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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Eleições no PPD



DIREITOS DE BATOTEIRO



A escassas horas das eleições no PPD, o rei confessa publicamente querer continuar alapado seja como for. Mesmo sabendo que, se ganhar, foi a trafulhice que ganhou.


 
Um tempo de antena usado apenas por um candidato, a menos de 48 horas das eleições...  
 
 
 
 
Talvez influenciado pela vizinhança do Casino, onde a casa fica sempre a ganhar, o chefe das Angústias entende serem-lhe lícitos todos os expedientes para vencer as disputas onde se mete.
O homem meteu-se naquela insondável cabeça que, depois de 34 anos a desgovernar, ganhou direito a continuar no alto do poleiro, tal como em 2015, então já com 37 anos de poder, mais reforçado ainda verá esse direito.
 
Esta campanha eleitoral interna do PPD representa uma ténue imagem das estratégias usadas por sua excelência para abafar a Oposição ao longo de três santas décadas.
Um défice democrático que a História há-de julgar, embora o rei da tabanca ingenuamente julgue que o futuro só se debruçará sobre as obras de betão da Madeira Nova.
 
Não conhecêssemos a peça de político sem vergonha e quase teríamos pena de ver como acaba o auto-intitulado 'Único Importante': a fazer da batota mais rasteira e ordinária o seu argumento para conseguir ganhar umas eleições dentro do próprio partido.
 
 
 
Rei da tabanca nunca julgou precisar de fazer jogo tão sujo para evitar ser desalapado do seu próprio ambiente partidário.  
 
Quando se julgava que, ao longo de meses, o alapado já tinha produzido tudo o que se podia imaginar para ilegalmente marginalizar a concorrência, percebemos que, afinal, o cúmulo do comportamento batoteiro estava reservado para a revéspera das eleições.
O partido da Rua dos Netos, matreiramente, marca tempo de antena para poucas horas antes das eleições, mas com espaço apenas para um dos dois candidatos, ou seja, o chefão!
Escândalo!
 
Este atentado à democracia de bradar aos céus afigurava-se de tal forma chocante que o próprio sua excelência, uma vez no ar, sentiu obrigação de arengar umas frases desconexas para tentar dizer que não iria falar de eleições internas, porque o seu adversário não o podia fazer também. E tomava essa posição por uma questão de ética - conceito que, invocado pelo rei da tabanca, produz sempre um efeito de riso.
Ora, se não queria provocar desigualdades, por que inventou um tempo de antena menos de 48 horas antes da eleição? Podia deixar isso para o dia de São Martinho, porque o dicurso até lhe sairia melhor.
 
Tratava-se de mais uma mentira. Sua excelência não falou de outra coisa, do princípio ao fim do Direito de Antena, senão de eleições internas. Para fazer recomendações aos filiados com direito a voto: que vão todos às urnas, que tenham cuidado com os inimigos dentro do partido e que reconheçam o trabalho de 30 anos.
Um batoteiro sem jeito, que se denuncia com truques de trazer por casa.
 
 
A batota - para não rebuscar a que vem dos anos 70 para cá - manifestou-se na pré-campanha. Para começar, a intimidação. 
Assim que percebeu a capacidade do adversário para juntar social-democratas ansiosos pela mudança de liderança, o chefe da tabanca mandou os seus fotógrafos do JM fazerem retratos individuais dos presentes, para lhes 'fazer a folha' na Quinta das Angústias.
 
Seguiu-se o enxovalho público dos elementos que aderiam à vaga Miguel Albuquerque, incluindo ameaças de perda de emprego e expulsão do partido.
 
 
Chefe nega ter ameaçado com expulsões. Quem falou em blindar estatutos?
 
O próprio candidato Albuquerque foi ameaçado de expulsão depois das eleições, o que chefe vem agora negar, atacando os que lhe atribuem tal posição.
Lata para dar e vender.
Isto nem merece comentário. Perguntamos apenas: quem falou em blindar estatutos para pôr a mexer "os que querem rebentar o partido por dentro"?
Entenda-se "rebentar o partido por dentro" como destronar sua excelência do poleiro.
 
