O CANDIDATO QUE SÓ APARECE DE PERFIL
EMANUEL BENTO
Ontem
(quinta-feira), José Manuel Rodrigues foi entrevistado na Antena1, isto
enquanto candidato à Câmara Municipal do Funchal, ainda que seja realmente
difícil distinguir com que “persona” se apresenta ao público, visto ser
evidente, tal e qual Alberto João Jardim, padecer de um grave transtorno
dissociativo de identidade, já que se candidata a tudo: Assembleia da República
onde iria resolver os diferendos entre Região e Lisboa mas o que, na verdade,
fez, enquanto lá esteve, foi uma mão cheia de nada, excepto ter mandado muitas
cartas aos ministros e secretários de estado do seu próprio partido, ter feito
umas fugas cirúrgicas para não dar a cara, ter ainda votado, favoravelmente, em
Orçamento Rectificativo, o PAEF que mais tarde se lembrou ser urgente renegociar
sem que, contudo, tenha dado um passo, por pequeno que fosse, nesse sentido; ou
seja, fala, fala, mas, propostas em concreto nesse sentido nem uma; Assembleia
Legislativa da Região Autónoma da Madeira, em que o que fez, mal chegou
refugiado de Lisboa, foi acabar com a participação oficial do CDS no “Pacto
Pela Democracia”, legitimando assim a má práxis regimental e parlamentar do PSD
que diz combater; Câmara Municipal do Funchal, em que logo, na sua
apresentação, diz-se herdeiro de Miguel Albuquerque, significando isto que o
que tem a dar à cidade não só não é dele próprio como nem é do seu partido, mas
sim uma mimese do PSD; ou seja, dá-se por feliz por ser a equipa “C” do PSD
(sendo a “A” AJJ que ganhou as directas e a “B” Miguel Albuquerque).
Mas o mais bipolar de tudo foi ainda, na entrevista, a
argumentação de que, em Stº Cruz, os independentes só não são poder autárquico
por causa do PS-Madeira. É que, embora sendo verdade, essa decisão não foi
tomada pela actual direcção do PS-Madeira nem tão-pouco pode servir como
justificação para agora o CDS ir concorrer isoladamente ao Funchal; afinal,
como sempre me ensinou a minha mãe, não é por Fulano, Beltrano e Sicrano se
atirar da ponte a baixo que vais fazer igual; ou seja, bem que podia ter participado
na coligação “Mudança” tendo como certa a vitória, só que, há muito que já
percebeu, José Manuel Rodrigues quer que tudo fique quase igual ao que está,
sendo apenas esta a excepção: ser a bengala do PSD.
A tudo isto que escrevi, bem que podia juntar mais
argumentos, mas prefiro terminar o texto com uma questão: tenho em mim a ideia
de que o melhor que um político pode ter é a sua cara, é olhar as pessoas olhos
nos olhos, sem vergonhas, com verdade, dignidade, então assim sendo, por que
raio de razão é que são tantos os cartazes em que José Manuel Rodrigues só
aparece de perfil, como se estivesse a esconder alguma coisa, será que tem medo
de encarar as pessoas olhos nos olhos por causa da sua evidente bipolaridade: o
tal faz de conta que está contra o Governo da República e o tal faz de conta
que está contra o PSD (só se for o meio PSD de AJJ) e o tal faz de conta que o
CDS não faz parte do Governo da República e não tem nada a ver com as medidas
de austeridade…
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