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quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Segredo de Estado




É bom que os castelhanos não sonhem
que estamos sem lancha nas Selvagens




Depois da coboiada nas Selvagens, volta quase tudo à estaca zero.



A Polícia Marítima traz de volta para o Funchal a lancha semi-rígida que tinha sido destacada para fazer vigilância nas Ilhas Selvagens, ao serviço da soberania lusa. E a lancha está de volta porque agora deram com a inexistência na Selvagem de uma rampa onde varar a dita. 
Como se sabe, não seria a primeira embarcação ancorada a despedaçar-se contra os ilhéus em dia de temporal antigo, por aqueles lados.
Depois de, à margem das braçadas de Albuquerque em águas selvagens, o Presidente da República ter dito que, agora com a PM bem armada, o inimigo espanhol estava tramado se se aproximasse, este é de facto um rude golpe na estratégia de defesa do solo pátrio. Sem lancha pronta a navegar, como é que os agentes vão perseguir os piratas canários das lapas ou algum navio de guerra que os castelhanos enviassem para invadir os nossos penhascos? É certo que as autoridades do Funchal têm propalado nos seus jornais não ter medo nenhum do invasor. Mas... mesmo que não servisse para vencer uma guerra, é sempre de bom tom exibir no teatro de operações uma lancha semi-rígida, a boiar. 
Veja-se: o que uma patrulha do IN não gozará ao rondar as Selvagens e não se deparar nem sequer com uma canoazinha de pavilhão verde-rubro hasteado? "Entonces, los lusitanos no tienem..." - e fico por aqui para não imitar o Jesus.
Sem querer, tudo isto faz lembrar a piada do rapaz que, depois de lhe fazerem os testes todos para fuzileiro naval e lhe terem finalmente perguntado se sabia nadar, respondeu muito depressa com outra pergunta: "Nadar para quê, vocês aqui não têm barcos?"
Como diz o outro, nesta terra temos a SPAD na Rua do Matadouro; um hostel na Praça do Município; uma carga de boémios na Quinta das Angústias; e agora uma força naval sem barco!

2 comentários:

Anónimo disse...

O último parágrafo está sublime. Parabéns!

Anónimo disse...

"Como diz o outro, nesta terra temos a SPAD na Rua do Matadouro; um hostel na Praça do Município; uma carga de boémios na Quinta das Angústias; e agora uma força naval sem barco!" é de rir para não chorar.