Entretanto, a máquina laranja, da tutela de Jaime Ramos, vedava listas de filiados a quem não fosse afecto ao chefe. Objectivo: dificultar ao adversário a constituição de listas e de subscritores.
À moção de Albuquerque foi negada publicação no site do PPD. O que não aconteceu com a de chefe da tabanca. Justificação: Jardim tem direito a esse espaço na qualidade de chefe do partido.
Chefe do partido? A moção é de um candidato, com os mesmos direitos do que o adversário, nem mais nem menos. E ele usou o espaço na qualidade de candidato.
 
De escândalo em escândalo, ancião das Angústias fez do JM, órgão pago com dinheiros públicos, um verdadeiro 'jornal de campanha' onde Miguel Albuquerque não existia e, pelo contrário, chefe se insinuava como presença diária num folhetim a desancar no rival, sem defesa possível.
Incrível!
 
 
Guilherme, Velosa e Correia de Jesus falam de gratidão. Pois se o chefe os meteu no quadro efectivo de S. Bento há 30 anos!
 
 
Além do chefe, apareceram no JM as figuras previsíveis a dar apoio à candidatura situacionista.
Quem vimos passar por ali?
Guilherme Silva, bradando contra a inoportunidade da candidatura de Albuquerque. 
Correia de Jesus, indignado com a falta de gratidão ao chefe.
Hugo Velosa, temeroso da ideia de eleições antecipadas.
O Leitor está em dificuldades para precisar quem são esses cavalheiros? Deixe estar que também precisámos de um esforço de memória, para os identificarmos. Só os vemos de 4 em 4 anos, a não ser o dos debates na TV regional, mas cujo fundamentalismo (calculista) põe os potenciais telespectadores a milhas.
São uns senhores que conseguiram posto de trabalho na Assembleia da República há 30 anos e tremem só de pensar no chuto que os espera em caso de viragem na Rua dos Netos. 
Ora, esses cavalheiros não haveriam de estar gratos ao homem que há 3 décadas os meteu no quadro de efectivos em São Bento?
Claro que têm de lhe mostrar gratidão. Sobretudo porque dependem apenas dele para lá continuarem.
Mas não venham bradar contra os que não estão gratos, porque nem todos tiveram a sorte dos ditos-cujos.
Os 23 mil desempregados, as dezenas de milhares de pobres, os emigrantes forçados, os perseguidos pelo regime da crápula, todos esses são tudo menos devedores de gratidão com o régulo. Pelo contrário, rogam-lhe pragas por ter conduzido a Madeira ao abismo.
Que gratidão merece o carrasco de uma sociedade que em grande percentagem vive actualmente da caridade?
 
Gratidão devem-lhe alguns deputados por ele escolhidos em paga pela subserviência, e que acorrem aflitos às páginas do JM lançar imprecações sobre quem planeia dissolver o parlamento. Ai o lugarzinho...
Esses, os medíocres que pontuam na bancada laranja, sabem que o seu destino depende do resultado desta sexta-feira. Até lá, que noites mal dormidas!
O mesmo acontecendo com uns boys transferidos directamente da cartilha para o tacho dourado, por via partidária, enquanto o grosso da juventude madeirense padece em busca de subsistência.
 
 
Votam sexta-feira os suportes do regime jardineirista. Que esperar dos resultados? 
 
Quem vai a votos? Vão a votos os filiados que têm sustentado o regime do compadrio e da corrupção na Madeira. Será difícil, pois, ver militantes com tal perfil conceberem uma mudança enquanto vivos forem.
Remotamente, pode ser mais significativo do que se calcula o número de descontentes, de defensores de um novo ciclo. Daí uma certa expectativa relativamente às eleições desta sexta-feira.
 
Para já, seja qual for o resultado, rei da tabanca jamais poderá cantar vitória. Ganhando ele, foi a batota que ganhou.
Aliás, eleições mais amplas virão. Se sobreviver até lá como líder, perceberá solenemente como está fora de prazo na política regional.
Ele e o laranjal.
 
 
 

1 comentário:

Anónimo disse...

Ganhe quem ganhar, o Alberto já perdeu. Acabou-se a opinião única, acabou-se o unanimismo agachado. A tabanca rebentou por dentro. Isso é que interessa.