PENSAR ALTO
JUVENAL XAVIER
Eu até procuro não perceber rigorosamente de nada, mas perguntam-me, sempre, daqui e dali, da esquerda, da direita e do centro, se sabia, ou então por que razão não sabia, que determinado ponto de vista, num certo contexto excecional, enquanto resultado de uma escolha insegura, pudesse eventualmente condenar-se sumariamente como se uma simples auto-observação viesse a apontar para o tempo imprevisto que demora uma ausência. É como se todas as respostas, enigmáticas e indiscutíveis dos especialistas de tudo e de nada, fizessem um ninho na ponta da minha língua.
Invocando a velha experiência pela ciência da experiência (que
às tantas se confunde com a tarimba clássica) espreme-se o futebol com
especulações sumarentas que se repetem num “bate-que-bate” de imitações e
cópias. Alienadamente, exibem-se mãos cheias de neologismos nas barulhentas
conversas gesticuladamente iguais e ritualmente à volta da especificidade dos
sentidos no microcosmo da ilha no mar de Atlas. Há sempre por onde se pegue enquanto se põe
a conversa em dia para matar o tempo, aclarar e acalorar ideias ou, então,
falar de boca cheia do que agora anda mais no centro da moda. Uma moda com mais
pano do que mangas curtas.
Sem comentários:
Enviar um comentário