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sábado, 24 de novembro de 2012

Delícias do laranjal



 
'MEIO CHEFE' E DEMAIS VELHADA LARANJA 
NA RÉCITA DE FIM DE CURSO



Miguel Albuquerque divertiu-se com o discurso do ancião chefe. Mas, quanto a utilidade, um discurso divisionista que valeu zero, considera o challenger municipal, que foi ao congresso ouvir... 'olhos nos olhos'.
 
Jardim inovou: ele próprio fez de claquista no seu discurso, para arrancar palmas.

 

Os filiados apanharam com esta estopada logo em dia de temporal, quando deviam estar a preparar as barricadas contra as ribeiras. Mesmo assim, alguém aventou o contrário, que o temporal, por acção maçónica, foi aprazado para tirar brilho à rábula social-democrata.

 

 















...E o capitalismo selvagem... e a direita que ameaça a justiça social... e o marxismo... Zzzz... e o liberalismo... Zzzzz... e o espelho embaciado que reflecte os grandes poderes... Zzzzzzzzzzzz e a Zona Franca Zzzz em Bruxelas... Zzzz... e o PSD é o partido grande... Zzz... é grande por ser grande... Zzzz... na Madeira... Zzz... e é grande Zzz... E não se tira o ganha-pão a cada um!... ZZZZZZZZZ





Os clientes do supermercado 'De Borla' e os congressistas de Jardim atulharam de carros as vielas sinuosas e perfuradas que ligam São Martinho a Santa Quitéria, ao princípio da tarde deste sábado.
Uns iam comprar apetrechos domésticos e garrafas de água para o fim-de-semana de mau tempo que se avizinha. Outros cumpriam o frete de fazer número e dar palmas na récita dos barões laranjas que se despedem de muitos anos de chumbos mas bem passados e divertidos.

Mais do que nunca, o centro de congressos da Fundação laranja parecia hoje um templo do Reino de Deus.

Cheiro a naftalina, lá em cima em Santa Quitéria.

A récita em cena mostra como protagonista 'Meio Chefe' do PPD, que começou há minutos o período que os estatutos da Rua dos Netos lhe proporcionam para se despedir, com botadura de palavra, da tal vida boa. Mais um pequeno mandato... para mandar e mandar.


Presidência do governo oferece almoço a líder partidário

O denominado congresso dá-lhe mais um tempinho para divulgar as suas loucuras e contradições. Calcule-se que até Passos Coelho foi convidado - à última hora.
No anterior congresso regional, Passos Coelho esteve cá. Ouviu Jardim fazer votos para que ele, Coelho, chegasse a primeiro-ministro, por lhe descortinar qualidades para o cargo.
Meses depois, porém, dizia o das Angústias que tudo faria para evitar que Passos Coelho fosse primeiro-ministro de Portugal. Sucedendo-se os números tragicómicos inclusive em congresso nacional de que todos se recordam.
...Para hoje se ouvir dizer que Passos Coelho afinal vem cá ao congresso de 'consagração' de Jardim - assim permita o tempo as operações aéreas.
Ambos podem ser uns mentecaptos a gerir governos. Mas em hipocrisia ninguém lhes leva a palma.
 
E há esta particularidade: Pedro Passos Coelho vem ao Funchal na qualidade de líder nacional do PPD, mas a visita de médico não dispensa um almoço na Quinta Vigia.
Ou seja: 'Meio Chefe' do PPD (o outro 'Meio Chefe' é Albuquerque) verga-se perante o patrão nacional e convida-o para o congresso partidário, mas, à hora de almoço, quem paga a conta somos nós.


Tantos elogios a Bruno... e queria o homem candidatar Sérgio!

Estas contradições podem ser confusão do velho líder regional, porque a idade pesa. O homem, depois de tantas décadas de lutas, anda um bocado esquecido, aceita-se. E até achamos bem que deixe as coisas de responsabilidade antes que arme problemas mais graves do que os muitos que já nos criou.
Depois dos elogios, veja-se, que fez pelo menos de quatro em quatro anos ao autarca Miguel Albuquerque, alturas eleitorais em que o apontava até como seu sucessor, agora insiste em que o rapaz é o pior presidente de câmara da História da Madeira.
Os neurónios não são de ferro, pois não.
 
E a respeito de Bruno Pereira? 'Meio Chefe' diz que o filho de Virgílio sempre exerceu brilhantemente as funções de vice da Câmara, sobretudo nas longas ausências - diz Jardim - do presidente Albuquerque. Bruno Pereira, um exemplo de competência e de lealdade - apregoa quem manda.
Vai-se a ver e é o próprio 'Meio Líder', ao ensaiar nova lista para a Câmara do Funchal, a deixar Bruno de fora para fazer avançar Sérgio Marques! O sarilho que o sujeito inventou, sem necessidade!
Ai aquela cabecinha.
 
