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sábado, 14 de agosto de 2021

 

ONZE ANOS DEPOIS DO FOGO




Na madrugada de 14 de Agosto de 2010 o fogo, ateado por um criminoso, destruiu cerca de 90% da vegetação do Parque Ecológico do Funchal e do Maciço Montanhoso Central da Ilha da Madeira.

Muito pouco escapou nas áreas plantadas pelos voluntários da Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal na extremidade mais alta do Parque (1750 - 1800 metros de altitude) e na Achada Grande (1550 metros de altitude).

O Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha (1500- 1550 metros de altitude), propriedade da AAPEF com 5,4 ha, também ficou reduzido a cinzas. O fogo impelido pelo vento com velocidade superior a 100 km/hora atravessou aceiros, voou sobre a grande clareira e arrasou completamente a pequena casa da Associação.

As primeiras horas foram de enorme tristeza, de desânimo. Mas passados poucos dias, voltámos a subir até à serra e começámos a retirar os esqueletos calcinados de árvores e arbustos, colocando-os ao longo das curvas de nível com objectivo de minimizar a erosão nas primeiras chuvas e criar algum solo para reiniciar a plantação de espécies indígenas e endémicas.

Foi duro, por vezes doloroso, o trabalho nos primeiros meses depois da catástrofe.

Em Janeiro de 2011, ainda com muito por limpar, iniciámos as plantações. Daí para cá temos, persistentemente, ajudado os ecossistemas a recuperar a biodiversidade e beleza primitivas.

Onze anos depois da tragédia os resultados estão à vista nas áreas do Parque Ecológico que assumimos a responsabilidade de restaurar e no nosso Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha.

As previsões meteorológicas para os próximos dias - altas temperaturas, baixa humidade relativa e vento moderado - deixam-nos apreensivos, porque, infelizmente, continuam a existir criminosos à espreita de condições favoráveis para atear fogo e assistir sorrateiramente à destruição das florestas.

Temos de ficar vigilantes e ao mínimo sinal de fumo devemos alertar sem demoras a Proteção Civil.

Todos os madeirenses que amam a sua Ilha, independentemente das simpatias partidárias e dos credos religiosos, têm o dever de se unirem na defesa do nosso património natural.


11.08.2021

Raimundo Quintal

1 comentário:

Anónimo disse...

Um bom trabalho. Deveriam ensinar à trupe da Susana e do Tó Filipe como é que se faz. Eles, com a mania de se submeterem aos poderes instalados, estão a estragar as nossas serras.
Dr. Raimundo que dê uma voltinha pela estrada nova para a Eira do Serrado. Infestadas de giesta e carqueja. Paúl da Serra a mesma história. E depois querem alcatroar as Ginjas para controlar as infestantes. Se não controlam nas que já estão alcatroadas, quero ver nas novas (subida da Fonte do Bispo, subida da Santa, subida do Carvalhal, zona dos Estanquinhos e Bica da Cana, uma vergonha). O Paúl e as serras de S. Roque estão cheias de ferros e plásticos de árvores que foram plantadas, mas que não sobreviveram. Mas o lixo está lá!
Andaram a comprar coletes à prova de bala e armas para os Polícias Florestais, que dinheiro tão bem gasto...