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terça-feira, 24 de março de 2015

OPINIÃO


ALBUQUERQUE DESPREZA
'MARCAS' QUE LHE DERAM SUCESSO 




De entre as características pessoais que valeram a Miguel Albuquerque chegar politicamente aonde chegou, há três de que ninguém se esquece. 
Uma delas era esta: "Eu penso pela minha cabeça." Indirecta para se demarcar do então já decadente estilo jardineirista.
Outra consistia numa propalada predisposição para o diálogo com todos os parceiros da vida regional, fosse dentro do PPD, na sociedade civil ou junto de outras forças partidárias.
Finalmente, continua a retinir nos nossos ouvidos a crítica evidentemente destinada ao seu então chefe Jardim: "Eu não fujo a debates, não tenho medo de debates, irei sempre aos debates para que for convidado."
O Leitor está a perceber aonde queremos chegar. 
Ontem, não acreditámos quando nos sussurraram que o ex-presidente da Câmara do Funchal estava indisponível para se sentar hoje à noite na RTP com José Manuel Rodrigues e Victor Freitas. Era cá possível!
Recordámos aquelas teorias de Miguel de há uns 15 anos para cá sobre os debates, o diálogo, o pensar pela sua cabeça.
Mas, ainda que não houvesse tal histórico temperamental, digamos assim, teria de imperar nesta altura eleitoral uma certa inteligência política. Furtar-se a um debate na TV, tempo de antena impagável, na recta final da campanha eleitoral? Como justificar a irresponsabilidade?
Além dos inconvenientes todos de uma decisão dessas, como é possível um candidato a presidente do governo desperdiçar uma aparição diante do eleitorado a 5 dias das eleições? Sobretudo, quando há uma margem ainda de uns 25% de indecisos, para mais e não para menos?
Ainda por cima, este seria o debate com menor risco para Miguel Albuquerque. Por mais pesada que fosse uma derrota sofrida - se ela acontecesse -, fracos efeitos teria nos resultados de domingo. Toda a gente sabe que Victor Freitas e Rodrigues cairiam em cima do favorito. Dois terços contra um terço. Logo, normal que o representante do PSD vacilasse um pouco ante o assédio de adversários desesperadamente necessitados de uma reviravolta. Os telespectadores perceberiam isso e Albuquerque até poderia retirar dividendos do 'tiro ao alvo'.
Longe estávamos de saber que a fase de trapalhadas e calinadas das eleições internas não ficara para trás. Depois de ganhar o partido por mérito próprio, mas também por saturação do jardinismo mesmo dentro do Laranjal, Miguel Albuquerque deixa-se tomar pelos tiques de Jardim que mais irritaram a massa pensante madeirense destes anos. Como aquela exigência arrogante das maiorias absolutas - 11-0 em versão autárquica. Miguel sabe perfeitamente como se sugere o mesmo sem provocação jactante. Mas não. Embarca nas tentativas de chantagem que todos ouvimos em tempos de má memória. 
Alarmar que o futuro da Madeira está em perigo, não vá o eleitorado negar a maioria absoluta ao novo PSD! Essa agora!
Com vista a domingo, o líder PSD conta com vento a favor, é um facto. Sondagens e tudo. Mas nunca fiando.
Ele, Albuquerque, sempre afirmou que "pensa pela sua cabeça". Ora, a menos que pense pela sua cabeça, mas afinal muito mal, ter-se-á deixado levar por cabeças ocas nos últimos tempos. Pensar pela sua cabeça, e bem, não combina de todo com a fuga ao debate desta noite.

PS - Da candidatura de Miguel Albuquerque, remeteram-nos para um comunicado explicando a recusa da presença no debate da RTP. O comunicado era para daí a meia hora. Passou-se uma hora e meia. Nada de comunicado. Mas também... Há um debate esta noite com uma cadeira voltada, precisamente a do principal candidato a presidente da Madeira. Que explicação há para isto, por mais páginas que tenha um comunicado? Será porque Miguel já esteve num debate "com todos" e unilateralmente decidiu não aparecer a mais nenhum? Parece tique de Jardim, desculpem lá. Só mais um pormenor: a CNE parece pressionar a RTP no sentido de cancelar o debate (no caso a dois, dada a ausência de Albuquerque). Por que é que os burocratas da comissão não deixam as questões do jornalismo para os profissionais do sector, que percebem da matéria? A TV pública decidiu - e bem. Os senhores da CNE que vão controlando os 'tempos de antena', que já garantem o emprego.

9 comentários:

Anónimo disse...

Será que foi com medo de dar mais umas bacoradas ou foi porque alguém ligou para o secretário-geral a falar que o Miguel ia sair prejudicado por este debate e esse alguém foi doutro partido que não estava no debate?

Anónimo disse...

O que mais faltava era inaugurar uma marca contrária à lei. Albuquerque fez bem. Ninguém tem mão nesta rtp de faroeste?

Anónimo disse...

Queria que o homem não respeitasse a lei? Seria um mau começo para um presidente. Albuquerque fez bem, ao contrário do PS, do CDS e da direcção e jornalistas da RTP. Quem se mete com miúdos...

Anónimo disse...

A principal marca deve ser de correcção, cumprindo integralmente e cabalmente a lei. Muito bem, Sr. Dr. Albuquerque.

paulo disse...

Ja aqui disse varias vezes ele e pior que Jardim!

Anónimo disse...

muito bem feito!....discutir com jm rodrigues e vitor freitas o futuro da madeira é anedota...

Anónimo disse...

Ele pode não ter ido ontem mais estava-la o Gil Rosa para atacar tanto o Victor como o José Manuel

que pareciam 2 baratas tontas

Anónimo disse...

Sim, sim. O Gil fez bem o trabalhinho de casa. Ah, grande social-democrata, a mostrar as fraquezas dos dois entrevistados.

Anónimo disse...

A verdade é que se MA comparecesse ao debate seria crucificado por não respeitar a lei e achar-se acima dos outros partidos que não estavam no debate, se não compareceu é o que se vê... enfim... preso por ter cão, preso por não ter cão!