COELHO AVISA QUE O PTP
NÃO SERÁ 'MULETA' DO PS
NUMA FUTURA COLIGAÇÃO
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O actual líder trabalhista vai submeter-se ao voto secreto e directo de todos os militantes na Região. (foto diariodigital.sapo.pt) |
Está bem claro na moção de que é primeiro subscritor: José Manuel Coelho não aceitará repetir coligações feitas com o objectivo de, a pretexto de derrubar o jardinismo, "reforçar o Partido Socialista à custa de outros partidos democráticos". O I congresso do PTP será dia 8 de Dezembro e as regionais de 2015 andarão muito em foco nessa reunião magna.
O título da moção abre o jogo: "Organizar e agir para derrubar a direita". O Partido dos Trabalhadores Portugueses entende portanto que, "perante as alterações no panorama eleitoral, os objectivos dos partidos para as próximas regionais devem centrar-se em estratégias viradas para o derrube do PSD". Mas associa a esta ideia uma outra: a de que "existem manobras para coligações" na Madeira que visam "reforçar alguns partidos e anular outros".
O ideal - constata-se da moção encabeçada pelo líder José Manuel Coelho - seria aproveitar as divisões no PSD para derrotar o ainda partido maioritário. Mesmo que a Direcção dos social-democratas mude de rosto. Aliás, o texto apresenta "o PSD de Miguel Albuquerque" como "o partido da família Blandy e da maçonaria". Para alertar que, por sua vez, "o PS actual é o partido do grupo Éden".
Daqui sai o alerta: "Antes das eleições regionais, o PSD, com a ajuda dos partidos do sistema, nomeadamente o PS, poderá alterar a lei, retrocedendo para os círculos concelhios e reduzindo ainda o número de deputados, de modo a que possam aniquilar os pequenos partidos."
A moção a este I Congresso, a realizar no Hotel Orquídea no dia 8 de Dezembro, rejeita liminarmente uma ideia banalizada entre "os defensores de uma coligação idêntica à que se verificou no Funchal", segundo a qual ideia o PTP serve para desgastar o PSD mas não para governar.
"Não alinharemos nessas teorias", avisa José Manuel Coelho, o político insular que surpreendeu a Região e o Portugal inteiro ao arrecadar 40 mil votos nas últimas presidenciais, frente a Cavaco Silva.
Para mais esclarecer, o texto da moção apresenta os princípios do partido quanto ao futuro, princípios voltados essencialmente para a defesa das populações. E determina: "Um governo alternativo e com o apoio do PTP terá de salvaguardar estes princípios, caso contrário não nos comprometeremos."
Mais: "Nunca aceitaremos ser muleta de partido nenhum."
Recado dirigido ao PS.
Publicamos a seguir, na íntegra, o texto da moção que José Manuel Coelho defenderá dia 8 de Dezembro perante os militantes do PTP.
PROPOSTA DE
MOÇÃO PARA O 1º CONGRESSO REGIONAL DO PTP
Organizar e
agir para derrubar a direita
A RAM vive
uma situação dramática de “fim de linha”.
Há quem
afirme que, desde a implementação da democracia e da autonomia, a Região nunca
teve tantas dificuldades financeiras, económicas e tantos problemas sociais
como atualmente.
Entendemos que, apesar da situação dramática política, social e financeira que
vivemos, não há termo de comparação entre a miséria que
existia na década de 70 e a desgraça de hoje.
É necessário
reconhecer que a democracia, complementada com a
autonomia da Madeira, criou condições e oportunidades de vida que os
madeirenses antes não tinham, desde habitações sociais, construção de
escolas, centros de saúde, pequenas acessibilidades,
vias rápidas que encurtaram o isolamento a que estavam votados muitos concelhos
da região. No entanto, esta política absolutista de
quero, posso e mando, assente num modelo insustentável do betão; sem
qualquer política para o setor produtivo; juntamente com a destruição do tecido
económico regional criou condições para que as grandes empresas engolissem o
pequeno e médio comércio, não aproveitando os benefícios do regime fiscal que a
autonomia nos permitiu para criar uma região de excelência na área dos
serviços.
Esta
política ditatorial fez do sector do turismo uma feira
de vaidades e um palco de quadros do PSD que pouco ou nada fizeram a não
ser tentar igualar o turismo regional às outras regiões turísticas do país e
das ilhas que nos rodeiam sem que tivessem a preocupação de manter a qualidade
turística, nomeadamente no turismo ambiental, histórico, cultural e na vertente
da saúde.