IMPORTA LEMBRAR

Roberto Rodrigues

Desde a sua fundação o CDS é um Partido democrático inspirado pela democracia-cristã e que alberga também princípios conservadores e do liberalismo dito clássico, que o tornam num Partido de centro-direita no espectro político português.

Dito isto, importa lembrar que o CDS sempre combateu politicamente outros modelos governativos de cariz socialista, comunista e/ ou trotskista sejam eles revolucionários ou não e ditos de esquerda, que são diametralmente opostos a aquilo que ideologicamente representa o CDS e a sua doutrina política.

Assim sendo, os cidadãos não podem esperar que o CDS enquanto Partido Político, aceite ou facilite uma mudança governativa em Portugal ou mesmo cá na Madeira, formada ou apoiada por Partidos ou Movimentos que tenham como matriz ideológica as políticas ditas de esquerda, sejam eles moderados ou radicais. Não só por não se identificar com elas, mas porque não acredita que estas venham de alguma forma melhorar a governação seja ela de qualquer nível (Nacional, Regional ou mesmo Autárquica).

E mais, o CDS é um Partido que tem também o seu projeto político alternativo, alicerçado não só na sua matriz ideológica, mas também em propostas claras e em pessoas preparadas para assumir essas funções. Basta ver onde somos poder para se aferir isto.

Por tudo isto, não compreendo algumas posições e opiniões expressas recentemente dentro e fora do CDS, de quem esperava posição diferente à aquela que se tomou, de negociação de acordos pontuais com vista a viabilização de órgãos municipais, onde quem ganhou não tinha maioria para eleger quem presidir esses mesmos órgãos. Obviamente o CDS e tendo em conta o seu posicionamento ideológico, só deve viabilizar o que lhe seja mais próximo e não ou que lhe é mais distante, mesmo que na Madeira e nestas particulares circunstâncias seja na área política do PSD, que lembro é social-democrata, também ideologicamente situado ao centro do espectro político. Isto também não esquecendo que foram os Partidos da esquerda que em 2015 deram cabo de uma prática até esse momento respeitada, de deixar mesmo que em minoria quem ganhou governar, pelo que não podem queixar-se de lhes ser aplicada a mesma “receita”.

O CDS, tem provado ao longo de décadas na Madeira que não é muleta de ninguém e muito menos do PSD. Partido este que até hoje combate na Assembleia Regional e nos Municípios onde é também poder, pela simples razão de acreditar que tem um projeto político alternativo melhor de centro-direita como já expressei e que sendo ainda o segundo Partido Político mais votado nas últimas eleições regionais, almeja também ser poder e colocar em prática as suas propostas em resposta aos problemas e anseios dos Madeirenses, que julgo muito claramente compreendem este querer, que não pode passar por derrubar um poder que não gostemos, apenas porque sim, por outro dito e apoiado pelas Esquerdas mesmo que nada tenha a ver com o que acreditamos, porque o PSD esteja anos a mais no poder. Isso considero não faz sentido nenhum.

Queremos sim a saída do PSD do poder na Região, mas queremos ser também nós os que por vontade do Povo, venham a assumir esse poder, sem subterfúgios, sem interpostas pessoas e assumindo claramente a nossa matriz política e não no meio de uma “Geringonça” que tal como outros exemplos que já conhecemos acabam sempre por prejudicar e enganar os eleitores.