Powered By Blogger

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

AUTÁRQUICAS 2013



'BANDOS', 'PATAS RAPADAS' E 'GOLPISTAS'
HUMILHAM E EXPULSAM JARDIM DA POLÍTICA




Vaga da mudança circunscreve últimas tropas jardinistas às 'Costas de Baixo'; independentes, PS e PP arrasam laranjal; fenómenos CAFÔFO e 'Mudança' abatem bastião social-democrata do Funchal; ALBUQUERQUE analisa sexta-feira situação no PSD em conferência de imprensa 


Cafôfo na euforia da brilhante vitória. (Foto H.S.)


Todo o santo domingo, a chuva miúda largada por um céu de nuvens espessas e escuras caiu sobre os funchalenses como que a prenunciar o advento de um tempo novo. Um dia teria de ser. Foi este domingo.
Previa-se algumas semanas atrás que, na noite destas autárquicas 2013, não haveria na já fúnebre sede PSD, à Rua dos Netos, nem champanhe nem o 'Madeira em marcha' nem o 'quem não salta não é da Jota'. Que não haveria bandeiras nem cânticos fanáticos numa camioneta percorrendo a cidade carregadinha de militantes como o eléctrico de Sete Rios... com gritos anti-colonialistas à passagem pelo Palácio de São Lourenço.
Confirmadíssimo. A festa acabou há muito. Nesta noite de domingo, reinou um silêncio de morgue naquela casa onde o próprio diabo e as bruxas receiam entrar, de há tempos a esta parte.
Que domingo eleitoral!


A empatia de Cafôfo com as pessoas fez o milagre.

Quanto à capital, o fenómeno 'Mudança'/Cafôfo prometera resultados nas urnas - e achávamos redutor pensar que chegava retirar a maioria absoluta ao PSD.
Santa Cruz também nos parecia um caso arrumado. Filipe Sousa e o movimento Juntos Pelo Povo caíram no goto do povo do concelho de Santa Cruz. Não nos saía da cabeça o que uma comerciante do Santo da Serra nos dissera havia meses acerca da popularidade natural dos rapazes da camisola verde.


O trabalho dos JPP recebeu um prémio inesperado de tão suculento.



Guardado estava o bocado...

Agora, e com toda a franqueza, não previmos que 'guardado estava o bocado' para o eterno líder em tantos outros concelhos da Madeira. Confessamos: o sado-masoquismo revelado por este povo ao longo de mais de 30 anos parecia-nos doença incurável. 
Não era.

O vento do Norte soprou docemente, mas a direito e sem hesitações. Teófilo é amigo do povo desde quando não pensava sequer entrar na política.


José António Garcês e os Unidos por São Vicente, Teófilo Cunha e o PP em Santana, Filipe Menezes e o PS no Porto Santo, Ricardo Franco e o PS em Machico e Emanuel Câmara e o PS no Porto Moniz - que humilhação impuseram esses candidatos e esses partidos e movimentos, não aos adversários locais, mas ao chefe do regime que acaba de apanhar esta violenta machadada!


Alguém não percebeu que os porto-santenses não admitem que maltratem os filhos da terra. Ora, foram do Funchal para lá chamar 'tachista' e 'golpista' a Filipe Menezes...



O povo fez uma última vontade a Jardim: não entregou 'o ouro ao bandido'. Chefe das Angústias tinha pedido. O eleitorado concedeu a graça e resolveu à sua maneira. Foi votar e escolheu sem a canga do costume.
É capaz de o povo não estar treinado para sequer ladrar como cachorro - como ofendeu Jardim, um dia, na Ribeira Brava. Mas mostrou uma personalidade forte que ainda não víramos a esta geração. 
Nem Chão da Lagoa nem Tony Carreira nem carros do governo para votar. São passados os tempos do 'pão e circo'. Foi uma excelente resposta dos 'patas rapadas' e daqueles que, por se organizarem para democraticamente irem a eleições, receberam o rótulo de 'bandos' e 'golpistas'. Aí estão as coisas nos devidos lugares.


Custa largar o brinquedo, mas vai ter de ser. Falamos do grande responsável pela derrota laranja: chefe Jardim.



