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quinta-feira, 18 de julho de 2013

Selvagens com memória






DORMINDO COM O INIMIGO
NUMA ILHOTA ATLÂNTICA


Sempre são 33 anos de conflitualidade entre dois trogloditas da política lusa

Que esta boa disposição na Selvagem Grande perdure pela noite dentro. Se é que se trata mesmo de boa disposição.

Depois de uma noite no mar, com uns copitos de altos dignitários entre marujos pândegos. Depois da manhã de borga na Selvagem Pequena onde se registaram algumas escaramuças entre Cavaco e Jardim. E quando se sabe que o Presidente da República anda stressado à conta da situação nacional. Quando é sobejamente sabido que Jardim, ao terceiro uísque, se deixa possuir pelo seu insaciável e inultrapassável instinto de vingança. Com todas essas, que se pode esperar de uma noite em que os Presidentes de Portugal e da Madeira conviverão um com o outro, dispondo de bebidas e marisco à farta, e dormirão paredes meias, se não for 'directa', dentro de uma frágil barraca na Selvagem Grande? 



Podem os mais novos julgar que estamos a imitar os artigos pretensamente humorísticos que sua excelência o rei das Angústias publica no JM e no Madeira Livre. Mas nunca falámos tão a sério e com um sentir tão patriótico. Do que o país menos precisa neste momento é de mais conflitualidade.

Um diferendo entre Cavaco e Jardim nesta altura produziria efeitos nefastos na nação e reacções perigosas da parte da Troika.



Daí considerarmos que esta excursão às Selvagens é inoportuna, para não dizermos perigosa.



O Parlamento discute moção de censura, Cavaco discute a postura de ovos do calcamar


O Presidente tem mais que faça do que aturar as baboseiras de Passos, Portas e Seguro.


Vejamos só isto:

Em Lisboa, andam os 3 partidos do chamado 'arco do poder' em conversações gagas. O Partido Socialista continua lá sentado no grupo, sabendo que só a sua presença pode viabilizar o governo. Simultaneamente, o mesmo partido encosta-se aos Verdes votando no parlamento a favor da queda do governo. A brigada do reumático socialista fala de demissões do partido em massa. Soares, Alegre e Alfredo Barroso são fósseis ambulantes, salvo seja. Mas sabe-se que a populaça súcio-comuna lhes dá ouvidos. Em jeito de resposta, enquanto os deputados do PS gaguejam no hemiciclo a sua demarcação perante o governo PSD-PP, o líder António José Seguro, nos Passos Perdidos, não ata nem desata, limita-se a dizer 'pelo contrário'. Pois se das várias conferências PS-PSD-PP ainda não saiu a ponta de uma ideia para a solução procurada!
O país político partiu-se em mil bocados. E, perante tudo isto, a notícia que diz ter recebido Cavaco, ainda mareado da viagem às Selvagens, é que há 'sinais positivos' da situação em Lisboa!
Sinais positivos, aquilo?! O país pendente de uma moção de censura no parlamento e negociações que se seguem... e o Chefe do Estado preocupado com o número de ovos em cada postura do calcamar das Selvagens! 
Esta gente não anda bem. Oxalá que seja do calor.


