ELEIÇÕES ANTECIPADAS

COLIGAÇÃO 'MUDANÇA' EM FORÇA

NO ARRANQUE DA PRÉ-CAMPANHA

Victor distribuiu o manifesto eleitoral na Camacha. Com outros dirigentes da coligação. Mas sem JS.

Os nomes mais conhecidos das forças coligadas estiveram hoje na Camacha. Mas deu nas vistas a ausência da Juventude Socialista, que acontece depois do desaguisado da última comissão política, quando foram debatidos os critérios para escolha de candidatos à ALM

As ondas no Laranjal de Albuquerque por causa da escolha de nomes para o parlamento parecem contagiar a área socialista, embora a menor escala. Dentro do PS, vanguarda da coligação 'Mudança', persiste um certo clima de atrito que teve erupção na última comissão política, onde se tratou de critérios para escolha dos representantes do partido a incluir na lista da coligação.

De facto, a Juventude Socialista, que em acções anteriores do seu partido compareceu munida de bandeiras e trajando camisolas da ordem, falhou a estreia da pré-campanha da coligação, hoje na Camacha. Os vários partidos marcaram presença activa. Victor Freitas, líder da lista, mais figuras do PS como Jaime Leandro, Luís Miguel França, Mafalda Gonçalves, Célia Pessegueiro, lado a lado com José Manuel Coelho e Quintino Costa (PTP) e Roberto Vieira (MPT), por exemplo.

Quanto à JS, uma ausência que elementos da larga comitiva coligacionista consideraram boicote destinado a pressionar a colocação do líder jovem, Olavo Câmara, no lote de candidatos elegíveis.

Na pretérita reunião da comissão política, como relatámos pormenorizadamente, Emanuel Câmara defendeu essa tese, por razões afectivas, tese reforçada com a exigência de que o Porto Moniz fosse bafejado ainda com mais um representante na lista. Como recompensa pela conquista da câmara nortenha. Essa reivindicação evidentemente serviria também a Filipe Menezes, que ganhou o Porto Santo, Ricardo Franco, vencedor em Machico, e até Paulo Cafôfo, que ganhou no Funchal pela coligação 'Mudança', nas autárquicas de 2013.

Enfim, os jovens mostram-se agitados quando a confirmação das listas só acontecerá na próxima terça-feira, em nova reunião da comissão política do PS - para serem conhecidas oficiosamente na manhã seguinte. Já demos aqui uma previsão muito próxima do que acontecerá, e aí, de facto, a JS não aparecia nos lugares de topo. Mas não há nada em definitivo. Daqui até terça-feira o problema será sanado, se cada uma das partes se puser no devido lugar.

Do primeiro passo nas autárquicas ao passo vitorioso nas regionais

Foi pela vitória no Funchal há dois anos que Victor Freitas pegou para o arranque da pré-campanha, hoje. No Largo da Achada e nos estabelecimentos do centro da Camacha, o cabeça-de-lista da coligação distribuiu o manifesto eleitoral pela população. Com esta mensagem: a coligação de 2013 venceu no Funchal e a coligação actual vencerá na Madeira. 

Encabeçando uma pequena multidão de dirigentes e apoiantes do movimento unionista, Victor Freitas não deixou de se referir ao movimento JPP, oriundo do concelho de Santa Cruz e que vai concorrer às eleições 'a solo'. O chefe socialista lembrou que os partidos da actual coligação apoiaram, a troco de nada, como se deve fazer em política, a candidatura do JPP nas autárquicas de 2013. Ora, estando a mudança operada naquele concelho e noutros, como primeiro passo, agora é procurar dar o último passo, em direcção à vitória regional. 

Por outras palavras, Victor Freitas preconizou: consumada a ruptura na política das autarquias, agora é avançar para a ruptura nas políticas da Madeira.

Bipolarização: direita/austeridade contra coligação/povo

O candidato a presidente do governo tratou de mostrar que a situação eleitoral nunca esteve tão clara na Região. Os madeirenses terão de fazer uma escolha muito simples em 29 de Março. À direita, estarão o PSD, o PP e a austeridade. E à esquerda, os madeirenses, os porto-santenses e a coligação que vai travar a austeridade. 

Só assim, foi dizendo Victor aos camachenses, poderá ser alargado o cinto dos madeirenses. "O cinto não pode ser mais apertado", metaforizou.

"Quem percorre a Madeira conhece bem os flagelos do desemprego, da pobreza, da emigração, das falências pessoais", foi dizendo Victor nas conversas com as pessoas.

Os madeirenses e os porto-santenses, nessa ordem de ideias, "não podem votar naqueles que, ao serviço dos poderosos, se preparam para impor 4 anos ainda piores do que estes que estão a terminar", avisou. "Basta dizer que o serviço da dívida será muito superior. A proposta da coligação é renegociar a dívida por forma a pagá-la com base no crescimento económico."

"A nossa escolha está feita, é o combate à austeridade", declarou Victor Freitas. "A escolha da direita, ou seja, do PSD e do PP que defendem a austeridade, é continuar a servir a banca, pagar a dívida violentando as pessoas e, se sobrar uma migalhas, então ficam para o povo."

A esperança dos coligados é que o povo, que rejeitou esta direita nas eleições autárquicas, torne a rejeitá-la nas regionais. "É isso que o eleitorado vai fazer, tenho a certeza disso" - mensagem que Victor deixou na Camacha, no arranque da pré-campanha.