Fez pena ver o eterno chefe laranja na noite eleitoral feito criança que não quer largar o brinquedo. Completamente alheado da realidade. Igual a ele próprio - e só a ele. A tentar justificar a humilhação sofrida com velhos argumentos que só não deram para rir porque... fazia pena. 
Dizia o homem que perdeu - ele, pois claro, não candidatos obrigados a dar a cara por militância - dizia ele perante os jornalistas que perdeu por causa dos efeitos da situação nacional e das tentativas de destruição do PSD-M por dentro. Ora por que raio haveria de ser!
E os militantes social-democratas, em casa, a pensar no que fazer para evitar que Jardim destrua o resto do partido que ele começou a destruir há muito.
O homem parecia contentar-se com a vitória numas freguesias e nos concelhos popularmente conhecidos como das 'Costas de Baixo' - Câmara de Lobos, Ribeira Brava, Ponta do Sol e Calheta. 
Já Bruno Pereira recebeu a derrota com humildade. Propondo-se tratar o futuro democraticamente. Colaborando, enquanto vereador, com o novo presidente, Paulo Cafôfo.

Bruno recebeu o veredicto popular com humildade. Tem muito tempo pela frente para voltar aos objectivos políticos.



Mas é isso. Enquanto Jardim receber pelo menos um voto nas urnas, estrebuchará para não largar a cadeira de onde o povo o correu ontem.
Ele disse uma verdade: que as próximas semanas serão para dar largas à necessidade de um congresso extraordinário no PSD. Mas acrescentou uma ideia que pode ser mentira: ...Um congresso que não haverá. 
Bom, se os social-democratas que pretendem abrir ao partido algumas possibilidades de sobrevivência não conseguirem dar o abanão que a estrondosa derrota de ontem impõe, tanto melhor para a Oposição.
É que a Oposição não tem pressa nenhuma. Quem esperou até aqui...

O vendaval da mudança soprou futuro este domingo no Funchal. PS, PTP, BE, PND, PAN e MPT, inteligentemente, esqueceram há meses quezílias entre partidos para dar o primeiro passo sem o qual se passaria o resto da vida a falar em missões impossíveis. Está dado o passo. Faz rir o mau agouro da ex-maioria de que os partidos da 'Mudança' começarão já hoje a brigar. Como se se tratasse de meninos que, antes de assumir esta responsabilidade, não pensassem que o dia seguinte exigiria mil cuidados e uma estratégia cirúrgica!

O Partido Socialista e o PP partiram à conquista de troféus e conquistaram-nos. Juntos pelo Povo de Santa Cruz e Unidos por São Vicente arrasaram a maioria... que já não é.


E há umas tais regionais em 2015...

As oposições, do ponto de vista autárquico, passaram para o poder e deixaram esse papel, de oposição, ao velho PSD. Houve mudança e a mudança já volta o leme para um objectivo ainda mais decisivo. 
Se o PSD entende que, perante os novos ventos, deve continuar como até aqui, está no seu direito.
Julgamos é que, ao verem a vaga de mudança por toda a Madeira, os eleitores social-democratas das 'Costas de Baixo', e sem querermos pôr em causa o sentido do seu voto e as vitórias claras dos candidatos laranja, julgamos que esses eleitores padecem hoje de uma certa mágoa com possíveis efeitos em futuras eleições.