Quando Cavaco começou a bandarilhar Jardim

Quarta-feira, a viagem para as ilhotas começou com atraso. Estamos a falar de uma excursão presidencial em que os horários são espezinhados como lixo. Depois, não se sabe até que horas durou a farra a bordo, mas deve ter ido até às tantas. 
Logo de manhã, os azoados Cavaco e Jardim encontraram-se na Selvagem Pequena. Sempre com aquele diálogo agressivo que vem, praticamente, desde o célebre congresso laranja da Figueira, em 1985.
À época, Jardim já não simpatizava nada com aquela cara-de-pau do homem, que conhecera como ministro das Finanças de um governo de Sá Carneiro, no dealbar dos anos 80. Um picuinhas ao tratar das somas a enviar para a Madeira.
'Apanheio-o nas couves' - pensou Jardim em pleno congresso da Figueira, onde Cavaco compareceu aparentando ouvidos de mercador, o sabichão. Só lá fora para rodar o carrito...
Qual! O homem planeava era mesmo deitar as garras ao poder no laranjal. 
Ai é? - irritou-se Jardim, ao perceber a marosca, logo organizando uma claque para o vaiar quando interviesse na tribuna. O madeirense percebera que, a ser bem sucedido, Cavaco seria um caroço difícil para ele. A vaia aconteceu mesmo. 
Mas os congressos nacionais proporcionavam sempre aquelas jantaradas bem regadas. E Jardim, por temor, deixou-se levar na astúcia de Cavaco, este também interessado em tornear o obstáculo das ilhas.
- Oh Jardim, você é vice-presidente do congresso, arranje maneira de eu poder intervir mais uma vez, porque não me fiz explicar.
Ao sentir o cara-de-pau ir comer-lhe à mãozinha, Jardim subestimou-o:
- Está resolvido, Professor. Tratarei disso. 
- Muito obrigado, Jardim.
- Ora essa, era o que faltava...
Cavaco deixou então aquela frase carregada de cinismo para memória futura:
- Obrigado, obrigado. Mas desta vez não me apupe.

O capataz madeirense não percebeu bem a mensagem e até falsificou assinaturas de delegados do PPD-M para que o algarvio ganhasse o congresso. Como veio a ganhar.
Ao conceder a sua primeira entrevista, Cavaco não olhou uma só vez para o jornalista que o interrogava. Uma arrogância que daria que falar em 10 anos de governação, ganhas as eleições que apareceram. E um osso duro de roer para o 'enfant terrible' do Funchal.
Cavaco e Cadilhe bandarilhavam positivamente o cacique insular perante os pedidos de milhões para inaugurações e vitórias nas eleições. Jardim andava de São Bento para o Terreiro do Paço e do Terreiro do Paço para São Bento, despachado sucessivamente pelo primeiro-ministro e pelo ministro das Finanças.
Cavaco nunca dizia 'não' ao vivaço líder madeirense. Dizia-lhe que fosse falar com este ministro ou aquele. E quando Jardim ia pelo caminho, telefonava aos ministros com ordens para negarem as pretensões que estavam para lhes chegar às mãos. 
Sentindo-se 'bola de pingue-pongue', Jardim prometia vingança aos seus botões. Quando no Funchal, tratava Cavaco por 'fascista', nas suas conversas particulares. Mas estava de mãos atadas.


Qual dos dois estaria a mentir?


Estavam bem deitados um para o outro, essa é que é. E continuam.

Em 1986, os Bothas sul-africanos visitaram a Madeira, chocando o mundo que, na altura, boicotava a República Sul-Afriacana do apartheid.
Anos depois, Jardim fez uma confissão: trouxera Pik e Piether Botha a pedido de Cavaco Silva, só que na época não o podia revelar.
Da sua parte, Cavaco contou num livro seu o embaraço que Jardim lhe causou ao trazer à Madeira, contra as disposições do governo central, os chefões do racismo africano.
Mentiras típicas dos políticos bem sucedidos.
Algum falava verdade?

Em 1990, ambos voltaram à mentira, mas, desta vez, do mesmo lado dela. Uma horrenda maré negra invadira mar e areal do Porto Santo. Cavaco e Jardim foram à ilha para dizer, de pernas enterradas no crude, que quase não havia um grãozinho negro.
Por essa altura, os equipamentos de transmissão pifaram, por coincidência do demónio, evitando o envio de imagens do crude lá para fora. O jornalista da RTP-M até foi mandado do Porto Santo para a Madeira, porque tentava dizer a verdade para o país.
Estiveram ambos os trogloditas laranjas em sintonia, dessa vez - do lado da mentira. Mas percebeu-se durante o tempo no areal o desconforto de Cavaco Silva ante a boçalidade do chefe regional. O então primeiro-ministro andava de nariz torcido na pequena ilha, como se estivesse a gramar a todo o instante um qualquer cheiro desagradável.
...O que faz lembrar o snob ai-ai da Dra. Maria Cavaco uma vez na Calheta-Madeira, ao ver carne de espetada mal passada, a sangrar, e ao ser convidada para comer 'semilhas com casca'.


