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segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

 

OPINIÃO



JOÃO FERNANDES                                                                                        



O CANDIDATO A CANDIDATO


 

Um ser patético que costuma poluir os ares das repartições burocráticas do Gabinete da secretária Augusta Aguiar, à conta de ter sido colocado, por recusa de melhores candidatos, na assembleia municipal de Santa Cruz, tem andado a pôr-se em bicos de pés a ver se alcança a bênção de ser indigitado pelo PSD à presidência daquele município.

O dito cujo, cuja visão oriunda das colónias e formatada em negócios de bens primários, dificilmente alcança o cruzamento Rua João de Deus com a Rua das Hortas, no Funchal, aproveitando a abstenção dos quadros de algum valor que ainda existem no PSD/Santa Cruz, não perde uma oportunidade de mandar uns bitaites sobre a gestão do município, espalhando normalmente a sua verborreia sobre questões orçamentais, área em que, não obstante a mediocridade que patenteia, acha ser imbatível campeão. Os órgãos de comunicação social regionais, lá lhe fazem o favor de difundir as palermices, acompanhadas de fotografia (sempre a mesma) tirada à porta da Câmara Municipal. E o senhor lá vai fazendo o seu tortuoso caminho, na senda de ser apresentado como cabeça da lista opositora à atual administração.

Não sou filiado, nem sequer adepto, da maioria que atualmente gere os destinos de Santa Cruz; também não sou filiado, nem simpatizante, do PSD; aliás, não sou eleitor no concelho, embora nele mantenha alguns interesses patrimoniais por vias hereditárias, e nele encontre uma parte das minhas raízes familiares; tenho, por via de atividades profissionais presentes e passadas, muita consideração e carinho por algumas coletividades, empresas e pessoas das várias freguesias santa-cruzenses; reconheço como válidas muitas das críticas que são dirigidas à gestão dos atuais edis e, sobretudo, à forma que denominaria “chavista” com que o atual presidente da câmara municipal se apresenta perante a população.

Declaração de interesses feita, espero bem, que a benefício da população de Santa Cruz -  já que o indivíduo em causa, a ser candidato, corre o sério risco de ser eleito vereador -  o  PSD/Madeira pondere, muito bem, a formulação da sua candidatura ao município, já que qualquer alternativa que passasse do nível de “pedra com olhos”, seria muito mais apelativa e passível de algum sucesso.

2 comentários:

Anónimo disse...

Um João Fernandes que não é PSD mas tambem não é JPP , não é de Santa Cruz mas tambem não é de outo sitio ? é muito ser e não ser

João Fernandes disse...

Quem vê o mundo a preto e branco nunca se aperceberá dos milhões de cambiantes possíveis no espetro das cores, pelo que terá sempre uma visão empobrecida. Valorizar a oposição existente e com algumas condições para chegar ao poder é um dos pressupostos da alternância, a qual deve estar sempre presente em democracia. Por isso, caro anónimo, não se trata de ser ou não ser, trata-se de assegurar à população de Santa Cruz que pode escolher entre os melhores de cada partido que se apresentar às eleições. Até porque, seguindo a alusão a Shakespeare, "há mais coisas no céu, e há na terra, do que sonha a tua vã filosofia".