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sábado, 3 de novembro de 2012

Política das Angústias / SÁBADO



EMPATE TÉCNICO NO PPD-MADEIRA
 
Jardim 51% - Albuquerque 49%

- O resultado ideal para Miguel Albuquerque
 
- O pior para chefe Jardim
 
- Miguel foi à Calheta e a Santa Cruz aniquilar dois delfins; Manuel António também apanhou

Jardim acha-se vencedor quando foi despromovido a 'meio líder'. A próxima 'vitória' será nas autárquicas...

Albuquerque perfilou-se ontem como candidato favorito para o congresso de 2015... e entretanto deixa grande chefe 'arder em lume brando'. 


Os militantes do PPD aplicaram ao corriqueiro líder das unanimidades uma histórica humilhação. De repente, impuseram a Jardim um empate técnico perante o adversário que ele tentara rebaixar através do insultuoso apodo de  'desempregado político'.
Pois o 'desempregado político' comprovou valer eleitoralmente mais do que o campeão em fim de carreira: apesar de combatido meses a fio por uma devoradora máquina partidária, Miguel Albuquerque recebeu uns incríveis 49% dos votos. Em condições de igualdade entre as partes rivais, o que não seria?
 
O resultado não surpreende assim tanto quem lida no meio do povo. Pressente-se até que sua excelência sofreria uma derrota bem dolorosa, aos pés de Miguel, caso a eleição fosse de carácter geral.
O cavalheiro das Angústias terá oportunidade para rebater esta presunção já no próximo ano, quando das autárquicas. Ele não terá pela frente o 'carrasco' Albuquerque, mas uma oposição que evidentemente tratará de se organizar para tirar vantagem do declínio acabrunhante do velho político. Muitas câmaras rolarão.


Votos: nem mais nem menos do que os necessários

Miguel Albuquerque conseguiu, nas eleições internas de sexta-feira, o resultado que melhor serve os seus objectivos: averbou votos indiciadores de que, a partir de agora, pode ganhar o partido a qualquer momento; mas não os suficientes para ter de pegar já na ruinosa herança governativa de Jardim, o que lhe queimaria a carreira ao fim de um ano. 
Acima de tudo, livra-se do compromisso de avançar para uma empresa colossal: as eleições antecipadas de que falou na divulgação das linhas programáticas. Deixar o rival a braços com a situação regional caótica que ele próprio criou afigura-se caminho mais cómodo.
 
Obcecado pela manutenção do poder, o agora 'meio líder' do PPD trocou a tradicional arrogância das unanimidades pela conveniente máxima de que 'por um voto se ganha, por um voto se perde'. Que remédio tinha o homem senão sujeitar-se ao cartão vermelho que meio partido acabava de lhe mostrar!
Ainda tinha na manga o mau perder, ao falar à comunicação social após a contagem. Por alguns momentos, falou como se acabasse de triunfar pelos habituais 98%. Disse que os militantes que votaram nele são os genuínos e que os outros são infiltrados. E nos que votaram nele o homem de facto teve 100%. Os outros não contam.
Triste. Um arrastar de velho a inspirar comiseração. O desespero perante o meio partido que queria correr com ele.


Humilhante sova no Funchal

Com o sorriso sardónico das ocasiões do género, chefe das Angústias declarou durante a campanha eleitoral, referindo-se a Miguel Albuquerque: bom, se ele nem sequer ganhar no Funchal, isso quer dizer que são os eleitores que o puseram na Câmara que lhe retiraram a confiança, e então ele só tem uma posição a tomar, que é demitir-se da presidência da Câmara.
Julgava Jardim que estava a colocar ao rival uma fasquia inacessível. E gozava interiormente.
Mas não é que Miguel Albuquerque ganhou mesmo o Funchal?! Não é que ele na capital dá uma sova memorável no campeão pretensamente imbatível?
Albuquerque ganhou até nas maiores freguesias, Santo António e São Martinho. Mas foi a eito, grandes e pequenas: São Gonçalo, Monte, Santa Maria Maior, Santa Luzia (Miguel quase duplica os votos de grande chefe na própria 'casa' deste), Imaculado, Sé, São Pedro. Bom, o monarca venceu numa freguesia. São Roque. Por um voto de diferença.
Resultado final: 9-1. Será que esta vai para o cartaz das 47 vitórias que ele coloca na Herdade?
 