Odiozinho correspondido


Cada um sabia que era correspondido no odiozinho votado ao outro. Cavaco era governo central, tinha 'a faca e o queijo na mão' em matéria financeira. Jardim, com cinismo político, tratava de seduzir o tecnocrata do Boliqueime.

Trouxe-o a visitar a Região em 1989, numa altura em que precisava desesperadamente de dinheiro para o aeroporto de Santa Cruz. Quando os jornalistas perguntaram a Cavaco, no Porto Santo, se trazia ideias de financiar a obra, ele respondeu, mostrando o bolso do casaco: "Não trouxe a carteira."
Jardim não estava a gostar da jornada com o visitante. Ainda por cima, o carro onde ambos se deslocavam avariou-se. Tiveram de andar à boleia.
Mais tarde, foi o novíssimo 'Pátria' a ficar à deriva na Travessa, com ambos a bordo - mais os colaboradores de cada um e uma notável brigada de jornalistas. Jardim desconfiado: "O carro no Funchal ficou sem luzes, a embraiagem deste carro no Porto Santo 'pifou', agora é o navio com leme avariado... O que estará por trás disto tudo?"
À espera da comitiva estava uma baía do Funchal engalanada como se fosse para receber um Marechal Carmona do antigamente: bandeiras, barcos, canoas, iates, gente e mais gente - tudo bem organizado.
Sim. Mas dinheiro para o aeroporto é que nada. Cavaco ia despachando os seus aguardados discursos sem tocar no que interessava a Jardim.
No dia seguinte, em Santana, chefe insular desviou-se um pouco de Cavaco para se atirar ao jornalista do DN que escrevera na edição desse dia: Dinheiro para o aeroporto? O que ficará desta visita do primeiro-ministro será o seu pé-de-dança nas 24 horas a bailar.
Daí a pouco, embarcava o 'homem do leme' para a capital, deixando Jardim mais o aeroporto a apitar.

"Jardim, queres dinheiro? Vai ao Totta"

Episódio cheio de humor, celebrizado nas páginas do 'Público' pela pena do correspondente no Funchal, foi a 'piadinha' cheia de a-propósito com que Cavaco picou Jardim em Julho de 1992. O chefe madeirense, a receber o então primeiro-ministro, tentava seduzi-lo a ver se arrancava aos cofres do Estado mais uns contos de reis.
"Jardim, queres dinheiro? Vai ao Totta" - foi a maneira de Cavaco esclarecer o co-partidário de que não haveria dinheiro para ninguém. Na ocasião, visitavam a ExpoMadeira e passavam precisamente pelo stand reservado ao Totta, banco a cuja campanha publicitária, à época, o primeiro-ministro recorreu para mais uma vez bandarilhar Jardim.  


Os copos a mais no avião


Obviamente, o discurso jardineiro endureceu, no concernente a Cavaco Silva.

Quando, em 1994, o chefe do governo lisboeta foi a Caracas em visita oficial, Jardim reagiu pessimamente à alusão feita durante a viagem de que ele, Jardim, fora um dos culpados da derrota do PSD nas recentes eleições europeias.
"Houve copos a mais lá em cima", declarou Jardim no Funchal, para se vingar do ataque. 
Claro que a presidência do Conselho de Ministros manifestou extremo descontentamento com a insinuação feita no Funchal e o seu autor ilhéu não teve solução que não transferir o 'lapso' para um assessor seu, dizendo em comunicado saber que sua excelência o sr. primeiro-ministro só bebe água mineral.
"Foi um dos piores momentos da minha carreira, ter de arranjar forma de dizer publicamente que um primeiro-ministro não bebe..." - confessaria mais tarde o presidente madeirense.
Jardim lá sabia por que fizera tal acusação ao inimigo de estimação. Nós aqui estávamos a bordo do 'Pátria' quando o navio ficou à deriva. E quem vimos tomar uns uísques foi Jardim. Sendo de admitir, embora, que Cavaco tinha Maria Cavaco sentada a seu lado. Mesmo que quisesse, não lhe dava jeito tomar copos.
Por coincidência, fomos também testemunha do que se passou a 11 mil metros de altitude, no voo Lisboa-Caracas. Representávamos o DN-Funchal na cobertura da viagem oficial.
E quê?
É verdade que Cavaco Silva veio da classe Vip à turística, conversar com os jornalistas. E produziu a tal afirmação a condenar Jardim e o algarvio Mendes Bota pelo desaire social-democrata nas europeias. Mas não percebemos no homem cheiro a bebida, nem sequer uma hesitação qualquer na voz, como é costume. 
O caso é que não pomos as mãos no fogo por ninguém. O assessor do primeiro-ministro José Arantes andava em meias, no avião. E foi em meias que, duas horas depois, veio junto dos jornalistas, que já afiavam a pena para envenenar a guerra Jardim-Cavaco, dizer-lhes que as afirmações do primeiro-ministro afinal não eram atribuíveis a ele. Ou seja, ele não tinha dito nada.
Seria que os da comitiva cavaquista haviam passado pelas brasas na 1.ª classe, depois dos tais 'copos no avião', e ao acordarem deram conta da bronca?

