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quarta-feira, 24 de julho de 2013

VERÃO LOUCO



PND TENTA DESALOJAR BRAZÃO 
DAS DACHAS DO POVO NO PORTO SANTO

O cerco foi montado já esta tarde de quarta


Pois, Hélder, o povo paga. Mas o povo superior continua no conforto da casa e o pata rapada na tenda.

O antigo secretário regional da Educação e também dos Recursos Humanos, Brazão de Castro, introduziu-se numa das duas casas que o povo insular possui nas dunas do Porto Santo desde os tempos de Salazar.
Essas estâncias de Verão, com todos os apetrechos para uma estada de sonho, court de ténis e acesso directo à praia de ouro, têm sido usadas em cada estio pelos sujeitos que 'Meio Chefe' mete em secretários e obviamente por ele, o próprio 'Meio Chefe'. Disso toda a gente sabe. 
Dada a situação considerada escandalosa, para mais quando nem os madeirenses têm dinheiro para ir ao ilhéu do Lido nem os porto-santenses para uma tarde no Ilhéu de Cima - dado tal escândalo, passaram os governantes a pagar 10 euros de diária, contemplando já toda a família do executivo ocupante da casa.
Dissemos bem: 10 euros de diária. 
E, se dissemos bem, podemos dizer melhor: cavalheiros houve que, no tempo das vacas gordas, recebiam produtos às sacas para consumo de férias no areal. Uma empresa do ramo da pecuária sita nos lados do Santo teve por tradição enviar umas pernas rechonchudas de porco e de vaca destinadas às dachas porto-santenses.

O facto de Brazão de Castro se ter hospedado agora numa das duas casas levou-nos a pensar em qualquer coisa de grave. Isto é, que ali havia problema da cabecinha, o que não seria de admirar com estes calores que tornam o Verão mais louco do que o costume.
Porém, ainda há dias tivemos a honra de conversar com o especialista dos cursos de defesa nacional e, que percebêssemos, nada vimos que o indiciasse como fora do seu perfeito juízo.
Pelo contrário, o Dr. Brazão de Castro dialogou sem hesitações, fez conversas com pés e cabeça, deixou-nos convictos de que até parece outro desde que saltou da capoeira das araras para a rua.
Assim, não se dá o caso de o homem sofrer de algum desarranjo pós-traumático, resultante de 'Meio Chefe' o ter despachado do governo.
Sabe-se que às vezes o reformado se deixa tomar pela mania de que ainda está no activo. Conheci um militar em situação de reserva que, depois do 25 de Abril, se apresentava todas as manhãs no QG  julgando-se alferes ainda no activo. Um bico-de-obra para lhe dar 'guia de marcha' todos os dias para casa.

Com a gente aqui, acontece às vezes sonharmos que ainda estamos a trabalhar no duro, mas, daí até entrarmos por uma redacção dentro à procura do serviço na agenda afixada no placard, vai muita distância. Ao acordar, caímos na realidade.
Julgamos que o caso de Brazão de Castro também não é esse, de julgar-se ainda sujeito a plenários do executivo. É pior. O homem acha que, embora fora do governo, continua dentro do sistema e portanto com direito a fazer férias nas casas do povo a 10 euros por dia para a malta toda.
Daí a explicação da acção política que o PND desencadeou esta tarde de quarta-feira no Porto Santo, 'armando barraca' no relvado da casa onde Brazão se encontra hospedado. 
Se bem entendemos a mensagem enviada para cá pelo deputado da Nova Democracia, Hélder Spínola, o objectivo do acampamento que ele montou ali com mais dois elementos do partido consiste em desalojar o barricado de lá e devolver a residência aos verdadeiros secretários - e a 'Meio Chefe', evidentemente, porque aí o assunto é sagrado: em Agosto, aquilo é dele.
Se Hélder Spínola tirar de lá o inquilino imprevisto e levantar o cerco, que avise para cá, porque talvez ainda nos chegue direito a uns dias a 10 euros.
Também somos gente e não devemos um cêntimo a João Machado das Finanças.

Houve quem se admirasse com o à-vontade que Brazão de Castro pôs nas declarações ao DN, quando este o apanhou nas couves. Mas, à séria, não vimos nada de anormal.
Na circunstância, o ex-secretário tranquilizou os madeirenses: "Posso dizer que tanto eu como a minha família nos sentimos bem" [lá na casa]. Mais sinceridade do que isto... 
Portanto, a prole Castro não se dá mal na dacha, ponto final.
Mais: percebeu-se uma certa mágoa quando ele anunciou para este dia 25 (já?) o inevitável 'check out'. Amanhã, quinta, acabou-se o que era doce.
Mas a moral da história ainda foi a legalidade ou não da coisa: "A situação enquadra-se dentro do regulamento de utilização estipulado", atirou Brazão ao jornalista.
Algum mal-dizente levantará ondas: o pior é precisamente esse "regulamento de utilização" constituir um escândalo, um abuso de poder e um aproveitamento imoral do património público.
Nós aqui não. Acompanhamos a lógica de Brazão de Castro. 
Existe algum artigo na Constituição que proíba um antigo secretário regional de viver entre 11 e 25 de Julho numa casa do GR? 
O Estatuto Político-Administrativo proíbe-o?
Será que o novo Código de Processo Civil está contra o repouso de quem labutou 30 anos pelo bem-estar dos conterrâneos? 
Mesmo o Código de Estrada, que entrou domingo, achamos que não fala nessa temática. Só se for nos capítulos dedicados à circulação de carroças, que ainda não chegámos lá.

Vamos aproveitar o acampamento, caro Hélder Spínola, para reflectir sobre estes dados que lançamos para cima da mesa. Se não houver mesa na tenda, é pedir uma ao vizinho. 



2 comentários:

Anónimo disse...

o que é pena é que a população do porto santo que está a ser tão sacrificada não acampe junto ao helder spinola para vermos se acaba aquela vergonha.

Anónimo disse...

Penso que este Verão vai ser "quente" no Porto Santo.