Por último, dirigimos os parabéns a quantos fizeram História este domingo no Funchal. O bastião central caiu, e agora...
Parabéns ao PS pelo grande resultado e as 3 câmaras.
Felicitamos o PP, que ganhou várias freguesias e, também feito histórico, arrancou a câmara de Santana ao PSD - para isso contando com o trabalho no terreno de Teófilo Cunha, a favor do povo, que começou, devemos dizê-lo, muito antes da sua entrada na política.
Santa Cruz e São Vicente: Filipe Sousa e José António Garcês que transmitam aos seus bravos soldados o nosso aplauso. Ganharam mesmo todas as freguesias?! Diachos!
Parabéns a Filipe Menezes no Porto Santo e a Ricardo Franco em Machico. Ao Emanuel do Porto Moniz - já não era sem tempo.
Não podemos ignorar as vitórias dos candidatos PSD em Câmara de Lobos, Pedro Coelho, na Ribeira Brava, Ricardo Nascimento, na Ponta do Sol, Rui Marques, e na Calheta, Carlos Teles. Excelentes resultados numa conjuntura extremamente adversa e que espelham a consideração que merecem por parte dos conterrâneos.
Mas, se o Leitor nos permite, vai daqui uma palavra de simpatia e encorajamento para todos quantos concorreram e calcorrearam montes e vales a contactar o povo - mesmo derrotados depois nas urnas. Sejam do PSD sejam dos outros partidos e movimentos, admiramos sobremaneira o seu trabalho em prol do poder local.
Não seríamos nós a disponibilizar tal dedicação, nem pouco mais ou menos.

Albuquerque com trabalho antecipado fala do PSD na sexta-feira

Que fará Miguel Albuquerque depois da hecatombe laranja?  Jardim diz que não se demite, apesar da copiosa derrota ... 
Miguel  acaba de marcar conferência de imprensa para sexta-feira, em hora e local a designar. Até lá, precisa de pensar muito.
O presidente do Funchal, ainda por cima em hora de saída, tem duas hipóteses: assumir o trabalho antecipado que os resultados de domingo lhe sugerem; ou deixar cair o resto que está por cair no PSD, para disputar as eleições na altura estipulada, Dezembro de 2014.
Do ponto de vista da Oposição, é melhor que Albuquerque fique quieto. Se houver mexida no laranjal, a estratégia contrária terá de ser redefinida e redimensionada. Se continuar tudo como está, com Jardim a mandar... bom, com essas facilidades também nós.

RTP-M também ganhou


A cobertura das eleições feita pela RTP-M, desde as 3 da tarde até altas horas da noite, fica também para a história da televisão cá da terra. A informação moderna vive do directo. E o esquema montado, com resultados em tempo interessante e reacções por toda a Região, em cada local de festa ou pesar, certamente satisfez todos os telespectadores.
O painel que acompanhou a fase quente da noite - divulgação dos resultados - dificilmente poderia ter sido melhor escolhido. António Trindade, Violante Saramago de Matos, Ricardo Vieira e Francisco Santos estiveram inexcedíveis - pelas qualidades naturais, pela genuinidade e pela criatividade.
Gil Rosa apresentou-se com uma coordenação sóbria, intervindo a propósito, e tem ali um dia da sua carreira para recordar mais tarde. Assim como Tânia Spínola fez boa televisão, como é seu timbre, nos períodos que lhe couberam na programação da emissão. 
Os repórteres em campo, a nosso ver, houveram-se a contento, mas temos de registar as intervenções de Helena Correia desde a Ponta do Sol, sempre com novidades e enquadramentos de cada momento eleitoral francamente agradáveis - um registo a segurar o telespectador com naturalidade, que é o que se pretende numa televisão de excelência.
Para toda a equipa da RTP-M, de Martim Santos e Miguel Cunha aos operacionais, o apreço do 'Fénix'. O trabalho deste 29 de Setembro é um marco para a história da casa e mostrou aos madeirenses que não só é importante ter a nossa televisão em força e independente, como ela nos é indispensável em absoluto. Que Lisboa saiba disso.

domingo, 29 de setembro de 2013




DOMINGO ELEITORAL

Nuvens espessas no Funchal em dia de autárquicas. As 4 candidaturas da capital anseiam por ver o céu rasgar-se logo à noite num firmamento de estrelas anunciadoras do amanhã sonhado.


Santa Luzia











São Pedro





Garagem da Caixa vazia. O governo, por via do secretário dos Assuntos Sociais, mandou a frota ajudar os velhinhos por toda a ilha. Tudo o que tem pneus, motor e combustível avançou para ficar às ordens das autoridade locais. 





