'Sopa do Cardoso' ao ar livre
O nosso agente 1130 K7 carregou instintivamente no travão e o automóvel afocinhou, quase apanhando com o de trás em cima. O próprio agente ainda foi com a testa ao pára-brisas.
Naquele repente, pareceu-lhe a bófia em mais uma operação stop, no âmbito do peditório a favor dos cofres de Gaspar e Jardim. Ora, uma pessoa nem sempre tem à mão e em dia a papelada do carro para mostrar aos rapazes da polícia, não é verdade?
O nosso agente olhou para todos os lados, em busca de saída para evitar a maçada de mostrar documentos (fora de prazo), o cartão da caixa e o de militante do PPD, acender o farol de nevoeiro, apresentar o triângulo, enfim, tudo o que os fardetas vão exigindo até conseguirem extorquir uns euros ao freguês.
O nosso agente não podia voltar para trás, porque era sentido proibido. Nem conseguiria escapulir-se pela Estrada Regional 118, ex-Rua do Oudinot, porque ia dar ao mesmo: contra a seta. O resto das estradas estava engarrafado.
- Mas oh diacho, uma operação stop à porta do comando da PSP? - reparou K7 - Não pode ser.
Percebeu então que ali no Campo da Barca, logo acima da Praça Tenerife, se praticava solidariedade: distribuição de sopa quente em terrinas.
Eram mais de 40 sem-abrigo a receber alimento para a noite. Mas o nosso arguto agente descobriu lá no meio alguns com-abrigo, a esconder a cara como podiam.
Perguntou qual a melhor Estrada Regional para fugir ao movimento do Campo da Barca, a caminho de Santa Luzia. O guarda da PSP interrogado puxou do GPS e do decreto n.º15/2005/M que Jardim mandou alterar na Assembleia para chatear o Albuquerque e aconselhou-o a procurar atalho da Estrada Regional 118 para a 109. E lá seguiu o 1130 K7 ao seu destino, a fim de despachar rumo à 'Fénix' a foto que documenta o trabalho que o governo regional, através dos seus eleitores, desempenha no interesse dos desprotegidos.
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