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terça-feira, 16 de julho de 2013

Em memória de Guilherme Alves



O CRIME FAZ HOJE 4 ANOS
E O ASSASSINO CONTINUA A MONTE


A vítima do hediondo crime.
A polícia deixou fugir o mentor do horrendo assassinato e mais tarde anunciou a sua falsa prisão no Brasil




Faz hoje 4 anos que o empresário radicado no Porto Santo Guilherme Alves foi assassinado numa fábrica de blocos na Camacha, depois de atraído numa cilada que o fez viajar de avião à Madeira. 
Persiste na memória de todos a brutalidade que chocou não só o Porto Santo, mas Portugal inteiro, depois de se terem descoberto as circunstâncias que motivaram e materializaram o macabro episódio.
Custa recordar o doloroso acontecimento. Em síntese, um empresário natural da Madeira que se estabeleceu no Porto Santo, aí constituindo família e uma rede de negócios incluindo a venda de combustíveis na baixa, extracção de inertes e construção em geral, teve um fim absolutamente inimaginável.
Aos 78 anos, haveria de acontecer-lhe a tragédia. Atraído à Madeira para tratar de um negócio que lhe pareceu tentador, em Julho de 2009, viu-se raptado pouco depois da sua chegada ao aeroporto.
Em breve, a família receberia chamadas telefónicas a exigir um resgate de 500 mil euros. Mas não houve tempo para concordar ou discordar. Os sequestradores, por isto ou por aquilo, suspenderam os telefonemas e atalharam 'serviço'. Com requintes do pior carácter que imaginar se possa, fizeram passar o empresário por momentos de terror que os vestígios permitiram calcular, até lhe tirarem violentamente a vida e o atirarem para o fundo de um poço coberto.

O cadáver foi encontrado quando um dos 4 assassinos, entretanto apanhados, indicou a localização do poço. Ele e os outros - entre os 33 e os 45 anos, acabaram condenados a 25 anos de prisão cada um, dando entrada na cadeia. Todos menos um. Porque havia outro empresário metido na história, aliás o mentor do crime. Chama-se Líbano Martins, nasceu na Ilha da Madeira e teve negócios também no Porto Santo, onde se tornou 'persona non grata'. 
E por que não entrou Martins na cadeia, depois da condenação? Porque o criminoso se escapara entre os dedos da Judiciária, com Guilherme Alves ainda cadáver dentro do poço. Ele esteve à disposição da polícia depois de se saber do desaparecimento de Guilherme Alves, foi interrogado, evidentemente na qualidade de suspeito, a ver o que sabia sobre o desaparecimento de um empresário do Porto Santo, mas... deixaram-no ir em paz... e deixaram-no embarcar para as praias brasileiras, gozar as memórias da 'heróica' aventura!
Dois brasileiros que havia no grupo de assassinos e um terceiro capanga foram para trás das grades. O chefe da quadrilha ficou ao sol. Ele, que dirigiu a acção: despir o infeliz empresário deixando-se em roupa interior, amarrá-lo de pés e mãos com cordas e fita auto-colante, encapuzá-lo, espancá-lo e atirá-lo para o fundo daquele poço no estaleiro do sítio da Achadinha, Camacha, com um lancil de cimento preso à cintura, para não emergir.
E foi esse homem que a PJ teve nas mãos sem lhe conseguir perceber o envolvimento no rapto.
Quando o tribunal de Santa Cruz condenou Líbano Martins a 25 anos de prisão (pena máxima prevista pela lei portuguesa) num cúmulo por homicídio qualificado, rapto e profanação de cadáver, já ele se encontrava havia muitos meses em terras de Vera Cruz. Porque a PJ o deixou fugir quando o tinha nas mãos. Então, toca a recorrer à Interpol...

Tão caricato como isso foi a notícia que a desesperada 'Judite' divulgou um ano depois: que o quarto homicida - Martins - fora detido no Brasil. Segundo o Departamento de Investigação Criminal da PJ-Madeira, o procurado caíra nas mãos da justiça brasileira e estava tudo resolvido nesse patamar: o mandado de captura internacional emitido de Portugal funcionara e o homem seria rapidamente extraditado para a Madeira. 

Um jornalista do DN-Funchal, porém, entendeu que devia certificar-se melhor das 'boas novas'. Conseguiu chegar à fala, por telefone, com a juíza brasileira que tinha o caso nas mãos e recebeu um esclarecimento sem margem para dúvidas: a polícia brasileira continuava com atenções no mandado internacional, porém não dispunha da menor pista do criminoso. Mais acrescentou a juíza que as esperanças de sucesso na captura do Martins eram bem reduzidas. Como se compreende. Muito grosseiro erro teria de cometer o foragido num continente americano, extenso e complexo, para se deixar capturar.
Curiosamente, a PJ não rectificou a sua falsa informação. Nem sequer depois do esclarecimento da magistrada brasileira através das páginas do DN!  

E assim chegamos a esta data - passagem do 4.º aniversário do hediondo e cruel homicídio - com uma condenação máxima por aplicar. 
No fundo, não há muito de estranho nesta incompetência. Para não ir mais atrás, recordemos que no ano passado, para satisfazer as ânsias de uma personalidade regional por 'sangue' de inexistentes 'incendiários' de floresta, a PJ anunciou para breve prisões que até hoje não efectuou - nem podia efectuar!...



3 comentários:

Anónimo disse...

Só esse caso? E a investigação ao roubo na ourivesaria do David Rosas frente ao Reid's? E o roubo à ourivesaria do Rui Alves junto à Sé? E os atentados à bomba na Quinta Deão e à embarcação Tweety na marina do Funchal? E os atentados aos carros do João Carlos Gouveia, Gil Canha, Quinidio Correia, Miguel Albuquerque e José Manuel Coelho?

Luís Calisto disse...

Helàs!

Fernando Jesus disse...

o roubo da Ourivisaria David Rosas foi feito por gente de leste , na altura o diário falou sobre isso