É o caso dos chineses. Que não, que não, chineses e indianos a entrar por aí dentro, não! - bradou rei do Bantustão durante muito tempo.
Pois agora ele passa de Mercedes na Rua do Bettencourt, olha para o Bazar do Povo e diz para os botões: havia qualquer coisa com estes chineses...
 
 
Afilhados salvaram padrinho de ver o Prof. Virgílio entrar pelo Bar do Henrique dentro
 
Ainda sobre a família Pereira, 'Meio Chefe' tem elogiado nos últimos tempos o compadre Virgílio. Se não é táctica, é por esquecimento do mal que dele disse naquele Verão Quente de 1994, quando, através da provocação arruaceira, condizente com a vida desbragada que fazia no areal, obrigou Virgílio a demitir-se da Câmara do Funchal. O chefe da tabanca ficou a dever um grande favor, na altura, aos afilhados daquela família. Isso ficou. Foram os rapazes que seguraram o pai quando este se dispôs a caminhar até ao Bar do Henrique para pedir satisfações ao compadre depois de nova ofensa publicada pela imprensa matinal.
Outro pormenor: chefe também não se lembrará, com a cabeça naquele estado, de quando convocou a trabalhosa empreitada de um congresso apenas para sanear Virgílio da Comissão Política do PPD-Madeira.


'Meio Chefe' confessa: política é tacho

Ele, o da tabanca, não se rcorda também do que fez nestes anos todos, quando acusa Miguel Albuquerque de retirar a fonte de rendimento a Bruno Pereira. Tal como confessa, inadvertidamente, o que a política significa para ele: tacho. Quem, no PPD, perde o cargo público, tem direito a outro imediatamente - em lugar de voltar à sua profissão ou de ir procurar encosto em casa do sogro, ou até procurar um trabalho, como qualquer cidadão faz necessariamente.

Mais: o homem diz que 'primeiro a Madeira', 'tudo pela Madeira'. Mas de quando em vez esquece o 'patriotismo' e faz como há dias: desafiar os continentais a  colocarem-no à frente de um movimento nacional para derrotar os partidos.
É de gargalhada, mas lá querer outros voos ele quer. Sempre quis sair do muceque, aliás.


Façanha do ex-JM

O chefe às vezes ainda surpreende. Por exemplo, quando se julgava que ele já inventara o jornal mais faccioso do mundo, ao fazer do JM aquele pasquim ao serviço de um partido, com dinheiro público, eis que 'Meio Chefe' consegue ir mais além e fazer do dito JM um pasquim ao serviço de... meio partido!
 
O pseudo-mandão das Angústias acaba de anunciar, na récita do centro de congressos, que sai em Janeiro de 2015, 'paleio' a que nos habituámos desde 1980 - quando ele disse que em 1984 não se recandidataria.
Foi o que se viu, de 4 em 4 anos.
 
Acaba também de sanear os coordenadores do PPD para os concelhos. Castigo para as derrotas locais na sua luta com Albuquerque. Lá se vão Miguel de Sousa, Manuel António, Coito Pita, Cunha e Silva e demais tubarões do regime. Manuel António, por acaso, até já elogiou a intervenção do chefe...


Os apoios ao rei da tabanca extravasam as paredes do congresso

Atenção que o homem ainda quer dar ordens. E tem as costas das bases. Ao contrário do que os ressabiados possam pensar, não são apenas os delegados e convidados escolhidos a dedo que apoiam sua excelência, dentro do congresso. Há muitos apoios cá fora ao rei da tabanca. Quem não acredita que observe as fotos a seguir, registadas pelas ruas do Funchal nesta manhã de récita jardineirista. 

















Senhores, estivemos a escrever estas linhas enquanto 'Meio Chefe' debitava no congresso lugares comuns e repetia pueris ameaças, provocando evidente boa disposição em Miguel Albuquerque e Emanuel Rodrigues. E em nós, os que víamos pela TV.
 
 

2 comentários:

jorge figueira disse...

Meu Caro visionar estes espectáculos pode perigar a sanidade mental. Evitei-o lendo um livro apropriado para o momento. O livro é: Contos Proibidos.O seu autor Rui Mateus

Maria disse...

Almoço na Quinta Vigia....surpreendidos? Então se o homem veio cá como Primeiro Ministro, tinha que ser "recebido como tal! Será que não ouviram o seu discurso?Referiu-se aos "priveligiados", será que se quiz referir aos politicos que recebem a reforma e o vencimento como acontece aqui, sendo os únicos?Não....não...referia-se aos reformados, que toda a vida descontaram...enfim.