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sábado, 10 de novembro de 2012

Política das Angústias / SÁBADO



JARDIM, GUILHERME E CORREIA DE JESUS
COMEÇAM A METER O PAÍS NA ORDEM

Reunião para combinar a guerra: quem fica do lado dos maus, quem fica do lado dos bonzinhos. Até a tropa se presta a isto!


O governo de coligação PSD-PP viveu uma semana muito dura em função da incansável pressão exercida sobre a capital do reino por funcionários da Região Autónoma da Madeira.
Como aqui referimos, o rei da tabanca, falando perante uma plateia de médicos, chamou literalmente burros aos governantes lisboetas. Fê-lo mediante a prescrição de uma receita infalível para debelar a crise lusitana: restaurar a confiança no sistema financeiro, manter o estado social a todo o custo e redinamizar a economia e o emprego.
Os médicos participantes nas jornadas ficaram à espera que o 'meio chefe' (chefe de meio PPD) traduzisse tais objectivos por miúdos, para ficarem a saber como os atingir. Mas evidentemente que o rei da tabanca também não pode fazer tudo. Aliás, se soubesse como se comunicar com a banca, como perpetuar a missão do estado social e como voltar a mexer com a economia, já tinha evidentemente aplicado a táctica à Região, em vez de a oferecer aos cubanos. Os burros de lá que se desenrasquem, a partir das dicas esbarrigadas na tabanca.
 
Ainda volteavam o juízo para cá e para lá, e eis os cubanos a levarem com mais uma lição de vida hoje, às mãos do chefe local, outra vez em primeira página do seu eterno 'jornal de campanha', o ex-JM.
"Jardim diz que é preciso fazer algo para acautelar a segurança e a defesa nacional", titula o ex-JM com foto do rei a olhar por cima dos óculos, para simular sabedoria.
"Bom, ele agora diz que é preciso fazer alguma coisa para acautelar a segurança e a defesa nacional, como reagimos a isto?", perguntou Passos Coelho aos ministros para o efeito reunidos de emergência.
Para não voltar a ser atacado por falar sem documentar o que diz, o chefe das araras desta vez especificou a sua filosofia, criticando a "passividade", na matéria em causa, das Igrejas, das Forças Armadas e das Universidades.
Chefe tribal refere-se a todas as igrejas, tanto as urbanas como as rurais. Abades, curas, sacristães, irmãos das confrarias, filhas de Maria e simples beatas das limpezas, todos devem centrar as suas orações a santinhos e anjinhos para que seja devidamente acautelada a segurança e a defesa nacional.
E a tropa, claro. Quando nos tempos que correm os soldados manejam melhor a podoa para limpar matas e a mangueira de combate a incêndios do que a velha canhota, exige-se que lhes seja ministrada pelo menos uma hora diária de ordem unida. Se o inimigo entrar por aí dentro, porque os canarianos, os bijagós e os santomenses são incertos na lua, ao menos podemos recebê-los com um desfile marcial decente enquanto eles não tomam o aterro e a dupla foz das ribeiras.
Quanto às universidades, o grito de sua excelência vai no sentido de as associações de estudantes meterem a mão na consciência e, nos intervalos das manifestações em que não mostram as partes íntimas, reflictam sobre o estado da segurança e da defesa nacionais.
 
Este ataque de pedagogia perpetrado pelo rei da tabanca diante de experts, incluindo militares, que participavam num curso intensivo de segurança e defesa cá no Funchal, inspirou-se um tanto erradamente na voluntariedade tribal de dar lições aos ouros. Afinal, não estavam ali participantes num daqueles vulgares simpósios género "curso de defesa sem mestre para principiantes" ou "Técnicas para abrir a cabeça ao invasor em 10 lições".
 
Em todo o caso, o recado ficou. E complementou, inclusive, o autêntico 'sabão' que o nosso Correia de Jesus, deputado em S. Bento, passou ao ministro Aguiar Branco a propósito da NATO. Jesus alinhou de tal modo meia dúzia de questões ao ministro, para acabar em grande com a importância geoestratégica da Madeira, que ele, Aguiar Branco, jamais comparecerá no hemiciclo antes de mandar uma funcionária entretar durante o tempo que for preciso o diligente deputado da Rochinha.
 