Ia dando bronca com o assessor de Cavaco


Com sinceridade, não vimos Cavaco andar em Caracas a portar-se mal. Notava-se-lhe era uma certa má disposição à conta do palavreado de Jardim. Aquilo dos copos no avião. Mas o controverso Fernando Lima, também assessor do primeiro-ministro, procurou-nos em pleno Hotel Eurobuilding, onde Cavaco convivia com o então Presidente venezuelano Rafael Caldera, entre centenas de convidados e soldados de camuflado e metralhadora dispostos em cada esquina dos salões e nas escadarias.

Lima chegou-se com uma conversa preparatória: Então, que tal está a correr o trabalho, tens sentido alguma dificuldade, o Diário tem dado muito espaço a esta viagem?
Isto é trabalho de assessor, elogiámos mentalmente. Eis senão quando ele sobe de tom:
- Com que então, os emigrantes na Venezuela são tratados como cadastrados nas alfândegas de Portugal quando vão lá?! - referiu-se à última crónica para o DN, que deveria ter recebido por fax.
Gritou com tal braveza e agressividade que se, em vez de estarmos de serviço, andássemos nos copos com a malta emigrante, dava-se ali um pé-de-vento muito sério.
Lindo, com a soldadesca nervosa e armada que havia lá dentro!
Interrogámo-nos: será que as insinuações do chefe das ilhas têm um fundo de verdade? Que andarão eles a fazer fora das vistas dos jornalistas? 
É que também conhecemos as discotecas libidinosas que proliferam nas calles caraquenhas vocacionadas para a noite...


Peripécias e mais peripécias


Muitos recordarão: assim que Cavaco desfez o tabu, resolvendo voltar a casa, Jardim deixou de lhe dar importância. O que até se percebe. Sabe-se também que, depois, não teve alternativa senão dar-lhe apoio às presidenciais, por imposição partidária e interesse estratégico, depois de tantas pragas rogar ao difícil político-professor.



Seguiram-se peripécias e mais peripécias vividas por ambos, em clima de conflito, a não ser quando os interesses de um e de outro aconselhavam encenação diferente. E eis Cavaco Silva hoje, no seu segundo mandato de Presidente da República, e Jardim, no seu eterno posto de rei da tabanca madeirense - os dois acampados numa ilhota algures no Atlântico, a dormir juntos, salvo seja, numa cabana rodeada de sons de mar e de cagarras.

Aquilo vai meter jantarada. E então? Sem as mulheres a puxar pela camisa, não me digam que não aviarão uma garrafinha reserva do melhor. São 160 mil euros pela excursão, 80 mil de diária. Dá para um caneco em condições e muito mais.

