políticas nem profissionais. Porém, não acompanhou a debandada de social-democratas que seguiu Albuquerque na altura em que a mudança - salvo seja - se apresentava irreversível. O vereador tinha começado num projecto e não aceitou as oportunidades dos novos ventos, arriscando-se inclusive a conotações com o regime então em queda.
Miguel Albuquerque sabe evidentemente que, para recuperar uma Câmara sem a qual perderá legitimidade política em todas as frentes, o ideal seria apresentar um projecto com experiência e sabedoria autárquica, ideias práticas e low profile, para levar ao eleitorado uma equipa de verdadeira alternativa, o tal contraste que leva às vitórias quando se está do lado da oposição. Miguel não abrirá mão. Não quererá dar a entender aos correligionários que se deixa 'trair' e depois abre os braços à reconciliação. Tendo-o, contudo, feito ao mais alto nível depois de ter ganho a liderança do seu partido.
O desnorte no Laranjal alastra aos vários concelhos. A começar por São Vicente. Como é que se pode conceber que um partido maioritário não apresente candidatura a uma câmara municipal? Um partido de poder e de vitórias 'vai a todas'. Mesmo para perder aqui ou ali. Desistir sem luta, ainda por cima apoiando outros, é precedente... sem precedentes. Mas com consequentes.
Santana é outro drama. A notícia do DN é verdadeira. Carlos Pereira está na calha. Vem de há mais tempo. Só com uma particularidade: não foi Carlos Pereira que alguma vez sonhou com este absurdo de candidatura. Trata-se, sim, de falta de quadros no Laranjal para tentar derrubar Teófilo Cunha, do PP. Um partido que mudou de liderança prometendo renovação, ei-lo a recorrer a um dinossauro com mandatos esquecidos na câmara nortenha - para que volte e ensaie uma vitória que nem subindo o Pico Ruivo de joelhos [Carlos Pereira] alcançaria!
O Porto Santo é outro caso. Pode-se metaforizar: o PSD tem na pequena ilha mais sensibilidades do que militantes. Assim, como está para acontecer em muitos outros concelhos, a candidatura que for lançada contará com grande parte do partido a votar contra. Havia uma hipótese, mas o PSD que manda, no Funchal, já descartou: Fátima Menezes, que substituiu Roberto Silva na presidência da Câmara. Reside ali um dos poucos edis que saíram da presidência deixando muita simpatia entre os trabalhadores municipais. Os que viram o seu problema justamente resolvido na saga da 'Porto Santo Verde' sabem de que estamos a falar. Mas a boa imagem da presidente persiste também fora das paredes dos Paços.
Quem sabe se não é Fátima Menezes, tia do actual presidente, que Filipe Menezes mais temeria como adversária em 2017? Talvez por aí a sua corrida deixasse de ser o passeio que se adivinha.
O Porto Moniz parece entregue outra vez ao socialista Emanuel Câmara. Por mérito do presidente, não do partido da Praça Amarela. O mesmo se podendo dizer de Ricardo Franco, em Machico.
Miguel Albuquerque diz apontar a uma vitória nas autárquicas. Pode ser. Mas, se for para apostar, metemos os poucos cobres na derrota laranja, ou seja: a maioria das câmaras zarpará sabe-se lá para onde. O chefe do Establishment que se contente com a Calheta, Ponta do Sol e Câmara de Lobos. Santa Cruz está feita uma babilónia de nomes candidatáveis por diversas forças, ninguém faz ideia do que pode sair dali. Os verdinhos não atiram a toalha ao chão, estamos a falar de Gauleses! A Ribeira Brava está 'tremida'.
Como dizia o Gordo, que mais irá acontecer a Miguel Albuquerque?
11 comentários:
Quanto a Santana, dois esclarecimentos:
1 - não foi o PSD que foi atrás do Carlos Pereira, foi este que veio ao encontro do PSD;
2 - Quadros em Santana do PSD para fazer face ao candidato do CDS não faltam, existem, e têm credibilidade no Concelho.
A sondagem é da Luís Paixão Martins que trabalha em exclusivo para a Câmara do Funchal.
Essa Sondagem é da geringonça - Mudança.
Deus nos livre de Paulo Cafofo, já nos bastou 40 anos de regime populista de Alberto João
Que venha o meias, pois será muito melhor que o Cafofo.
O melhor candidato é o Sérgio Marques, para queimá-lo, já que no governo não faz falta, só defende os lobies.
Se for para perder o Funchal, que seja Sérgio Marques. Matam-se muitos coelhos de uma cajadada só.
Como já li algures, o Albuquerque devia lançar os seus oponentes nas anteriores internas, às autárquicas. Miguel de Sousa em Santa Cruz, Cunha e Silva em Santana, Sérgio Marques no Funchal e MAC na Ponta do Sol. Ou será que acham que as autárquicas não estão à sua altura?
O Cafofo vai gastar fortunas na campanha eleitoral, dá vontade de vomitar ver o homem agora preocupado com as zonas altas quando nunca se importou com elas.
FÁTIMA MENEZES O que ?
Essa Senhora não deixou saudades em ninguém muito menos nos Trabalhadores da Câmara ,mais essa Senhora todo fez para a Câmara mudar para o P.S. por VINGANÇA pelo P.S.D, não a ter escolhido para Candidata.
Mas existe algum Portossantense que se lembre que essa Senhora alguma vez foi Presidente de Câmara ?
Mas alguém alguma vez votou nessa Senhora para Alguma Coisa ?
Tenham juízo essa Senhora só foi alguma coisa a pala do RS. caso contrário nunca seria lembrada para nadinha.
A mensagem do anónimo das 00:19 é maquiavélica. Qualquer que seja o resultado, Albuquerque ganha... mas é preciso muita coragem para a tomar.
Quem disse que Fátima Menezes era adorada por estes lados? Deus nos ajude. E é verdade o que escreveram. A situação da Porto Santo Verde foi resolvida pelo Roberto Silva e não por essa senhora vingativa. Além do mais, os candidatos devem falar com as pessoas, nem que seja no apelo ao voto. Essa senhora não abre a boca para ninguém.
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