Arruadas de candidatos e do governo

sábado, 28 de setembro de 2013





CDU TAMBÉM FECHOU
CAMPANHA COM ARRUADA

Artur Andrade andou esta sexta-feira numa arruada pela populosa freguesia de Santo António, depois de uma iniciativa política na moderna zona habitacional das Madalenas.
A mensagem de despedida da campanha eleitoral foi clara e directa: os funchalenses devem dar o seu voto à CDU "para garantir e reforçar a única força política que não tem 'rabos de palha' nem está comprometida com esquemas, aldrabices e muito menos com a Troika". 
A coligação unitária, disseram os candidatos, "tem o cadastro limpo" e, se não pode prometer o que está fora do seu alcance cumprir, pode prometer "confiança, competência e trabalho".
...E, enquanto 'mouros de trabalho' o ano inteiro, dias inteiros, de sol a sol, como toda a gente reconhece, os responsáveis e simpatizantes da CDU querem continuar na vereação funchalense para poderem continuar a sua luta "pelo bem-estar das populações e pelo desenvolvimento das localidades". 
A juventude, sobretudo os estudantes da UMa, receberam um apelo especial: é preciso não deixar as escolhas nas mãos dos outros.
Com a ansiedade gerada pelas sondagens publicadas durante a campanha, a CDU vive a expectativa de manter o seu lugar na Câmara.
Agora, só amanhã, a partir das 7 da tarde.



As ideias da CDU para o Funchal:




Rui Nepomuceno, um histórico do PCP, não deu o flanco no trabalho de campanha em prol da candidatura de Artur Andrade.


Eleições Autárquicas







PP CORREU CECA E MECA
PARA FESTEJAR DOMINGO



O Partido Popular encarou as eleições autárquicas deste domingo como um 'tudo ou nada'. Empenhou, digamos, os seus trunfos mais valiosos para atalhar caminho e ascender em breve ao poder regional, após mais de 30 anos de lutas. O general José Manuel Rodrigues ofereceu o peito na frente de batalha. O PP, no meio de críticas insistentes pelo facto de não integrar a coligação 'Mudança, o que derrubaria pela certa o PSD-M da Câmara do Funchal, apostou por alto. E entregou-se nas mãos do eleitorado. 
A campanha teria de ser condizente.
As hostes da Mouraria, com Zé Manel na vanguarda, palmilharam várias vezes o Funchal de lés a lés, fazendo jus ao cartaz que dizia "aqui também é Funchal". 





Tal como os cartazes, a mensagem era passada com objectividade, sem floreados.



O último dia de campanha chegou e com ele uma arruada pela cidade. Os últimos chamamentos para o voto. 





(Fotos PP)


Zé Manel e suas tropas querem razões para festejar este domingo à noite. O eleitorado está decidido a premiar o risco assumido pelos populares ou a castigar o boicote ao projecto anti-PSD?

Eleições Autárquicas


DIA DE REFLEXÃO



Fotos capturadas hoje, dia 28 de Setembro, pelas 11:03 - M.R. 



Nota - O Funchal, pelo menos onde andámos esta manhã, está limpo de propaganda eleitoral. E julgávamos que o dia de reflexão impedia situações como a registada pelo nosso Leitor, na estrada que as fotos mostram. Esta infracção resolve alguma coisa?

sexta-feira, 27 de setembro de 2013






CAFÔFO E 'MUDANÇA' TERMINAM CAMPANHA
COM UMA INVULGAR ARRUADA




A coligação encabeçada por Paulo Cafôfo positivamente azulou a cidade do Funchal ao fim da tarde desta sexta-feira, com bandeiras e euforia. Nunca uma aliança ou partido oposicionista passeou auto-confiança e optimismo como esta 'Mudança' fez, mesmo ao cruzar-se com outras candidaturas.



'Mudança, mudança!"