Marinheiros amas-secas dos velhotes

O arrazoado que atravessámos neste artigo para chegar aqui destina-se precisamente a passar uma mensagem aos comandantes dos navios de guerra que andam nas Selvagens a servir de amas-secas dos velhotes. 
Pedimos aos ilustres chefes navais que ponham as rondas da fragata 'Vasco da Gama' e do patrulha 'Viana do Castelo' a vigiar a cabana onde suas excelências passam esta noite. E que o hélio esteja alerta, para uma evacuação de emergência se eles se pegarem a sério e não se consiga evitar o pior.
Pode-lhes dar para uns abraços e para recordar histórias neutras do passado. Mas não foi isso que o dia de hoje indiciou.
Logo de manhã, Cavaco dizia na Selvagem Pequena: esperemos pelo Jardim, para não vir dizer que arrancámos sem as autoridades regionais...
Quando mestre das Angústias desembarcou, protestou porque o continental chegara primeiro do que ele à ilhota madeirense. Cavaco não gostou e provocou: sim, cheguei primeiro e até já pus ali a Bandeira... de Portugal.
Cavaco certamente não viu ainda a única bandeira, azul-amarela, que está na cabeça da Pontinha, tal como ao alto das Angústias, no Funchal...
Bom: Jardim muito deve ter sofrido para engolir em seco. Mas à tarde, já na Selvagem Grande, mesmo a martelo, arranjou maneira de mostrar autoridade, dizendo: é bom que se diga quem tem autoridade nesta ilha, e é o governo regional, não esses do domínio marítimo.
Cavaco cortou-lhe as vasas, mais uma vez. As forças navais estão a trabalhar muito bem com o Presidente da República - repreendeu -, deixem-se as divergências para outra ocasião.
Outro elefante para Jardim engolir a seco

Discussão de tasca

Só que... Jardim não resiste à tentação da revindicta, seja com presidentes da República seja com a gata das Angústias.
Ao longo desta noite de quinta para sexta, o madeirense pode desenterrar problemas para armar arruaça antes de 'dormir com o inimigo'.
Por sua vez, Cavaco há-de argumentar que já poderia ter arrumado em definitivo o pequeno político das ilhas, e que, no entanto, já o ajudou várias vezes: em 1992, quando do défice democrático; no escândalo da concorrência desleal na comunicação social escrita madeirense; ao desvalorizar a oposição insular recebendo-a num vão de escada.
Ninguém pode prever se Cavaco Silva, que também tem feitio ressabiado, não rebuscará esta noite a história do 'Sr. Silva', desafiando Jardim a chamá-lo dessa maneira cara a cara. Se for o caso, já se sabe como é: copo puxa copo...
O actual PR não se esquece, como se compreenderá, do que Jardim expeliu aos 4 ventos em 2005. Nessa altura, Cavaco, na qualidade de ex-primeiro-ministro e ex-líder do PSD, admitiu que o ideal para Portugal, depois dos incríveis governos Barroso-Portas e Santana-Portas, seria uma maioria absoluta do PS. Como sempre, Jardim apareceu onde não era chamado. Para comentar. 
Jardim falou e disse: o Sr. Silva deve ser expulso do PSD; já quando primeiro-ministro, ele pôs a educação, as forças de segurança e a Justiça nas mãos da esquerda; Cavaco foi o pior primeiro-ministro do país; faz parte do Portugal velho e da brigada do reumático da III República; por tudo isso, o PSD que não se esqueça de candidatar Cavaco à Presidência da República...


Noite de cortar à faca

Acham bem deixar estes dois homens juntos, à mercê um do outro, em ambiente excursionista, de borga, numa mesma cabana cheia de iguarias sólidas e líquidas?
Senhores da marinha, cuidado com isso, porque o país não aguenta mais crispação. Cavaco ainda hoje sublinhava o significado internacional de ser o primeiro PR a dormir nas Selvagens. Mas não quer dizer que ele vá ser o primeiro dos excursionistas a adormecer.

Se tudo correr bem, deixai-os divertirem-se toda a noite, desde que não perturbem o sono das cagarras-bebés. Eles têm de aproveitar agora, porque, quando não forem presidentes, pagarão comboio, gasolina e lancha para viajar, sentirão como doem os preços no supermercado e só terão forças de segurança perto para os multarem por estacionamento irregular... ou nível elevado no balão.

Anulado jantar nas Angústias

Do programa inicial desta visita constava mais um dia. Que não seria passado nas Selvagens. Cavaco viria para a Madeira, com tudo montado para evitar acções de protesto dos partidos oposicionistas menos afectos a estas farsas diplomáticas - e jantaria na Quinta das Angústias.

Afinal, o homem do leme volta a Lisboa um dia antes. Será mesmo porque a situação nacional o exige ou porque o PR quer evitar mais uma seca em casa do seu querido inimigo?


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