Publicamos o discurso que Gil Canha faria esta manhã de domingo na sessão do Dia da Região a decorrer no Porto Santo e que um passageiro mal-estar do deputado independente impossibilitou.
No seu livro O General
no seu Labirinto, o grande romancista Gabriel Garcia Marques narra a
história dramática dos últimos dias de Simón Bolivar, que abandonado, gravemente
doente, traído por disputas internas pelo poder e desiludido pelo fim do seu
sonho de uma América latina unida e forte, sentiu-se perdido e, no meio dessa
sua angústia existencial, das velhas glórias e erros passados e dum futuro
incerto e sombrio, exclamou: “Carajos…, cómo voy a salir de este laberinto!
Ora neste momento, a nossa Região Autónoma da Madeira chegou
ao mesmo dilema, ao mesmo impasse, à mesma aterradora incerteza, ao mesmo
labirinto que experimentou Simon Bolivar há dois séculos no seu leito de morte.
Todos os madeirenses esperavam uma renovação do sistema, uma
nova ordem, uma nova forma de governar, não assente na satisfação de interesses
privados e individualistas, mas sim num governo responsável, sério, imbuído de
sentido de Estado, e cuja acção fosse direccionada para a defesa do bem comum e
não para o folclore populista e eleitoralista que nos arrastou para este
abismo.
Quando todos aguardavam um novo modelo sócio-económico e
ambiental, financeiramente sustentável, o actual Governo do Dr. Miguel
Albuquerque voltou às velhas práticas do passado, das grandes obras inúteis,
dos desvios de dinheiros públicos para os grandes grupos económicos que parasitam
e atrofiam a nossa economia, e para o endividamento galopante, transformando a
nossa pobre e martirizada região numa permanente tragédia financeira. E pior
ainda, é que não aprendemos com os erros do passado, pelo contrário,
continuamos a repeti-los, de uma forma alarve, metódica e apalhaçada, perante
um povo apático e resignado, que na sua infinita sabedoria percebe que tudo
isto é uma fatalidade congénita e para a qual não há remédio.
E quando todos aguardavam uma alternativa política, séria e
credível, aparecem agora os cafofianos socialistas, com uma máquina de
propaganda milionária, apoiados tacitamente pelos grandes “patrões”
monopolistas, seguidos por uma turba indescritível de oportunistas, ansiosos
por assaltar o aparelho administrativo e prontos para fazer tudo, para que tudo
continue na mesma.
Assim, todos aqueles que lutaram durante anos para
estabelecer na Madeira e no Porto Santo um regime democrático, livre de
compadrios, corrupção, clientelismo, nepotismo e má gestão dos dinheiros
públicos, deparam-se agora com o mesmo dilema, o mesmo labirinto em que andou
mergulhado Simon Bolivar. E perguntamos: - o que fazer para contrariar esta
fatalidade histórica? Resignarmo-nos? Baixarmos os braços? Voltarmos ao combate,
apesar de exaustos e envelhecidos? Não sabemos, talvez a nossa única esperança
é que apareça uma terceira-via ou alguém que ponha termo a este regabofe
populista dos laranjas e dos cafofianos socialistas.
El Libertador um dia confessou que “Fazer a
revolução na América é como arar o mar!”; esperamos que todo o trabalho de
resistência realizado por todos aqueles que lutaram contra a ditadura
jardinista ao longo destes anos não tenha sido em vão, e que algures, entre os
vales mais profundos da nossa ilha, ou entre os nossos ancestrais genes,
irrompa uma força humana que derrube as forças do mal que se perfilam novamente no horizonte.
Gil Canha
6 comentários:
Se o Cafofo é igual ao PPD então mais vale votar no PPD.
Foi de lobo marinho
Foi o olhado roixo do soisas.
Dr. Gil, vá à bruxa já
cafofo não é um santo mais este também não é
A força humana que o senhor Gil fala só acontecerá se conseguir o acordo dos intervenientes políticos virtuosos mais activos e/ou mais influentes para apoiar um só candidato... alguém que capte a imaginação dos cidadãos regionais.
Antes eu era critico de Gil Canha e já chamei-lhe ressabiado até mas quando vi um administrador dos Sousas apontado como futuro governante do Cafofo, eu percebi que ele é um TRAIDOR E DEMAIS CAMARILHA!
Que culpa terá Cafofo por os SOUSAS serem um grupo empresarial de grande visão e mente alargada e tendo conhecimento que estes Renovadinhos do PSD vão de vela nas próximas eleições deixarem de os apoiar e tentarem outro tabuleiro.
Todas as Grandes Empresas e especialmente os Bancos partilham com sondagens encomendadas para saberem o barómetro antecipado das tendências de voto. Funciona assim em toda a parte do Mundo.
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