O 'grito do Ipiranga funchalense' estrondeou na baixa da capital, esta tarde de sexta-feira, como qualquer coisa que já ninguém pode evitar. Uma onda delirantemente azul - não a pedir, mas como que a decretar uma viragem de comando na maior Câmara da Madeira, no domingo. Mas Cafôfo, no meio daquele mar de entusiasmo, teve a clarividência para deixar um aviso prudente, aqui e ali: "Ainda não ganhámos nada." Com esta explicação: "A vitória só acontecerá se os funchalenses forem mesmo votar em nós".
E assim é.
As largas centenas de apoiantes do projecto 'Mudança' continuavam porém imparavelmente confiantes, irradiando optimismo pelas ruas, sentindo-se parte talvez da maior arruada de sempre, em campanhas eleitorais aqui na Madeira. As vozes abafavam os tambores que abriam caminho ao cabeça-de-lista Paulo Cafôfo e a uma multidão empunhando bandeiras e lançando sorrisos aos boquiabertos transeuntes  numa vigorosa afirmação de vitória como não nos lembramos de ter visto  em arruadas no Funchal.


A desta sexta-feira saiu da sede, à Câmara Pestana, e estendeu-se pela Rua da Carreira para descer em direcção ao Dolce Vita, onde se cruzou com outra arruada, bem menor, do Partido Popular. A Placa Central (Avenida Arriaga) assistiria então a uma primeira passagem da 'Mudança', que avançaria para a Sé e para uma também primeira passagem diante da sede de campanha de Bruno Pereira, na Rua do Aljube. Os apoiantes social-democratas à porta da sede limitaram-se a assistir, denunciadamente surpresos, à longa e ruidosa serpente azul da 'Mudança'. 


Depois, Cafôfo e apoiantes desceram e tornaram a subir a movimentada Rua Dr. Fernão de Ornelas, com o chefe dos candidatos a contactar populares para os últimos pedidos de votos.

Na sede laranja, organizava-se com muitos reforços a recepção à previsível segunda 'carga' barulhenta dos adversários. Foi com gritos "PSD! PSD!" e "Bruno Pereira! Bruno Pereira" que os PSD's tentaram resistir a mais uma demorada passagem da coligação, esta sempre com palavras de ordem que entraram nos ouvidos da cidade: "Mudança! Mudança! Cafôfo! Cafôfo!"

Não podemos deixar de atribuir, aqui e agora, nota alta para o espírito democrático que ressaltou deste encontro "de alto risco" entre coligacionistas e laranjas. Foi uma guerra de gargantas, de pulmões. Sem a troca de insultos de outros tempos. 
Podemos comprová-lo com o vídeo que lá fizemos, já no fim do despique, quando desaparecia na Rua do Aljube a cauda do cortejo 'Mudança'. Antes, o grosso da coluna 'Mudança' abafara a resistência de social-democratas.





A cabeça das tropas coligacionistas já descia a Av. Zarco e ainda havia bandeiras azuis diante da antiga Casa Londrina, onde funciona a sede laranja.





Para Cafôfo e as centenas de apoiantes, seguia-se a Avenida do Mar, a Conselheiro José Silvestre Ribeiro, nova passagem pela Avenida Arriaga diante do Teatro e do Ritz - um autêntico rio azul a cortar pelo Banco de Portugal para o regresso à sede.
Aí, Paulo Cafôfo ainda dirigiu umas palavras aos apoiantes, onde pontuavam algumas caras conhecidas, mas muita gente anónima, do povo. Seguiu-se uma festa com saudações aos automobilistas que passavam na Câmara Pestana, apenas com uma faixa de rodagem transitável, tão compacta era a multidão concentrada entre a Rua de João Tavira e o Largo da Igrejinha. Emanuel Jardim Fernandes, antigo líder do PS, não dava vencimento a entregar manifestos aos condutores. Baltasar Gonçalves e Victor Freitas, líderes do PND e do PS, animavam a festa, tal como dirigentes de outros partidos da coligação.

Daí a mais um bocado, encontrámos pela cidade pequenos grupos da 'Mudança' e do PSD, a regressar às suas vidas. Olhando ao que outrora acontecia, verifica-se que a euforia mudou de sítio. As bandeiras azuis - levantadas por todo o lado; as laranjas - enroladas.


Mas as eleições só acabam domingo, às sete.
Pois. Parecendo que não, ainda falta o dia das grandes decisões. O dia dos 'patas rapadas', parafraseando o presidente do PSD.










