CÂMARA DO FUNCHAL
PAGA
BALÚRDIO
POR ESPECTÁCULO NA DIÁSPORA!
Esta é fresca de hoje e não podemos, assim de chofre, responder ao Leitor que nos faz a intrigante pergunta: Então a nossa autarquia pode pagar actuações de artistas feitas fora do município?
Apanhados nas couves - eis como ficámos, literalmente, e sem ser nada com a gente.
O espectáculo a que se refere o Leitor, da lavra do artista Fernando Pereira, julgamos que o consagrado cantor-imitador, foi realmente produzido longe do hostel funchalense e fora das fronteiras do município, mas muito longe e muito fora: em Joanesburgo!
Ou seja: praticamente 16 mil euros para os munícipes funchalenses não verem espectáculo nenhum, a não ser por uma boa aplicação do tlm.
Atenção, o contrato preto-no-branco fala na comemoração do 508.º aniversário da cidade do Funchal. Onde eles foram festejar! Julgávamos que as comemorações regionais ligavam-se à diáspora, quando caso disso, ao nível de Região, e não de regedoria. Agora, por arrastamento, começam as câmaras, as juntas de freguesia e demais regedorias da Tabanca a alargar os festejos do respectivo Dia às Casas da Madeira de Sidney, Paris, Jersey, Toronto, New Bedford, São Paulo, Barquisimeto, Alasca, que sabemos nós!
Pode o Mayor dizer que o Funchal é diferente, por ser capital do Establishment. Mas a freguesia de Machico é capital do seu concelho inteiro, assim como a Calheta, São Vicente e por aí fora.
Apesar de tudo, e voltando ao nosso preocupado Leitor, vamos amadurecer o caso... a ver se esquece. Afinal, muita sorte tiveram os nossos bolsos em o Mayor não ter mandado comemorar o 1.º aniversário da geringonça municipal, ontem, também no Quilimanjaro ou no Vietname, onde há sempre um madeirense emigrado, doido por ouvir, ao vivo, um pedaço de música do Quim Barreiros ou do Represas.
Objectivamente, os ocupantes do hostel funchalense pagaram os 15.908 € por ajuste directo para cobrir o espectáculo de Fernando Pereira na Casa da Madeira de Joanesburgo. É o que reza o papel oficial.
Deixo um lamento: o Mayor apregoa no diário que já devolveu não sei quantas centenas de milhares de euros aos munícipes, e eu não sinto que tenha recebido alguma coisa; agora os gastos desse estoira-vergas, sentimos todos o que custa ele andar a desbaratar o dinheiro público em festarolas com as quais nada temos a ver.