 
'Menino da cidade' afinal é conhecido no campo
 
A agonia do jardineirismo não se fica por aqui. Aquela reserva que eles apregoam ter sempre disponível, a que chamam 'o voto dos vilões', só faz sentido ainda para quem ainda não percebeu que se esbateram há muito as barreiras campo-cidade. Mas desde sexta-feira os jagunços do laranjal devem ter começado a entender melhor a realidade. Não basta eles dizerem, para tornar-se verdade, que Miguel Albuquerque não é conhecido no campo e que por isso lá não entra.
A onda Miguel Albuquerque veio aliás quebrar muitos tabus nessa matéria.
Chefe Jardim bem tentou seduzir os filiados da Calheta, vincando que naquele concelho nunca fora traído. Como, para ele, não votar no seu nome é uma traição à pátria, pois ali houve solene traição: os calhetenses borrifaram-se para as teorias dele e passaram-lhe um cartão bem vermelho diante dos olhos. Quem diria? Afinal o 'menino da cidade' conseguiu fazer-se entender com o campo e arrumar a prepotência do chefe!


Fim do mito vice-rei da Calheta
 
Tudo na Calheta gira em torno de Cunha e Silva, mesmo os natais dos idosos. Mas não chega...

Mas há mais senhores arrastados na lama da humilhação onde jaz agora o grande chefe.
O vice-rei da Calheta, João Cunha e Silva, afinal nenhum peso eleitoral representa naquele concelho. Nem ele nem Manuel Baeta, nem o grande chefe. Na noite eleitoral, Cunha e Silva nem se lembrou de assumir a derrota. Fugiu à questão dizendo-se satisfeito com a vitória do chefe. Os campeões das maiorias esmagadoras satisfeitos com a vitória de 1%!
Havia um confronto por fazer entre os dois delfins mais consistentes da história do jardinismo. Aí está o resultado: vitória de Miguel no reduto do vice-rei da Calheta. Concludente. Memorável.


O concelho sob a égide política de Miguel de Sousa também foi 'tomado' por Albuquerque.
E há outro eterno delfim, mais por auto-insinuação do que por associação com a realidade, que perdeu em toda a linha diante de Miguel Albuquerque: Miguel de Sousa, líder espiritual dos social-democratas de Santa Cruz, também sentiu a onda invasora do candidato municipal chegar-lhe pelo concelho dentro. E não é que Albuquerque o bateu lá mesmo?
Miguel venceu em 3 das 5 freguesias e no concelho em geral.
Um tira-teimas desfeito. Que os envolvidos derrotados tentarão desvalorizar, mas que usariam sonoramente se o resultado fosse outro.

Tiradas as dúvidas nesses processos, fica no ar o caso de Manuel António Correia. O novo delfim de Jardim é responsável pela derrota em S. Vicente, na qualidade de coordenador partidário desse concelho. Chefe Jardim já prometeu fazer a limpeza nas zonas 'varridas' pelo fenómeno Albuquerque. Imagina-se que abrirá excepção no caso de Manuel António. Se não abrir, então é um terceiro delfim acabado - e este praticamente à nascença.

Manuel António também teve a sua conta: derrotado em S. Vicente pelo furacão funchalense Albuquerque.


A grande verdade é que Miguel Albuquerque, além de ter encostado Jardim às cordas, foi a casa de cada um dos três delfins mais badalados impor-lhes uma derrota decisivamente comprometedora.


Albuquerque já inscrito para 2015

Desde sexta-feira, a realidade no laranjal mudou: metade dos filiados indicaram o nome daquele que pretendem ver a liderar o partido, Miguel Albuquerque. Pelo que Miguel Albuquerque só terá de esperar por quem se achar capaz de o defrontar no congresso de 2015.
E como não irá chegar estropiada a 2015, com mais 3 anos de crise em cima, a linha reumática de jardinistas! Ainda por cima, daqui até lá orientada por um 'meio líder', que estará no comando sabendo que tem meia casa contra si. Um novo mandato que, dadas as circunstâncias, não devia aceitar.
Mas... 'oh glória de mandar, oh vã cobiça'!

5 comentários:

Paulo disse...

Ate 2015 vai ser um martirio para AJJ, penso que nas autarticas a que a coisa vai ficar mesmo feia, se metade do seu partido acha que ja esta a mais, que pensara o povo ?

Donato Macedo disse...

O "meio-chefe" Jardim vai manter-se sentado na primeira fila, a ver o poder esvair-se. É a forma mais atroz de assistir ao seu próprio declínio.

Anónimo disse...

Não posso concordar com o comentario anterior. só seria assim se ele tivesse consciencia do que se passa á sua volta . julgo que inelizmente vai estar algures neste mundo sentado numa cadeira a pensar que ainda é o presidente do governo regional da Madeira

Anónimo disse...

São os derradeiros sinais, que estão a ditar o seu afastamento do cenário político, pois já teve o seu tempo de glória e de poderio hegemónico...

Anónimo disse...

o espelho do AJJ é a foto superior em que está rodeado do mijinhas( já se foi)e do anormal do sobrinho da Machadinho ( já alguem sabe o que é que o rapaz faz no trabalho , onde anda o miguel ferreira que põe toda a jentae a trabalhar, ou diz que põe)