- Por EDUARDO ABREU
Convenhamos
que utilizar aquela Avenida para montar umas quantas barracas (tipo acampamento
árabe) e chamar àquilo um mercado de oportunidades é perder a oportunidade de
fazer algo válido pelo comércio tradicional da nossa praça. Acreditem que ainda
pensei que tinham feito um franchising com a feira do Santo da Serra, (e esta é
só ao Domingo) mas enganei-me e ainda bem. Bem sei que no prolongamento desta
Avenida podemos agora encontrar a nossa Chinatown, o que “contribui”,
inequivocamente, para a tão ambicionada “internacionalização” da nossa
economia.
Mas,
expliquem-me lá, porque andámos a incentivar, com fundos comunitários, a
modernização do nosso comércio, fizeram-se não sei quantos projectos,
definiram-se zonas de intervenção, mobilizaram-se empresas, empresários,
associações empresariais e entidades oficiais e, agora, conclui-se que bastavam
umas quantas barracas dispostas na antiga "placa" para resolver o problema!
Para quê as lojas, as montras, os equipamentos, a necessidade de tê-los
adequadamente licenciados para exercer a actividade, o encerramento das ruas, a
formação? E o respeito pela legislação em vigor no que respeita aos saldos e
promoções e ao exercício da própria actividade? Nada disso é preciso, está
visto! E, pasme-se, até há concorrência entre as Associações Empresariais!
Parece que o que está a dar é a venda ambulante. Deve ter sido por isso que
acabaram com a “concorrência desleal” na Zona do Almirante
Reis.
Noutras paragens utilizam-se espaços
desta natureza para alguns eventos, tais como filatelia, troca de livros,
exposições de colecções das mais variadas e, normalmente, ao Domingo ou dias
feriados (que bem sei são cada vez menos). Veja-se a Plaza Mayor de Madrid, a
Grand Place em Bruxelas, etc...Ai se eles se lembram de seguir este nosso exemplo!!
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