Madeira ao Vivo


ALBUQUERQUE EM DESPEDIDA
AGRADECE AOS 'MUNICIPAIS'



O presidente da Câmara do Funchal cessante foi homenageado esta sexta-feira com a oferta de um capacete com mais de 100 anos oferecido pelos Bombeiros Municipais. A cerimónia decorreu no âmbito de um convívio de Miguel Albuquerque com responsáveis e operacionais da corporação, ocorrido no quartel situado à Calouste Gulbenkian.
Ao despedir-se dos bombeiros com quem lidou em situações de extrema dificuldade em vários sinistros nos últimos anos, episódios que ficaram para a História do Funchal, Miguel Albuquerque defendeu uma alteração na lei que permita a necessária renovação de quadros nos Municipais, a fim de que o trabalho de qualidade possa continuar.
De saída definitiva dos paços do concelho, o presidente agradeceu a valiosa prestação da corporação ao longo dos últimos anos, considerando que o Funchal e a Madeira muito ficam a dever aos corajosos combatentes dos incêndios.





Campanha em Marcha





NO MERCADO CANTOU-SE
'BRUNO PEREIRA OLÉ!'





Ninguém poderá invocar falta de trabalho e militância nas hostes laranja caso os resultados de domingo não sejam consoante as ambições superiores. Depois de uma pré-campanha que, realmente, demorou a carburar, a campanha eleitoral termina esta sexta-feira, logo mais à meia-noite, com a máquina social-democrata, outrora famosa e demolidora, outra vez no pleno da sua forma.
Esta manhã de sexta, depois de percorrer várias zonas do Funchal, uma estridente arruada com Bruno Pereira na vanguarda invadiu autenticamente a zona do Mercado dos Lavradores, a essa hora cheia de consumidores e meros visitantes, entre os quais muitos turistas que não perderam esses momentos para dar trabalho às digitais.
Foi um mar laranja na queima dos últimos cartuchos da campanha para as eleições de domingo, que poderão ficar na História se se confirmarem as previsões mais insistentes na populaça: viragem na capital, do PSD para a coligação 'Mudança'.
Mas, se tal acontecer, não culpem a máquina. A juventude laranja deu o litro nesta campanha, como hoje, fora e dentro do Mercado, apesar das negas que surgiam aqui e ali por parte de adeptos de outras cores.
Uma mulherzinha do povo assumia na Rua do Hospital Velho, abrindo bem a boca para que o jovem de bandeira laranja que a abordava percebesse bem: "Vou vo-tar - no - Ca-fô-f-o!"
Um idoso fazia para os amigos ao pé de um talho, para comentar o arraial PSD com acordeão, bombos e vozes: "Se o Bexiga aparecesse aqui, estes iam ver!"

Mas os jovens que propagandeavam os candidatos, ali no meio da fanfarra, não se iam abaixo. Pelo contrário, dominaram por alguns minutos as atenções dentro do Mercado, no meio dos cestos de fruta e legumes. Batucada, música, palavras de ordem. Nem faltou o "quem é que haverá, quem é que não acha".

A entusiástica arruada desceu as escadas para a praça, continuando a propagar os slogans de campanha entre as espadas estendidas e os montes de chicharros nas bancas.
Bruno Pereira e muitos apoiantes detiveram-se alguns minutos na banca do nosso Amigo camaralobense Djalma, sempre com aquelas lulas frescas a pedir grelhador. Uns minutos valentes porque Djalma tem sempre conversa seja para quem for. Mas a verdade é que, do lugar onde estávamos, não conseguimos apurar se era mesmo Djalma ou se o nosso Amigo deixara alguém a cuidar do negócio.

A animação continuou. O dirigente de um dos 6 partidos da coligação dir-nos-ia: "Eles podem fazer essas arruadas quando querem, porque têm funcionários públicos a trabalhar para eles. Já os nossos apoiantes têm trabalho, não são dispensados para isto."
E a verdade é que vimos alguns funcionários púbicos no magote. Nada de estranhar, para quem se habituou a certos costumes com barbas de 40 anos.
Para a população que estava na baixa, marcou a carga positiva desferida pelas gargantas da rapaziada vestida de laranja: "Bruno Pereira, olé..."