NÚMERO ASSUSTADOR DE INDECISOS
VAI EXIGIR MUITO DA CAMPANHA
Há várias sondagens, mas não se sabe se a tendência do momento vai para maioria absoluta, relativa, se é este a crescer e aquele a descer. Está tudo em aberto. A corrida aos indecisos, em número recorde, será extenuante.
As sondagens, diz o lugar comum, valem o que valem. Cada candidatura costuma receber o afago de resultados agradáveis que milagrosamente saem do gabinete de estudos da empresa a quem a auscultação foi encomendada. É o caso actual: as empresas especialistas não se atrevem a baixar o moral dos clientes. Mas todas elas apresentam um denominador comum: os altíssimos índices de indecisos e daqueles que recusam colaborar nos inquéritos telefonados sobre o que pensam fazer a 29.
Conhecemos 4 sondagens e todas elas catapultam para cima dos 20% os inquiridos que nesta altura não decidiram o seu voto. Os que se recusam sequer a responder também ascendem a um nível elevado, cerca de 15 %.
Quanto a resultados, o PSD tem encomendado estudos e apenas num deles perde a maioria absoluta. Por um deputado.
A sondagem feita para uma formação de esquerda atribui ao PSD a cifra de 43%. Um outro, realizado a pedido do PP, baixa as expectativas social-democratas para 41%.
À luz destas sondagens até aqui referidos, o PP regozija-se de andar, ainda que por muito pouco, à frente da coligação 'Mudança': 19% contra 18%. Enquanto entre os mais pequenos a CDU garante os 2 - se não 3 - deputados, mas tendo o JPP muito perto.
O Bloco anda no limiar da porta da Assembleia, e o resto dos votos encontra-se ao alcance das outras formações, com o PND 'obrigado' a continuar no parlamento.
Há, porém, outra sondagem muito diferente destas que citámos. Aí, o PSD desce para os 38% e a coligação 'Mudança' toma o movimento inverso, subindo para os 25%. Quanto ao PP, cai para uns dramáticos 11%, para mais quase apanhado pelo movimento JPP.
Todos esperançados
Os estados de espírito não são diferentes de outras alturas. Optimismo não falta por essas candidaturas além.
Entre os social-democratas, realça-se a comparência abundante de militantes nas acções de campanha, embora com pouca presença de cunhistas e manuelistas, e sobretudo a excelente recepção proporcionada pelos eleitores aos activistas laranja, nos contactos directos. Simpatia que contrasta com os quase 'maus tratos' recebidos pelas equipas de propaganda do PPD nas autárquicas de 2013 - aliás com drásticos reflexos nos resultados. Os eleitores estão efectivamente mais receptivos à propaganda PPD-M do que nos melhores tempos de outrora - garantem-nos militantes da Rua dos Netos. Com mais este pormenor interessante: o partido está em crescendo de simpatia e a campanha trará a consagração de Miguel Albuquerque como chefe do governo.
De forma bem diferente se manifesta Victor Freitas. Quem está em franco crescendo é a 'Mudança', diz o chefe socialista, e basta acompanhar uma acção de campanha para o perceber. Apoio nunca visto a uma candidatura envolvendo o Partido Socialista é o que vem encontrando diariamente o líder da coligação.
Do lado dos populares, curiosamente, também se cavalga uma onda de euforia perante a resposta do eleitorado às propostas do PP. José Manuel Rodrigues tem ouvido eleitores em série dizerem em quem 'não' vão votar. Essa indicação moraliza o líder dos populares, os candidatos que o secundam e a máquina montada para estas semanas de campanha.
À espera de uma sondagem independente
Como se depreende, ainda não são as sondagens que nos chegaram a indicar com alguma consistência o que está para acontecer dia 29. Bem analisadas as auscultações, qualquer hipótese é viável. Maioria absoluta, maioria relativa, este à frente daquele...
O máximo que podemos é tentar perceber as tendências desta fase - quem sobe e quem desce.
Tudo somado, resta-nos esperar por uma sondagem neutra, realizada para dar o que der, sem dependência de estratégias eleitorais. Julgamos que isso só será possível quando o DN divulgar aquela que costuma mandar fazer por estas alturas. Da divulgação desses números conseguiremos perceber relativamente para onde se está a desviar a agulha.
...Sem esquecer que as coisas se complicam em face do elevadíssimo número de indecisos que os estudos têm registado. Importuna dificuldade que obrigará os partidos e as coligações a duas semanas de campanha eleitoral frenética. Não haverá tempo para dormir. Está tudo em aberto.
Já agora, veja-se como o povo é importante. Viva a democracia.
5 comentários:
Caro Luís Calisto
Estas campanhas obedecem todas ao mesmo princípio, o de que o eleitorado é estúpido.
Mas, pelos vistos, tal situação está a mudar. Parece-me que o povo já percebeu que as palhaçadas e promessas eleiçoeiras não passam disso mesmo e que há que castigar a classe política, votando-a ao desprezo.
Em quase quarenta anos de folclore político, já ninguém acredita que seja agora a primeira vez em que as promessas sejam cumpridas. Já toda a gente sabe que os políticos querem o poder para seu benefício pessoal.
O resto é treta.
Os "manuelistas" ou "cunhistas" não têm estado muito ativos para não serem apontados como "vira-casacas" ou interesseiros, como alguns que se têm visto...
Mas no dia 29 vão votar no PPD/PSD!
Esses, Anónimo das 23:34, andam a lamber botas no interior do partido e do Governo. Parecem baratas tontas, pois não sabem quem irá tomar as secretarias se o MA ganhar.
O Sr Coronel Fernando Vouga, disse tudo.
O meu dilema nestas eleições prende-se com a falta de qualidade das 11 (ou 10) listas... estou indeciso e pelas piores razões, não há um que se aproveite...
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