Guilherme Silva fez pior, estes dias? Nem pensar. O deputado 'MacGyver', especialista em justificar as injustificáveis calinadas de Jardim, também aparece este sábado em manchete no ex-JM a propósito de uma reunião onde se haverá sentado com o ministro Gaspar.
Há testemunhas: estiveram lá Ventura Garcês, o director de calotes regionais Rui Gonçalves e a deputada Cláudia Aguiar, que não se sabe se lá continuará apesar do apoio a Jardim nas internas.
Como se impõe nestas circunstâncias, a notícia do ex-JM fala mesmo em "reunião" quinta-feira, mesmo sabendo-se que "reunião" é quando as pessoas se encontram para debater e que ali só quem falou, para dar ordens financeiras, foi Vítor Gaspar.
Depois, a chamada no frontispício do ex-JM é suficientemente ambígua para nada se perceber dela.
Aponta-se quem lá esteve. Diz-se que de Gaspar houve um "sinal positivo". Que "a 14 tudo deverá estar resolvido em relação às propostas da Madeira". E que "para já" haverá "uma forte possibilidade de inscrever no OE uma norma que aponta para a defesa da Zona Franca". Agora, nada se percebe sobre o que terá recebido o "sinal positivo". Nem o que estará resolvido a 14 nem o que são as propostas da Madeira. Nem que raio se assume como "forte possibilidade" de inscrever visando a defesa da ZFM.
Na "notícia" interior, percebe-se que se fala dos debates do OE e da posição dos deputados madeirenses na votação, que aliás nada interessa para o diâmetro da Terra.
Mas pouco mais se sabe, a não ser que o grande Guilherme considerou a reunião "profícua". E que houve "avanços para se concretizar o acolhimento das pretensões mais relevantes da região, o que depois será materializado em propostas". Portanto, tudo cada vez mais na mesma.
A isto chama o ex-JM um "trabalho de articulação com o Ministério das Finanças". Com certa razão. Porque se não se pode dizer que esteja articulado, também não se pode dizer que não esteja articulado. Ali não há nada de nada e não se pode provar o que quer que seja num domínio do nada.
Guilherme Silva, para fazer alguma luz sobre o intrincado mistério, destaca neste âmbito, seja o âmbito qual for, o ter-se "concretizado o espaço de negociação na reunião que teve lugar anteontem à tarde". Esclarece mesmo que o trabalho para a formalização das propostas continuará - sem que numa página inteira se conheça uma só delas - e pela enésima vez refere que "a posição de votação final global (sic) caberá da concretização e da avaliação final (sic) do grau de concretização deste conjunto de propostas (tvi) que não posso ainda pormenorizar (rtp)".
Por aqui nos ficamos, porque a última coluna da reportagem parte do pressuposto de que Guilherme "não pode revelar mais propostas da Região que estão a ser negociadas". Mais?
Veja-se o trabalhão que rei da tabanca e seus homens em S. Bento estão a dar à governança de Passos e Gaspar!
 
 

3 comentários:

jorge figueira disse...

O segredo é a alma do negócio.Uma mosca bilhardeira, pousada no cortinado no local do encontro, garantiu que haviam tratado de materializar a visita de Frau Merkel à RAM. O JM - "JORNAL DA MADEIRA" SÓ DEFENDE O POVO MADEIRENSE - não brinca com o POVO. O convite formulado em Fevereiro, no JM caso tenha esquecido, para que a Srª cá viesse foi a sério e, para surpresa daquelas que dizem que o JM só escreve histórias para boi dormir vão ser obrigados a vaiá-la.Essa será a grande surpresa e o ressurgir (não refundar) da Fénix angustiada.

Fernando Vouga disse...

Caro Luís Calisto

Já não há mais dúvidas. Jardim está mesmo a bater-se ao cargo de PM...

Luís Calisto disse...

Caro Doutor Jorge
Falta dizer que o povo madeirense, além de ser defendido pelo JM, também é explorado em 11 mil €/dia.

Caro Coronel Fernando Vouga
O Caro Amigo arrancou-me uma súbita gargalhada! E fiquei a pensar, preocupado: de que estarei a rir? O homem até se podia bater para papa! Com aquela cabeça...