Eleições Autárquicas

LARANJAL MUNICIPAL DE SANTA CRUZ PERDE A CABEÇA

Bónus aos funcionários municipais: um dia sem trabalhar para dilatar o fim-de-semana, um paper, um arroz com todos, um passeio de barco... tudo por 1 €. 

O edil, que costuma cantar no Mercado, pelo Natal, "da serra veio um pastor', devia saber que quando a esmola é grande, o pobre desconfia.

Zé Alberto resolveu oferecer uma dose de boa disposição aos funcionários da Câmara de Santa Cruz, cuja presidência deixa depois das eleições. Com as autárquicas a 29, é preciso aplacar a ira crescente contra as prepotências do laranjal, é claro.

Todo mãos largas, o nosso popular 'Quim Barreiros da Camacha' idealizou um fim-de-semana prolongado para quem quiser, e com uns ingredientes de 'encher o olho' pelo meio.

Amanhã é sexta-feira, 13. Para os trabalhadores municipais santacruzenses, um dia de sorte. Um Dia do Funcionário em cheio.

Veja-se o programa ao dispor.

Um peddy-paper com início às 10 da manhã.

Ao meio dia, começa toda a a gente a convergir para aquele simpático espaço debaixo do aeroporto - ou seja, no porto de abrigo. 

Depois de uma sessão de 'zumba', para abrir o apetite, segue-se uma almoçarada que faz crescer água na boca: um arroz com todos.

Para o caso de não conhecerem a baía com vista mar-terra, já estão preparados passeios de barco destinados aos funcionários. Excelente para ajudar a digestão do arroz com todos.

Claro que os tempos são difíceis e ninguém dá nada a ninguém. Pelo que os funcionários que quiserem ter dispensa de serviço e começar o fim-de-semana mais cedo, divertir-se um bocado, almoçar e fazer um mini-cruzeiro - esses têm de pagar: 1 €.

Nestas invenções político-partidárias, há sempre o reverso da medalha. Caro Zé Alberto Gonçalves, isso do habitual Dia do Funcionário nesses moldes está mesmo a jeito para levar pancada, como está a levar na cidade. Se o pessoal quiser conviver, sim senhor, tem direito, isso faz bem ao ambiente de trabalho. Mas de modo a não afectar os munícipes que precisam de recorrer aos serviços municipais. Para isso, eles pagam impostos pelos bolsos todos. 

Ora, vem um cidadão do Santo ou da Camacha, chega à Câmara para tratar de um caso, e a pessoa que trata disso - informam-no - por acaso a esta hora vai num paper ou num cruzeiro... oferta da Câmara!

Bem sabemos que há eleições dentro de duas semanas e tal, mas não seria com esses ingredientes que os funcionários da edilidade iriam mudar o seu voto e o dos familiares. Por acaso, sabemos de gente da Câmara que condena estes expedientes e com veemência. 

Esperemos que ponha termo a este género de sedução eleiçoeira o próximo presidente da Câmara de Santa Cruz, que, se não chover ouro, será certamente o nosso conterrâneo Filipe Sousa.